STF HC 71044 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS
E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA -
PRETENDIDA OBSERVÂNCIA DO ART. 384, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP -
INAPLICABILIDADE - FATOS QUE FORAM DESCRITOS, COM CLAREZA, NA
DENÚNCIA - HIPÓTESE DE SIMPLES "EMENDATIO LIBELLI" -
APLICABILIDADE DO ART. 383 DO CPP - ALEGADO DESRESPEITO À
GARANTIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - RÉU
ASSISTIDO POR ADVOGADO POR ELE PRÓPRIO CONSTITUÍDO - ALEGAÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS PARA A CONDENAÇÃO PENAL DO PACIENTE -
INVIABILIDADE DESSE EXAME NA SEDE PROCESSUAL DO "HABEAS CORPUS" -
PEDIDO INDEFERIDO.
DENÚNCIA QUE DESCREVE, DE MODO PRECISO,
OS "ESSENTIALIA DELICTI" - IRRELEVÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA
- HIPÓTESE DE MERA "EMENDATIO LIBELLI".
- Se o magistrado
reconhecer a possibilidade de atribuir, ao fato delituoso, quando
da prolação da sentença, qualificação jurídica diversa daquela
que constou da peça acusatória, essa conduta judicial não
ofenderá o direito de defesa do acusado, desde que a nova
capitulação encontre apoio em circunstância elementar que se
contenha, de modo explícito ou implícito, na denúncia ou na
queixa. É que, em tal contexto, essa atuação processual do
magistrado, plenamente legitimada pelo que dispõe o art. 383 do
CPP, configurará mera hipótese de "emendatio libelli". Doutrina.
Precedentes.
"MUTATIO LIBELLI" - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA
DO ART. 384 DO CPP - SITUAÇÃO INOCORRENTE NA ESPÉCIE.
- O réu
não pode ser condenado por fatos cuja descrição não se contenha,
explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa, impondo-se,
por tal razão, ao Estado, em respeito à garantia da plenitude de
defesa, a necessária observância do princípio da correlação entre
imputação e sentença ("quod non est in libello, non est in
mundo").
Cabe, ao juiz - quando constatar a existência, nos
autos, de prova evidenciadora de circunstância elementar, não
contida, explícita ou implicitamente, na peça acusatória -,
adotar, sob pena de nulidade, as providências a que se refere o
art. 384 do CPP, que dispõe sobre a "mutatio libelli", ensejando,
então, ao acusado, por efeito da garantia constitucional de
defesa, o exercício das prerrogativas que essa norma legal lhe
confere, seja na hipótese de "mutatio libelli" sem aditamento
(CPP, art. 384, "caput"), seja no caso de "mutatio libelli" com
aditamento (CPP, art. 384, parágrafo único). Hipóteses
inocorrentes na espécie, por se achar configurada mera situação
de "emendatio libelli" (CPP, art. 383).
IMPOSSIBILIDADE DE
EXAME DA PROVA PENAL EM SEDE DE "HABEAS CORPUS".
- O caráter
sumaríssimo da via excepcional do processo de "habeas corpus"
impede que temas associados à análise do conjunto probatório
sejam apreciados no âmbito estreito do "writ" constitucional.
Precedentes.
Ementa
E M E N T A: "HABEAS CORPUS" - ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA -
PRETENDIDA OBSERVÂNCIA DO ART. 384, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP -
INAPLICABILIDADE - FATOS QUE FORAM DESCRITOS, COM CLAREZA, NA
DENÚNCIA - HIPÓTESE DE SIMPLES "EMENDATIO LIBELLI" -
APLICABILIDADE DO ART. 383 DO CPP - ALEGADO DESRESPEITO À
GARANTIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - RÉU
ASSISTIDO POR ADVOGADO POR ELE PRÓPRIO CONSTITUÍDO - ALEGAÇÃO DE
INSUFICIÊNCIA DE PROVAS PARA A CONDENAÇÃO PENAL DO PACIENTE -
INVIABILIDADE DESSE EXAME NA SEDE PROCESSUAL DO "HABEAS CORPUS" -
PEDIDO INDEFERIDO.
DENÚNCIA QUE DESCREVE, DE MODO PRECISO,
OS "ESSENTIALIA DELICTI" - IRRELEVÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA
- HIPÓTESE DE MERA "EMENDATIO LIBELLI".
- Se o magistrado
reconhecer a possibilidade de atribuir, ao fato delituoso, quando
da prolação da sentença, qualificação jurídica diversa daquela
que constou da peça acusatória, essa conduta judicial não
ofenderá o direito de defesa do acusado, desde que a nova
capitulação encontre apoio em circunstância elementar que se
contenha, de modo explícito ou implícito, na denúncia ou na
queixa. É que, em tal contexto, essa atuação processual do
magistrado, plenamente legitimada pelo que dispõe o art. 383 do
CPP, configurará mera hipótese de "emendatio libelli". Doutrina.
Precedentes.
"MUTATIO LIBELLI" - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA
DO ART. 384 DO CPP - SITUAÇÃO INOCORRENTE NA ESPÉCIE.
- O réu
não pode ser condenado por fatos cuja descrição não se contenha,
explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa, impondo-se,
por tal razão, ao Estado, em respeito à garantia da plenitude de
defesa, a necessária observância do princípio da correlação entre
imputação e sentença ("quod non est in libello, non est in
mundo").
Cabe, ao juiz - quando constatar a existência, nos
autos, de prova evidenciadora de circunstância elementar, não
contida, explícita ou implicitamente, na peça acusatória -,
adotar, sob pena de nulidade, as providências a que se refere o
art. 384 do CPP, que dispõe sobre a "mutatio libelli", ensejando,
então, ao acusado, por efeito da garantia constitucional de
defesa, o exercício das prerrogativas que essa norma legal lhe
confere, seja na hipótese de "mutatio libelli" sem aditamento
(CPP, art. 384, "caput"), seja no caso de "mutatio libelli" com
aditamento (CPP, art. 384, parágrafo único). Hipóteses
inocorrentes na espécie, por se achar configurada mera situação
de "emendatio libelli" (CPP, art. 383).
IMPOSSIBILIDADE DE
EXAME DA PROVA PENAL EM SEDE DE "HABEAS CORPUS".
- O caráter
sumaríssimo da via excepcional do processo de "habeas corpus"
impede que temas associados à análise do conjunto probatório
sejam apreciados no âmbito estreito do "writ" constitucional.
Precedentes.Decisão
A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. 1a. Turma
04.10.94.
Data do Julgamento
:
04/10/1994
Data da Publicação
:
DJ 02-02-2007 PP-00114 EMENT VOL-02262-03 PP-00529
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. CELSO DE MELLO
Parte(s)
:
PACTE. : MARCOS ROGERIO DA SILVA
IMPTE. : MARCOS ROGERIO DA SILVA
COATOR : TRIBUNAL DE ALÇADA CRIMINAL DO ESTADO DE SÃO
PAULO
Mostrar discussão