main-banner

Jurisprudência


RHC 55058 / CERECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS2014/0335977-4

Ementa
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO. CRIME. CONDENAÇÃO. DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. ATOS INFRACIONAIS. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA DO RÉU. MERAS CONJECTURAS. ILEGALIDADE. 1. A vida na época da menoridade não pode ser levada em consideração para quaisquer fins do Direito Penal, razão pela qual, no processo por crime, não podem atos infracionais servirem de fundamento à prisão preventiva. 2. Ocorrendo a apresentação espontânea do réu, não subsiste, como fundamento para a prisão cautelar decretada com o objetivo de garantir a aplicação da lei penal, a fuga anterior. 3. O caráter excepcional da custódia cautelar não permite a sua decretação com base em meras conjecturas, devendo resultar de elementos concretos que demonstrem a sua necessidade. 4. Recurso ordinário em habeas corpus provido para permitir que Francisco Leonardo do Nascimento dos Santos recorra em liberdade da sentença condenatória, o que não impede nova e fundamentada decisão de necessária cautelar penal, inclusive menos gravosa do que a prisão processual. (RHC 55.058/CE, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Rel. p/ Acórdão Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 28/05/2015)
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir,por maioria, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Nefi Cordeiro, que lavrará o acórdão, vencido o Sr. Ministro Relator. Votaram com o Sr. Ministro Nefi Cordeiro os Srs. Ministros Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Maria Thereza de Assis Moura e Sebastião Reis Júnior (Presidente).

Data do Julgamento : 19/05/2015
Data da Publicação : DJe 28/05/2015
Órgão Julgador : T6 - SEXTA TURMA
Relator(a) : Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ (1158)
Relator a p acórdão : Ministro NEFI CORDEIRO (1159)
Informações adicionais : "[...] o fato de o paciente ser réu confesso, o que poderia estimular a interposição de recurso protelatório, bem como a possibilidade de desgaste da imagem do judiciário, por si sós, não justificam a denegação do direito de recorrer em liberdade, tendo-se em vista que o caráter excepcional da custódia cautelar não permite a sua decretação com base em meras conjecturas, devendo resultar de elementos concretos que demonstrem a sua necessidade. [...]". (VOTO VENCIDO) (MIN. ROGERIO SCHIETTI CRUZ) "[...] embora o paciente tenha permanecido em liberdade no transcurso da ação penal, nada impede que o juiz natural da causa, depois de instruído o feito e firmada a responsabilidade do acusado com a prolação da sentença, conclua pela necessidade do encarceramento provisório do sentenciado mediante indicação de circunstâncias que denotam o risco à ordem pública que sua liberdade representa".
Referência legislativa : LEG:FED LEI:008069 ANO:1990***** ECA-90 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ART:00122 INC:00002LEG:FED DEL:003689 ANO:1941***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00312
Veja : (DIREITO PENAL - CONSIDERAÇÃO ACERCA DA VIDA NA ÉPOCA DA MENORIDADE) STJ - RHC 43350-MS(PRISÃO PREVENTIVA - APLICAÇÃO DA LEI PENAL - RÉU FORAGIDO -APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA) STJ - RHC 41770-SE, HC 144080-MG, HC 71708-SE(PRISÃO PREVENTIVA - RECURSO EM LIBERDADE - RÉU CONFESSO) STJ - HC 306295-SP, HC 311201-SP
Mostrar discussão