STF HC 84484 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS
EMENTA: HABEAS CORPUS. DECRETAÇÃO DA PRISÃO DE DEPOSITÁRIO JUDICIAL
INFIEL. MODALIDADE DE SEGREGAÇÃO DA LIBERDADE QUE NÃO DECORRE DE
UMA RELAÇÃO CONTRATUAL, MAS, SIM, DO MUNUS PUBLICO ASSUMIDO PELO
DEPOSITÁRIO. ALEGAÇÕES DE QUE PARTE DOS BENS PENHORADOS JÁ FOI
DESENVOLVIDA E DE QUE O PACIENTE JÁ ESTAVA DESLIGADO DA PESSOA
JURÍDICA EXECUTADA. AFIRMAÇÕES NÃO RESPALDADAS PELOS ELEMENTOS DOS
AUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DA MATÉRIA DE FATO.
O
depositário judicial assume o munus publico de órgão auxiliar da
Justiça, pois a ele é confiada a guarda dos bens que garantirão a
efetividade da decisão a ser proferida no processo judicial. É o
vínculo funcional entre o Juízo e o depositário que permite,
verificada a infidelidade, a decretação da prisão deste último. Não
se trata, portanto, de hipótese de prisão contratual. É esta a
natureza não-contratual do vínculo que faz com que a medida de
constrição de liberdade individual se enquadre na ressalva
constitucional do inciso LXVII do art. 5º da Constituição da
República.
As alegações de que parte dos bens já foi devolvida, bem
assim de que o depositário judicial já se havia desligado de sua
empresa, são contrariadas pelos documentos dos autos, sendo inviável
o reexame aprofundado do acervo probatório em sede de habeas
corpus.
Ordem denegada.
Ementa
HABEAS CORPUS. DECRETAÇÃO DA PRISÃO DE DEPOSITÁRIO JUDICIAL
INFIEL. MODALIDADE DE SEGREGAÇÃO DA LIBERDADE QUE NÃO DECORRE DE
UMA RELAÇÃO CONTRATUAL, MAS, SIM, DO MUNUS PUBLICO ASSUMIDO PELO
DEPOSITÁRIO. ALEGAÇÕES DE QUE PARTE DOS BENS PENHORADOS JÁ FOI
DESENVOLVIDA E DE QUE O PACIENTE JÁ ESTAVA DESLIGADO DA PESSOA
JURÍDICA EXECUTADA. AFIRMAÇÕES NÃO RESPALDADAS PELOS ELEMENTOS DOS
AUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DA MATÉRIA DE FATO.
O
depositário judicial assume o munus publico de órgão auxiliar da
Justiça, pois a ele é confiada a guarda dos bens que garantirão a
efetividade da decisão a ser proferida no processo judicial. É o
vínculo funcional entre o Juízo e o depositário que permite,
verificada a infidelidade, a decretação da prisão deste último. Não
se trata, portanto, de hipótese de prisão contratual. É esta a
natureza não-contratual do vínculo que faz com que a medida de
constrição de liberdade individual se enquadre na ressalva
constitucional do inciso LXVII do art. 5º da Constituição da
República.
As alegações de que parte dos bens já foi devolvida, bem
assim de que o depositário judicial já se havia desligado de sua
empresa, são contrariadas pelos documentos dos autos, sendo inviável
o reexame aprofundado do acervo probatório em sede de habeas
corpus.
Ordem denegada.Decisão
A Turma indeferiu o pedido de habeas corpus. Unânime. Presidiu o
julgamento o Ministro Marco Aurélio. Ausente, justificadamente, o
Ministro Sepúlveda Pertence. 1a. Turma, 30.11.2004.
Data do Julgamento
:
30/11/2004
Data da Publicação
:
DJ 07-10-2005 PP-00027 EMENT VOL-02208-02 PP-00251 RTJ VOL-00196-01 PP-00240 LEXSTF v. 27, n. 324, 2005, p. 391-402 RDDP n. 33, 2005, p. 150-155 RMP n. 28, 2008, p. 365-373
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. CARLOS BRITTO
Parte(s)
:
PACTE.(S) : EDUARDO BAPTISTA MACEDO
IMPTE.(S) : OSVALDO J. PACHECO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Mostrar discussão