main-banner

Jurisprudência


RMS 16357 / PIRECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA2003/0076957-2

Ementa
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA DO AGENTE PÚBLICO E DE SEU DEFENSOR PARA SESSÃO DE JULGAMENTO. 1. Compete ao Poder Judiciário apreciar, à luz dos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, a regularidade do procedimento administrativo disciplinar sem, contudo, reexaminar as provas para adentrar o mérito da decisão administrativa; havendo, porém, erro invencível, justifica-se a intervenção do Judiciário. Precedentes. 2. A ausência de notificação do recorrente e de seu advogado sobre as datas das sessões do Conselho Superior do Ministério Público - CSMP e do Colégio de Procuradores de Justiça - CPJ gera nulidade absoluta, pois ofende o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. 3. Recurso ordinário parcialmente provido. (RMS 16.357/PI, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 20/08/2015, DJe 08/09/2015)
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Ericson Maranho (Desembargador convocado do TJ/SP), Maria Thereza de Assis Moura, Sebastião Reis Júnior (Presidente) e Rogerio Schietti Cruz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Data do Julgamento : 20/08/2015
Data da Publicação : DJe 08/09/2015
Órgão Julgador : T6 - SEXTA TURMA
Relator(a) : Ministro NEFI CORDEIRO (1159)
Informações adicionais : No processo administrativo disciplinar, é possível que a autoridade julgadora altere a capitulação da infração disciplinar sugerida no relatório da comissão processante, pois a autoridade que impõe a pena está vinculada somente aos fatos apurados, dos quais o agente público irá se defender, conforme posicionamento firmado pelo STJ. É possível, em processo administrativo disciplinar, o uso de prova emprestada do inquérito policial para a formação da materialidade infracional e efetivar o princípio da verdade material, conforme entendimento do STJ. Não é nulo o processo administrativo disciplinar se as irregularidades formais apontadas pela parte não comprovarem prejuízo ao exercício da ampla defesa e do contraditório, conforme orientação do STJ.
Referência legislativa : LEG:FED CFB:****** ANO:1988***** CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ART:00005 INC:00054 INC:00055LEG:EST LCP:000012 ANO:1993 UF:PI(LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ - LOMPI)
Veja : (PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - RELATÓRIO DA COMISSÃO - PENAAPLICADA - VINCULAÇÃO) STJ - MS 13364-DF, MS 13099-DF, MS 12949-DF(PAD - PROVA EMPRESTADA - INQUÉRITO POLICIAL) STJ - MS 14667-DF(IRREGULARIDADE FORMAL - NULIDADE DO PAD - COMPROVAÇÃO DE PREJUÍZO) STJ - RMS 19607-PR(PAD - AMPLA DEFESA - NOTIFICAÇÃO PRÉVIA) STJ - MS 14016-DF
Mostrar discussão