- Anúncio -
main-banner

Jurisprudência


AgRg no HC 237965 / SPAGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS2012/0066919-5

Ementa
AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. LESÃO CORPORAL LEVE. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA NO INQUÉRITO POLICIAL. NÃO OCORRÊNCIA. FATOS QUE DEMONSTRAM CONDUTAS PROTELATÓRIAS DO PACIENTE. NULIDADES EVENTUALMENTE OCORRIDAS DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL NÃO CONTAMINAM A AÇÃO PENAL. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. INDEFERIMENTO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS. RESIDENTES EM COMARCAS DIVERSAS. AUSÊNCIA DE JUSTIFICATIVA CONCRETA DA NECESSIDADE. COGNIÇÃO DO JULGADOR. DESNECESSIDADE. INTUITO DE PROCRASTINAR. CONDUTAS ANTERIORES. 1. Sendo possível extrair da denúncia acusatória elementos suficientes para caracterizar a prática, em tese, dos crimes de ameaça e de lesão corporal leve, não há falar no trancamento da ação penal, porquanto a certeza da autoria somente poderá ser aferida após a devida instrução processual. 2. Diferentemente do que alega o ora agravante, o delegado de polícia que presidia o inquérito expediu diversas notificações para que o paciente comparecesse à delegacia de polícia para prestar depoimento pessoal, a fim de dar a sua versão dos fatos. 3. O magistrado entendeu como não pertinentes as razões trazidas sobre a substituição de testemunhas, tendo em vista que o paciente não justificou o motivo real, mas utilizou-se de manobras protelatórias, afirmando apenas ser um direito assegurado pela Constituição Federal. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no HC 237.965/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 17/11/2015, DJe 04/12/2015)
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro, Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP) e Maria Thereza de Assis Moura votaram com o Sr. Ministro Relator.

Data do Julgamento : 17/11/2015
Data da Publicação : DJe 04/12/2015
Órgão Julgador : T6 - SEXTA TURMA
Relator(a) : Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR (1148)
Informações adicionais : "[...] de acordo com o entendimento jurisprudencial sedimentado nessa Corte de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, o ato judicial que recebe a denúncia, ou seja, aquele a que se faz referência no art. 396 do CPP, por não possuir conteúdo decisório, prescinde de substancial fundamentação, na forma exigida pelo art. 93, inciso IX, da Constituição da República [...]". "[...] a jurisprudência desta Corte Superior de Justiça possui firme entendimento no sentido de que eventuais nulidades ocorridas na fase investigatória não contaminam a ação penal [...]. Dessa forma, ainda que ficasse caracterizado cerceamento de defesa no inquérito policial, tal nulidade não contaminaria a ação penal instaurada contra o paciente". "[...] houve fundamentação adequada sobre a negativa de inquirição das testemunhas residentes em outras comarcas. Por ser um ato discricionário do magistrado e estando devidamente expostos os motivos pelos quais foi indeferido, não há ilegalidade no presente caso".
Referência legislativa : LEG:FED CFB:****** ANO:1988***** CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ART:00093 INC:00009LEG:FED DEL:003689 ANO:1941***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00396
Veja : (HABEAS CORPUS - TRANCAMENTO DE AÇÃO PENAL - HIPÓTESES EXCEPCIONAIS) STJ - REsp 1294980-MG(DECISÃO DE RECEBIMENTO DA DENÚNCIA - DESNECESSIDADE DEFUNDAMENTAÇÃO SUBSTANCIAL) STJ - HC 232842-RJ(NULIDADES OCORRIDAS NA FASE INVESTIGATÓRIA - NÃO REPERCUSSÃO NAAÇÃO PENAL) STJ - HC 182829-DF(INDEFERIMENTO DE INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS - ATO DISCRICIONÁRIO DOMAGISTRADO) STJ - HC 186701-SP