STF HC 84442 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE PRONUNCIADO POR HOMICÍDIO
QUALIFICADO. ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL DECORRENTE DA
NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO ANTES DA JUNTADA AOS AUTOS DA CARTA
PRECATÓRIA EXPEDIDA COM VISTAS À INTIMAÇÃO DO RÉU PARA A
CONSTITUIÇÃO DE NOVO PATRONO; NÃO-COMPARECIMENTO DO RÉU, QUE SE
ENCONTRAVA PRESO, AOS INTERROGATÓRIOS DAS TESTEMUNHAS; DEFICIÊNCIA
DA DEFESA TÉCNICA PROMOVIDA PELO ADVOGADO DATIVO, TRADUZIDA,
ESPECIALMENTE, NA AUSÊNCIA DE RECURSO CONTRA A SENTENÇA DE PRONÚNCIA
E ARROLAMENTO DAS MESMAS TESTEMUNHAS APRESENTADAS PELA ACUSAÇÃO.
A
nomeação do defensor dativo, embora anterior à juntada da carta
precatória expedida para que o acusado nomeasse novo patrono, nenhum
prejuízo causou. Ao contrário, cuidou-se de precaução do douto
magistrado para que o réu não ficasse sem assistência no
interrogatório das testemunhas. Ademais, o réu foi devidamente
intimado, e com bastante antecedência, da audiência marcada, bem
como da renúncia de seu defensor. Contudo, mesmo conhecedor da
proximidade da dita audiência, quedou inerte o paciente, deixando de
providenciar a nomeação de outro advogado.
Pacífica a
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal de ser relativa a
nulidade decorrente do não-comparecimento do acusado ao
interrogatório das testemunhas (cf. HC nº 75.225), inexistindo, por
outro lado, indícios de prejuízo à defesa.
Quanto à mencionada
deficiência da defesa técnica do paciente, o acórdão impugnado
demonstrou com precedente desta colenda Corte a não-obrigatoriedade
de recurso pelo defensor. De mais a mais, consta dos autos documento
denominado "Termo de Renúncia ao Direito de Recurso", preenchido
pessoalmente pelo acusado, no qual declara "estar conformado com a
decisão, não desejando dela recorrer para a Superior Instância". Por
fim, o advogado dativo não permaneceu inerte durante a instrução.
Ao revés, formulou perguntas a várias das testemunhas, sendo que as
alegações finais apresentadas pelo causídico ficaram longe de ser
meramente burocráticas. Diante desse panorama, não se evidencia
prejuízo efetivo ao paciente, resultante da atuação da defesa
técnica.
Habeas corpus indeferido.
Ementa
HABEAS CORPUS. PACIENTE PRONUNCIADO POR HOMICÍDIO
QUALIFICADO. ALEGAÇÃO DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL DECORRENTE DA
NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO ANTES DA JUNTADA AOS AUTOS DA CARTA
PRECATÓRIA EXPEDIDA COM VISTAS À INTIMAÇÃO DO RÉU PARA A
CONSTITUIÇÃO DE NOVO PATRONO; NÃO-COMPARECIMENTO DO RÉU, QUE SE
ENCONTRAVA PRESO, AOS INTERROGATÓRIOS DAS TESTEMUNHAS; DEFICIÊNCIA
DA DEFESA TÉCNICA PROMOVIDA PELO ADVOGADO DATIVO, TRADUZIDA,
ESPECIALMENTE, NA AUSÊNCIA DE RECURSO CONTRA A SENTENÇA DE PRONÚNCIA
E ARROLAMENTO DAS MESMAS TESTEMUNHAS APRESENTADAS PELA ACUSAÇÃO.
A
nomeação do defensor dativo, embora anterior à juntada da carta
precatória expedida para que o acusado nomeasse novo patrono, nenhum
prejuízo causou. Ao contrário, cuidou-se de precaução do douto
magistrado para que o réu não ficasse sem assistência no
interrogatório das testemunhas. Ademais, o réu foi devidamente
intimado, e com bastante antecedência, da audiência marcada, bem
como da renúncia de seu defensor. Contudo, mesmo conhecedor da
proximidade da dita audiência, quedou inerte o paciente, deixando de
providenciar a nomeação de outro advogado.
Pacífica a
jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal de ser relativa a
nulidade decorrente do não-comparecimento do acusado ao
interrogatório das testemunhas (cf. HC nº 75.225), inexistindo, por
outro lado, indícios de prejuízo à defesa.
Quanto à mencionada
deficiência da defesa técnica do paciente, o acórdão impugnado
demonstrou com precedente desta colenda Corte a não-obrigatoriedade
de recurso pelo defensor. De mais a mais, consta dos autos documento
denominado "Termo de Renúncia ao Direito de Recurso", preenchido
pessoalmente pelo acusado, no qual declara "estar conformado com a
decisão, não desejando dela recorrer para a Superior Instância". Por
fim, o advogado dativo não permaneceu inerte durante a instrução.
Ao revés, formulou perguntas a várias das testemunhas, sendo que as
alegações finais apresentadas pelo causídico ficaram longe de ser
meramente burocráticas. Diante desse panorama, não se evidencia
prejuízo efetivo ao paciente, resultante da atuação da defesa
técnica.
Habeas corpus indeferido.Decisão
A Turma indeferiu o pedido de "habeas corpus". Unânime. Presidiu o
julgamento o Ministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente, o
Ministro Sepúlveda Pertence. 1ª Turma, 30.11.2004.
Data do Julgamento
:
30/11/2004
Data da Publicação
:
DJ 25-02-2005 PP-00029 EMENT VOL-02181-01 PP-00111 LEXSTF v. 27, n. 316, 2005, p. 427-439 RTJ VOL-00194-02 PP-00627
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. CARLOS BRITTO
Parte(s)
:
PACTE.(S) : CICERO HENRIQUE FERREIRA
IMPTE.(S) : ODILON GONÇALVES ROSA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Mostrar discussão