RHC 36077 / DFRECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS2013/0060363-0
RECURSO EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEI N.
9.296/1996. QUEBRA DE SIGILO TELEMÁTICO. NÃO OCORRÊNCIA. CÓPIAS DE E-MAIL OBTIDAS NA BUSCA E APREENSÃO LEGALMENTE CUMPRIDA POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. NULIDADE.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA IMPRESCINDIBILIDADE DA MEDIDA. ART. 2º DA LEI N. 9.296/1996.
1. O acesso ao conteúdo das mensagens, constantes das cópias de e-mail juntadas aos autos, decorreu da busca e apreensão de documentos, legalmente cumprida por determinação judicial devidamente fundamentada, e não de quebra de sigilo telemático. Tese recursal que não se aplica para ultrapassar a fundamentação do acórdão recorrido quanto ao ponto.
2. A primeira decisão que determinou a quebra do sigilo telefônico não indica um requisito essencial previsto expressamente no art. 2º da Lei n. 9.296/1996, qual seja, a imprescindibilidade do deferimento da medida excepcional. Não ficou demonstrada, nem sequer implicitamente, a inexistência de outros meios eficazes para a elucidação dos crimes investigados, o que seria de rigor, conforme previsto no mencionado dispositivo. Precedentes.
3. Recurso ordinário conhecido e provido para declarar a nulidade das provas obtidas mediante as interceptações telefônicas autorizadas pela decisão de fl. 389 destes autos e por suas respectivas prorrogações, além das que delas decorrerem.
(RHC 36.077/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 03/11/2015, DJe 17/12/2015)
Ementa
RECURSO EM HABEAS CORPUS. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. LEI N.
9.296/1996. QUEBRA DE SIGILO TELEMÁTICO. NÃO OCORRÊNCIA. CÓPIAS DE E-MAIL OBTIDAS NA BUSCA E APREENSÃO LEGALMENTE CUMPRIDA POR DETERMINAÇÃO JUDICIAL. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. NULIDADE.
AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DA IMPRESCINDIBILIDADE DA MEDIDA. ART. 2º DA LEI N. 9.296/1996.
1. O acesso ao conteúdo das mensagens, constantes das cópias de e-mail juntadas aos autos, decorreu da busca e apreensão de documentos, legalmente cumprida por determinação judicial devidamente fundamentada, e não de quebra de sigilo telemático. Tese recursal que não se aplica para ultrapassar a fundamentação do acórdão recorrido quanto ao ponto.
2. A primeira decisão que determinou a quebra do sigilo telefônico não indica um requisito essencial previsto expressamente no art. 2º da Lei n. 9.296/1996, qual seja, a imprescindibilidade do deferimento da medida excepcional. Não ficou demonstrada, nem sequer implicitamente, a inexistência de outros meios eficazes para a elucidação dos crimes investigados, o que seria de rigor, conforme previsto no mencionado dispositivo. Precedentes.
3. Recurso ordinário conhecido e provido para declarar a nulidade das provas obtidas mediante as interceptações telefônicas autorizadas pela decisão de fl. 389 destes autos e por suas respectivas prorrogações, além das que delas decorrerem.
(RHC 36.077/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 03/11/2015, DJe 17/12/2015)Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal
de Justiça, prosseguindo no julgamento, após o voto-vista da Sra.
Ministra Maria Thereza de Assis Moura negando provimento ao recurso,
sendo acompanhada pelo Sr. Ministro Rogerio Schietti Cruz, e dos
votos dos Srs. Ministros Nefi Cordeiro e Ericson Maranho
(Desembargador convocado do TJ/Sp) dando-lhe provimento, por
maioria, dar provimento ao recurso em habeas corpus, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator. Vencidos a Sra. Ministra Maria Thereza
de Assis Moura e o Sr. Ministro Rogerio Schietti Cruz. Votaram
vencidos os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz e Maria Thereza de
Assis Moura (voto-vista).
Os Srs. Ministros Nefi Cordeiro e Ericson Maranho (Desembargador
convocado do TJ/SP) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Data do Julgamento
:
03/11/2015
Data da Publicação
:
DJe 17/12/2015
Órgão Julgador
:
T6 - SEXTA TURMA
Relator(a)
:
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR (1148)
Informações adicionais
:
(VOTO VENCIDO) (MIN. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA)
É possível a prorrogação da interceptação telefônica na
hipótese em que, diante da complexidade das operações delitivas, a
nova medida busca averiguar fato novo desvendado na medida
autorizada anteriormente, conforme a jurisprudência do STJ.
Referência legislativa
:
LEG:FED LEI:009296 ANO:1996 ART:00002LEG:FED CFB:****** ANO:1988***** CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ART:00005 INC:00012
Veja
:
(INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DAIMPRESCINDIBILIDADE) STJ - HC 148413-SP, HC 210022-SP, HC 216399-RJ(VOTO VENCIDO - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - PRESSUPOSTOS - MEDIDASINVESTIGATIVAS ANTERIORES) STJ - HC 161660-PR, HC 144303-GO, HC 183393-PB(VOTO VENCIDO - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - PRORROGAÇÃO - NECESSIDADEDA INVESTIGAÇÃO) STJ - HC 133037-GO, HC 116374-DF(VOTO VENCIDO - INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA - PRORROGAÇÃO -COMPLEXIDADE DOS FATOS APURADOS) STF - HC 83515-RS
Mostrar discussão