main-banner

Jurisprudência


STF ACO 453 / PR - PARANÁ AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA

Ementa
AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA. ART. 102, I, F, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUTORIZAÇÃO LEGAL E CELEBRAÇÃO DE CONVÊNIOS ENTRE O ESTADO DO PARANÁ E A UNIÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE FERROVIA ENTRE OS MUNICÍPIOS DE APUCARANA E PONTA GROSSA. PEDIDO DE RESSARCIMENTO, FORMULADO PELO ESTADO DO PARANÁ, DE TODOS OS GASTOS QUE DESPENDEU NA EXECUÇÃO DA OBRA DO REFERIDO RAMAL FERROVIÁRIO, INTEGRALMENTE LOCALIZADO EM SEU TERRITÓRIO. APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CONTRATUAL DA UNIÃO ALCANÇADA POR MEIO DA INTERPRETAÇÃO DO CONVÊNIO FIRMADO EM 28.10.1968, MAS, SOBRETUDO, DAQUELE QUE O SUBSTITUIU, DE 23.07.1971, POSTERIORMENTE ADITADO EM 24.12.1973. AVENÇA CUJOS TERMOS DELIMITARAM, DE FORMA ESPECÍFICA, A RESPONSABILIDADE FINANCEIRA ASSUMIDA PELA UNIÃO, TRADUZIDA EM MONTANTE INFERIOR AOS CUSTOS GLOBAIS DO EMPREENDIMENTO. CONSTATAÇÃO, EM PERÍCIA JUDICIAL REALIZADA, DE QUE OS VALORES REPASSADOS PELA UNIÃO SOMADOS COM OS QUE SE VIU COMPELIDA A PAGAR PARA A EXTINÇÃO DA DÍVIDA DO ESTADO PARANAENSE COM O CONSÓRCIO TRANSCON-AMURADA (ACO 381) SUPERARAM, EM MUITO, O QUANTUM EFETIVAMENTE DEVIDO PELA REQUERIDA. ALEGAÇÃO DE INADIMPLÊNCIA REJEITADA. 1. Preliminares de inépcia da inicial, prescrição da pretensão indenizatória e perda do direito de regresso por falta de denunciação da lide rejeitadas por unanimidade. 2. O convênio firmado, em 23.07.1971, entre o Governo Federal e o Governo do Estado do Paraná cobriu todos os aspectos da avença anterior, de 28.10.1968, e deve, portanto, ser entendido como substitutivo desta última, cujas evidentes imperfeições veio a corrigir. 3. A União não deu cheque em branco, nem assumiu obrigação indeterminada, quando uniu esforços ao Estado do Paraná para a construção da ferrovia em questão, tendo, ao contrário, determinado com exatidão o alcance dos desembolsos a que se obrigara. 4. As leis estaduais que autorizaram o Governo do Paraná a celebrar os convênios examinados e a realizar a obra em seu território não possuem o condão de pautar os acordos celebrados com a União ou de gerar obrigações a serem atendidas pelo Governo Federal, sob pena de quebra do equilíbrio de esferas autônomas de poder no qual se baseia o princípio federativo. 5. Somente vinculam a administração pública federal os atos contratuais devidamente formalizados, não as meras manifestações voluntaristas partidas de eventuais ocupantes de cargos públicos. Os termos do que acordado somente poderiam ser alterados mediante celebração de convênio posterior (instrumento de mesma hierarquia) a modificar as condições expressamente assumidas no ato datado de 1971. 6. A perícia judicial levada a efeito nos autos demonstrou que, dentro dos lindes do convênio firmado, os valores repassados pela União acrescidos daqueles que se viu compelida a pagar ao consórcio autor da ACO 381 superaram, em muito, o quantum efetivamente devido ao Estado do Paraná. 7. Ação cível originária cujo pedido formulado se julga, por maioria de votos, improcedente.
Decisão
O Tribunal, por votação unânime, rejeitou as questões preliminares suscitadas, concernentes à alegação de prescrição, de inépcia da inicial e de falta de denunciação da lide por parte do autor, nos termos do voto do Relator. Em prosseguimento, e depois do voto do Ministro Ilmar Galvão (Relator), que julga improcedente a ação, o julgamento foi suspenso em virtude do pedido de vista formulado pelo Ministro Nelson Jobim. Declarou impedimento o Ministro Sepúlveda Pertence. Falaram, pelo autor, o Professor Roberto Rosas, e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Haroldo Ferraz da Nóbrega, Vice-Procurador-Geral da República. Plenário, 24.6.1998. Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Nelson Jobim, julgando procedente o pedido formulado, solicitou vista a Senhora Ministra Ellen Gracie. Impedido o Senhor Ministro Sepúlveda Pertence. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 12.12.2001. Decisão: Tomado o voto da Senhora Ministra Ellen Gracie, julgando improcedente o pedido formulado, e impondo ao autor, Estado do Paraná, o ônus da sucumbência, sendo os honorários advocatícios arbitrados, conforme o voto do Relator, o Senhor Ministro Ilmar Galvão, que, em seguida, indicou adiamento. Declarou impedimento o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Maurício Corrêa. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 19.02.2003 Decisão: Colhido o voto do Senhor Ministro Maurício Corrêa, acompanhando o voto do Relator, que reiterou o voto pretérito, julgando improcedente o pedido inicial, pediu vista o Senhor Ministro Carlos Velloso. Impedidos os Senhores Ministros Gilmar Mendes e Sepúlveda Pertence. Presidência do Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 27.02.2003. Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão, Relator, e dos votos dos Senhores Ministros Ellen Gracie, Carlos Velloso, Maurício Corrêa e Joaquim Barbosa, que julgavam improcedente a ação e condenavam o Estado do Paraná em 10% (dez por cento) de honorários advocatícios, e do voto do Senhor Ministro Nelson Jobim, que a julgava parcialmente procedente, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Marco Aurélio. Não votou o Senhor Ministro Carlos Britto por suceder ao Senhor Ministro Ilmar Galvão que proferira voto anteriormente. Impedidos os Senhores Ministros Sepúlveda Pertence e Gilmar Mendes. Presidência do Senhor Ministro Maurício Corrêa. Plenário, 01.10.2003. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Marco Aurélio, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo 1º da Resolução nº 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência do Senhor Ministro Maurício Corrêa. Plenário, 28.04.2004. Decisão: O Tribunal, por maioria, rejeitou o requerimento do Estado do Paraná, no sentido da renovação do julgamento, apresentado e acolhido pelo Senhor Ministro Marco Aurélio. Votou a Presidente. Em seguida, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente a ação, vencidos, em parte, o Senhor Ministro Nelson Jobim, que a julgava parcialmente procedente, e o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a julgava inteiramente procedente. Não votaram os Senhores Ministros Ricardo Lewandowski e Carlos Britto por sucederem, respectivamente, aos Senhores Ministros Carlos Velloso e Ilmar Galvão, que proferiram voto em assentada anterior. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Sepúlveda Pertence, Celso de Mello e, neste julgamento, o Senhor Ministro Gilmar Mendes, Eros Grau e a Senhora Ministra Cármen Lúcia. Presidiu o julgamento a Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 24.05.2007.

Data do Julgamento : Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ELLEN GRACIE (ART. 38, IV, b, DO RISTF)
Data da Publicação : DJe-026 DIVULG 14-02-2008 PUBLIC 15-02-2008 DJ 15-02-2008 EMENT VOL-02307-01 PP-00015
Órgão Julgador : undefined
Relator(a) : Min. ILMAR GALVÃO
Parte(s) : AUTOR: ESTADO DO PARANÁ ADV.: ROBERTO ROSAS ADV.: PGE-PR- CÉSAR AUGUSTO BINDER REU: UNIÃO ADV.: ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Mostrar discussão