STF ADI 2195 MC / MT - MATO GROSSO MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS EDITADAS PELO TRT/23ª REGIÃO - CARÁTER
NORMATIVO - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SOBRE IDÊNTICA
CONTROVÉRSIA, FIRMADOS EM SEDE DE MERA DELIBAÇÃO - EFICÁCIA EX TUNC
DA SUSPENSÃO CAUTELAR - POSSIBILIDADE - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS EMANADAS DE TRIBUNAIS
JUDICIÁRIOS, DESDE QUE REVESTIDAS DE CONTEÚDO NORMATIVO, QUALIFICAM-
SE COMO ESPÉCIES ESTATAIS SUSCETÍVEIS DE FISCALIZAÇÃO CONCENTRADA DE
CONSTITUCIONALIDADE.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(RTJ 138/436), em tema de fiscalização concentrada de
constitucionalidade, firmou-se no sentido de que a instauração desse
controle somente tem pertinência, se o ato estatal questionado
assumir a qualificação de espécie normativa, cujas notas tipológicas
derivam da conjugação de diversos elementos inerentes e essenciais à
sua própria compreensão: (a) coeficiente de generalidade abstrata,
(b) autonomia jurídica, (c) impessoalidade e (d) eficácia vinculante
das prescrições dele constantes.
A EFICÁCIA EX TUNC DA MEDIDA CAUTELAR NÃO SE PRESUME, POIS
DEPENDE DE EXPRESSA DETERMINAÇÃO CONSTANTE DA DECISÃO QUE A DEFERE,
EM SEDE DE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
- A medida cautelar, em ação direta de
inconstitucionalidade, reveste-se, ordinariamente, de eficácia ex
nunc, "operando, portanto, a partir do momento em que o Supremo
Tribunal Federal a defere" (RTJ 124/80). Excepcionalmente, no
entanto, e para que não se frustrem os seus objetivos, a medida
cautelar poderá projetar-se com eficácia ex tunc, em caráter
retroativo, com repercussão sobre situações pretéritas (RTJ 138/86).
Para que se outorgue eficácia ex tunc ao provimento cautelar, em
sede de ação direta de inconstitucionalidade, impõe-se que o Supremo
Tribunal Federal assim o determine, expressamente, na decisão que
conceder essa medida extraordinária (RTJ 164/506-509, 508, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - ADI 2.105-DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO).
Ementa
E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE -
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS EDITADAS PELO TRT/23ª REGIÃO - CARÁTER
NORMATIVO - PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SOBRE IDÊNTICA
CONTROVÉRSIA, FIRMADOS EM SEDE DE MERA DELIBAÇÃO - EFICÁCIA EX TUNC
DA SUSPENSÃO CAUTELAR - POSSIBILIDADE - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.
RESOLUÇÕES ADMINISTRATIVAS EMANADAS DE TRIBUNAIS
JUDICIÁRIOS, DESDE QUE REVESTIDAS DE CONTEÚDO NORMATIVO, QUALIFICAM-
SE COMO ESPÉCIES ESTATAIS SUSCETÍVEIS DE FISCALIZAÇÃO CONCENTRADA DE
CONSTITUCIONALIDADE.
- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(RTJ 138/436), em tema de fiscalização concentrada de
constitucionalidade, firmou-se no sentido de que a instauração desse
controle somente tem pertinência, se o ato estatal questionado
assumir a qualificação de espécie normativa, cujas notas tipológicas
derivam da conjugação de diversos elementos inerentes e essenciais à
sua própria compreensão: (a) coeficiente de generalidade abstrata,
(b) autonomia jurídica, (c) impessoalidade e (d) eficácia vinculante
das prescrições dele constantes.
A EFICÁCIA EX TUNC DA MEDIDA CAUTELAR NÃO SE PRESUME, POIS
DEPENDE DE EXPRESSA DETERMINAÇÃO CONSTANTE DA DECISÃO QUE A DEFERE,
EM SEDE DE AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
- A medida cautelar, em ação direta de
inconstitucionalidade, reveste-se, ordinariamente, de eficácia ex
nunc, "operando, portanto, a partir do momento em que o Supremo
Tribunal Federal a defere" (RTJ 124/80). Excepcionalmente, no
entanto, e para que não se frustrem os seus objetivos, a medida
cautelar poderá projetar-se com eficácia ex tunc, em caráter
retroativo, com repercussão sobre situações pretéritas (RTJ 138/86).
Para que se outorgue eficácia ex tunc ao provimento cautelar, em
sede de ação direta de inconstitucionalidade, impõe-se que o Supremo
Tribunal Federal assim o determine, expressamente, na decisão que
conceder essa medida extraordinária (RTJ 164/506-509, 508, Rel. Min.
CELSO DE MELLO - ADI 2.105-DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO).Decisão
O Tribunal, por maioria, vencido o presidente, conheceu da ação direta de inconstitucionalidade. No tema de fundo, deferiu a medida liminar, para suspender, até a decisão final da ação, com eficácia retroativa, as Resoluções nºs 004/2000 e 005/2000,
ambas editadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (MT), vencido, em parte, o Presidente, no que estabelecia efeitos à suspensão a partir deste julgamento. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Sepúlveda Pertence e Carlos
Velloso (Presidente), e, neste julgamento, o Senhor Ministro Nelson Jobim. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Marco Aurélio (Vice-Presidente). Plenário, 25.5.2000.
Data do Julgamento
:
25/05/2000
Data da Publicação
:
DJ 09-02-2001 PP-00018 EMENT VOL-02018-01 PP-00052
Órgão Julgador
:
Tribunal Pleno
Relator(a)
:
Min. CELSO DE MELLO
Parte(s)
:
REQTE. : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA
REQDO. : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 23ª REGIÃO
Referência legislativa
:
LEG-FED RAD-000004 ANO-2000
(TRT), (23ª REGIÃO), (MT).
LEG-FED RAD-000005 ANO-2000
(TRT), (23ª REGIÃO), (MT).
Observação
:
Veja: SS 1289, ADI 1652, ADI 1661, ADI 1781, ADI 1797, ADI 1801,
ADI 2094, ADI 2103, ADI 2105, ADI 2106, ADI 2107,
RTJ 124/80, RTJ 138/86, RTJ 152/779, RTJ 164/506.
OBS: 11,98%
Número de páginas: (11).
Análise:(CTM).
Revisão:(RCO/AAF).
Inclusão: 26/03/01, (SVF).
Alteração: 29/03/01, (SVF).
Alteração: 27/11/2017, CLS.
Mostrar discussão