main-banner

Jurisprudência


HC 375536 / MGHABEAS CORPUS2016/0276318-6

Ementa
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ART. 317, CAPUT, E §1º, DO CÓDIGO PENAL. PRISÃO PREVENTIVA. PEDIDO DE EXTENSÃO. ART. 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. GRAVIDADE IN CONCRETO. RESGUARDO DA ORDEM PÚBLICA. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS. AFASTAMENTO DA FUNÇÃO PÚBLICA. ADEQUAÇÃO E SUFICIÊNCIA. ORDEM CONCEDIDA. 1. O pedido de extensão previsto no art. 580 do Código de Processo Penal deve ser requerido ao Tribunal de origem, e não diretamente a esta Corte, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes. 2. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte Superior de Justiça, toda custódia imposta antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória exige concreta fundamentação, nos termos do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal. 3. Na espécie, muito embora tenham sido apresentados elementos concretos a amparar prisão, à luz do princípio da proporcionalidade em seu duplo espectro (proteção contra o excesso e vedação da proteção penal deficiente), não se mostra descabida a imposição de medida cautelar alternativa. 4. Em se tratando de paciente acusada do recebimento de vantagem indevida tendo por contraprestação a entrega de telefones celulares aos detentos do estabelecimento prisional em que lecionava, valendo-se das facilidades inerentes à condição de professora, mostra-se adequado e suficiente o afastamento da função, sem prejuízo de outras medidas cautelares que o magistrado a quo entenda pertinentes. 5. Ordem concedida, para garantir a liberdade provisória à paciente, se por outro motivo não estiver presa, determinando o imediato afastamento da função de professora na Escola Estadual da Penitenciária Deputado Expedido Faria Tavares, sem prejuízo de outras medidas cautelares que o juízo de primeiro grau, nos termos do artigo 319 do Código de Processo Penal, entenda pertinentes. (HC 375.536/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 15/12/2016, DJe 02/02/2017)
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Sexta Turma, por unanimidade, concedeu a ordem, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro e Antonio Saldanha Palheiro votaram com a Sra. Ministra Relatora.

Data do Julgamento : 15/12/2016
Data da Publicação : DJe 02/02/2017
Órgão Julgador : T6 - SEXTA TURMA
Relator(a) : Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131)
Referência legislativa : LEG:FED DEL:003689 ANO:1941***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00319 INC:00006
Veja : (MATÉRIA NÃO EXAMINADA PELO TRIBUNAL A QUO - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA) STJ - RHC 56190-RJ, HC 279542-SP, HC 246649-SP(PRISÃO PREVENTIVA -SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARESALTERNATIVAS - POSSIBILIDADE - OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DAPROPORCIONALIDADE) STJ - HC 373177-SP, HC 362393-SP
Mostrar discussão