main-banner

Jurisprudência


RHC 62869 / RJRECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS2015/0199418-0

Ementa
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MAJORADA. PRISÃO PREVENTIVA. GRAVIDADE CONCRETA DO DELITO. FUNDAMENTOS HÁBEIS A JUSTIFICAR A MEDIDA EXTREMA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. INSTRUÇÃO CRIMINAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO EVIDENCIADO. RECURSO DESPROVIDO. - Esta Corte Superior tem entendimento pacífico de que a custódia cautelar possui natureza excepcional, somente sendo possível sua imposição ou manutenção quando demonstrado, em decisão devidamente motivada, o preenchimento dos pressupostos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal - CPP. - Na hipótese, o Magistrado de primeiro grau, ao decretar a prisão preventiva do ora recorrente, utilizou-se de fundamentação idônea consubstanciada na gravidade concreta do delito evidenciada pela forma de seu cometimento, circunstância que justifica a custódia cautelar para garantia da ordem pública. Escorou-se, ainda, o julgador para decretar a custódia processual no fundamento de que se faz necessária para assegurar a instrução criminal. Recurso em habeas corpus desprovido. (RHC 62.869/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, Rel. p/ Acórdão Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 15/10/2015, DJe 09/12/2015)
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em conformidade com os votos e as notas taquigráficas a seguir, por maioria, negar provimento ao recurso ordinário em habeas corpus, nos termos do voto do Sr. Ministro Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), que lavrará o acórdão. Vencido o Sr. Ministro Relator. Votaram com o Sr. Ministro Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP) os Srs. Ministros Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião Reis Júnior e Rogerio Schietti Cruz.

Data do Julgamento : 15/10/2015
Data da Publicação : DJe 09/12/2015
Órgão Julgador : T6 - SEXTA TURMA
Relator(a) : Ministro NEFI CORDEIRO (1159)
Relator a p acórdão : Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP) (8370)
Informações adicionais : (VOTO VENCIDO) (MIN. NEFI CORDEIRO) "[...] a prisão preventiva se deu apenas com base na gravidade abstrata do delito e na presunção de reiteração criminosa, ausente a motivação quanto ao preenchimento dos requisitos do art. 312 do Código de Processo Penal, fundamentando somente em circunstâncias já elementares do tipo penal perseguido. A grave ameaça constitui-se em elementar do delito de extorsão, não constituindo anormais riscos ao processo ou à sociedade, a justificar concretamente a custódia cautelar. Ademais, a presunção de reiteração criminosa se deu sem a indicação de suporte fático, como histórico de incursões delitivas do acusado, falas suas de que voltaria a delinquir ou prova outra com igual sentido, o que indica a ausência de fundamentos para o decreto prisional. De rigor, portanto, que o recorrente possa aguardar em liberdade, em razão da falta de fundamento idôneo à prisão cautelar".
Referência legislativa : LEG:FED DEL:003689 ANO:1941***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00312
Mostrar discussão