STF HC 68109 / PE - PERNAMBUCO HABEAS CORPUS
- "HABEAS CORPUS" - JÚRI - ABSOLVIÇÃO DO PACIENTE -
PROVIMENTO DE APELAÇÃO CRIMINAL DO ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO -
DELIMITAÇÃO DO ÂMBITO MATERIAL DO RECURSO - ALEGAÇÃO DE NULIDADE
POSTERIOR A PRONUNCIA - ERRONEA FORMULAÇÃO DOS QUESITOS -
INOCORRENCIA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO - PEDIDO DEFERIDO
EM PARTE.
- O princípio "tantum devolutum quantum appellatum" sofre,
no que concerne a sua aplicabilidade, sensivel restrição no
procedimento recursal instaurado pela interposição de apelação das
decisões proferidas pelo Tribunal do Júri. A apelação criminal, no
procedimento do Júri, não devolve, ordinariamente, ao Tribunal "ad
quem", o integral conhecimento da causa penal. A instância superior
fica necessariamente limitada aos motivos invocados pelo apelante no
ato de interposição recursal.
- A erronea formulação dos quesitos insere-se dentre as
varias hipóteses possiveis de nulidades posteriores a pronuncia.
A generica invocação de ocorrencia de nulidade posterior a
sentença de pronuncia, sem a especifica discriminação dessa causa de
nulidade, no ato de interposição recursal, não impede que o Tribunal
venha a identifica-la quando do julgamento do recurso. O Tribunal "ad
quem" que assim age não excede os limites tematicos da apelação
criminal deduzida e nem incide, por efeito consequencial, no vício do
julgamento "ultra petita".
Ementa
- "HABEAS CORPUS" - JÚRI - ABSOLVIÇÃO DO PACIENTE -
PROVIMENTO DE APELAÇÃO CRIMINAL DO ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO -
DELIMITAÇÃO DO ÂMBITO MATERIAL DO RECURSO - ALEGAÇÃO DE NULIDADE
POSTERIOR A PRONUNCIA - ERRONEA FORMULAÇÃO DOS QUESITOS -
INOCORRENCIA - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO - PEDIDO DEFERIDO
EM PARTE.
- O princípio "tantum devolutum quantum appellatum" sofre,
no que concerne a sua aplicabilidade, sensivel restrição no
procedimento recursal instaurado pela interposição de apelação das
decisões proferidas pelo Tribunal do Júri. A apelação criminal, no
procedimento do Júri, não devolve, ordinariamente, ao Tribunal "ad
quem", o integral conhecimento da causa penal. A instância superior
fica necessariamente limitada aos motivos invocados pelo apelante no
ato de interposição recursal.
- A erronea formulação dos quesitos insere-se dentre as
varias hipóteses possiveis de nulidades posteriores a pronuncia.
A generica invocação de ocorrencia de nulidade posterior a
sentença de pronuncia, sem a especifica discriminação dessa causa de
nulidade, no ato de interposição recursal, não impede que o Tribunal
venha a identifica-la quando do julgamento do recurso. O Tribunal "ad
quem" que assim age não excede os limites tematicos da apelação
criminal deduzida e nem incide, por efeito consequencial, no vício do
julgamento "ultra petita".Decisão
Por unanimidade, a Turma conheceu, em parte, do habeas corpus e, nessa parte, o indeferiu. E, por maioria, contra o voto do Sr. Ministro Marco Aurélio, a Turma deixou de determinar a remessa dos autos ao Tribunal local para prosseguimento do writ,
contra o ato do Juiz singular, na parte em que a Turma não conheceu. 2ª. Turma, 14/04/92.
Data do Julgamento
:
26/03/1991
Data da Publicação
:
DJ 21-02-1992 PP-01693 EMENT VOL-01650-01 PP-00123 RTJ VOL-00136-02 PP-00606
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. CELSO DE MELLO
Parte(s)
:
IMPTE.(S): MARYSE HORTA DE ARAUJO
COATOR(A/S)(ES): TRIBUNAL DE ALCADA CRIMINAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PACTE.(S): BENITES MENDONCA SILVEIRA
Mostrar discussão