STF ADI 2345 MC / SC - SANTA CATARINA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL Nº 11.393
, DE
03 DE MAIO DE 2000, DO ESTADO DE SANTA CATARINA, QUE TRATA DO
CANCELAMENTO
DE NOTIFICAÇÕES FISCAIS EMITIDAS COM BASE NA DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES
ECONÔMICO-FISCAIS - DIEF, ANO BASE DE 1998.
ALEGAÇÃO DE QUE TAL NORMA VIOLA O DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, 2º,
61,
§ 1º, INCISO II, ALÍNEA "b", E 155, § 2º, INCISO XII, ALÍNEA "g", DA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
MEDIDA CAUTELAR (ART. 170, § 1º, DO R.I.S.T.F.).
1. Não há dúvida de que a Lei em questão anula atos
administrativos, quando diz: "Ficam
canceladas as notificações fiscais emitidas com base na Declaração de
Informações Econômico
-Fiscais-DIEF, ano base 1998".
Ora, atos administrativos do Poder Executivo, se ilegais ou
inconstitucionais, podem ser
anulados, em princípio, pelo próprio Poder Executivo, ou, então, pelo
Judiciário, na via própria.
Não, assim, pelo Legislativo.
2. Afora isso, o art. 2o da Lei obriga o Estado a restituir, no
prazo de trinta dias, os valores
eventualmente recolhidos aos cofres públicos, decorrentes das
notificações fiscais canceladas.
3. E tudo sem iniciativa do Poder Executivo, o que seria, em
princípio, necessário, por se tratar
de matéria tributária (artigo 61, II, "b", da C.F.). Mesmo que se
qualifique a Lei impugnada, como de
anistia, que ao Legislativo caberia, em princípio, conceder (art. 48,
VIII, da Constituição), não deixaria
de ser uma anistia tributária, a exigir a iniciativa do Chefe do
Poder Executivo. Até porque provoca
repercussão no erário público, na arrecadação de tributos e,
conseqüentemente, na Administração
estadual.
4. Havendo, assim, repercussão no orçamento do Estado, diante da
referida obrigação de restituir,
parece violado, ao menos, o disposto no art. 165, III, da C.F., quando
atribui ao Poder Executivo a
iniciativa da lei orçamentária anual.
5. Por fim, o cancelamento das notificações, de certa forma, traz
benefício aos contribuintes de
I.C.M.S., sem observância do disposto no art. 155, § 2°, XII, "g", da
C.F., que exige Lei Complementar
para regular sua concessão, com a ressalva do parágrafo 8° do art. 34
do A.D.C.T.
6. Estando preenchidos os requisitos da plausibilidade jurídica
da Ação ("fumus boni iuris") e do
"periculum in mora", a medida cautelar é deferida, para se suspender,
"ex tunc", a eficácia da Lei n°
11.393, de 03.05.2000, do Estado de Santa Catarina.
7. Decisão unânime.
Ementa
- DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL Nº 11.393
, DE
03 DE MAIO DE 2000, DO ESTADO DE SANTA CATARINA, QUE TRATA DO
CANCELAMENTO
DE NOTIFICAÇÕES FISCAIS EMITIDAS COM BASE NA DECLARAÇÃO DE INFORMAÇÕES
ECONÔMICO-FISCAIS - DIEF, ANO BASE DE 1998.
ALEGAÇÃO DE QUE TAL NORMA VIOLA O DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, 2º,
61,
§ 1º, INCISO II, ALÍNEA "b", E 155, § 2º, INCISO XII, ALÍNEA "g", DA
CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
MEDIDA CAUTELAR (ART. 170, § 1º, DO R.I.S.T.F.).
1. Não há dúvida de que a Lei em questão anula atos
administrativos, quando diz: "Ficam
canceladas as notificações fiscais emitidas com base na Declaração de
Informações Econômico
-Fiscais-DIEF, ano base 1998".
Ora, atos administrativos do Poder Executivo, se ilegais ou
inconstitucionais, podem ser
anulados, em princípio, pelo próprio Poder Executivo, ou, então, pelo
Judiciário, na via própria.
Não, assim, pelo Legislativo.
2. Afora isso, o art. 2o da Lei obriga o Estado a restituir, no
prazo de trinta dias, os valores
eventualmente recolhidos aos cofres públicos, decorrentes das
notificações fiscais canceladas.
3. E tudo sem iniciativa do Poder Executivo, o que seria, em
princípio, necessário, por se tratar
de matéria tributária (artigo 61, II, "b", da C.F.). Mesmo que se
qualifique a Lei impugnada, como de
anistia, que ao Legislativo caberia, em princípio, conceder (art. 48,
VIII, da Constituição), não deixaria
de ser uma anistia tributária, a exigir a iniciativa do Chefe do
Poder Executivo. Até porque provoca
repercussão no erário público, na arrecadação de tributos e,
conseqüentemente, na Administração
estadual.
4. Havendo, assim, repercussão no orçamento do Estado, diante da
referida obrigação de restituir,
parece violado, ao menos, o disposto no art. 165, III, da C.F., quando
atribui ao Poder Executivo a
iniciativa da lei orçamentária anual.
5. Por fim, o cancelamento das notificações, de certa forma, traz
benefício aos contribuintes de
I.C.M.S., sem observância do disposto no art. 155, § 2°, XII, "g", da
C.F., que exige Lei Complementar
para regular sua concessão, com a ressalva do parágrafo 8° do art. 34
do A.D.C.T.
6. Estando preenchidos os requisitos da plausibilidade jurídica
da Ação ("fumus boni iuris") e do
"periculum in mora", a medida cautelar é deferida, para se suspender,
"ex tunc", a eficácia da Lei n°
11.393, de 03.05.2000, do Estado de Santa Catarina.
7. Decisão unânime.Decisão
Indexação
- VIDE EMENTA.
Legislação
LEG-FED CF ANO-1988
ART-00001 ART-00002 ART-00034 INC-00007
LET-A ART-00048 INC-00008 ART-00060
ART-00061 PAR-00001 INC-00002 LET-B
ART-00155 PAR-00002 INC-00012 LET-G
ART-00165 INC-00003
CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
LEG-EST LEI-011393 ANO-2000
ART-00001 ART-00002 ART-00003 ART-00004
ART-00005
(SC).
Observação
Votação: unânime.
Resultado: deferido o pedido de medida liminar para suspender, com
eficácia "ex tunc", a Lei 11393/2000, do Estado de Santa Catarina.
Acórdãos citados: ADI-84 (RTJ-156/359), ADI-103
(RTJ-130/10), ADI-1179 (RTJ-164/881), ADI-1247
(RTJ-168/754), ADI-1703 (RTJ-170/835).
Número de páginas: (20). Análise:(MML). Revisão:(AAF).
Inclusão: 27/06/03, (MLR).
Alteração: 14/01/05, (MLR).
Doutrina
OBRA: TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
AUTOR: NOBERTO BOBBIO
EDITORA: POLIS-UNB
ANO: 1989 PÁGINA: 53
Data do Julgamento
:
01/08/2002
Data da Publicação
:
DJ 28-03-2003 PP-00062 EMENT VOL-02104-02 PP-00211
Órgão Julgador
:
Tribunal Pleno
Relator(a)
:
Min. SYDNEY SANCHES
Parte(s)
:
REQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
ADVO. : PGE - SC - WALTER ZIGELLI
REQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA
CATARINA
Mostrar discussão