STF HC 84517 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS
EMENTA: I. Habeas corpus: cabimento: direito probatório.
Não cabe
o habeas corpus para solver controvérsia de fato dependente da
ponderação de provas desencontradas; cabe, entretanto, para aferir a
idoneidade jurídica ou não das provas onde se fundou a decisão
condenatória.
II. Chamada dos co-réus na fase policial e o
reconhecimento de um deles: inidoneidade para restabelecer a
validade da confissão extrajudicial, retratada em Juízo.
Não se
pode restabelecer a validade da confissão extrajudicial, negando-se
valor à retratação, sob o fundamento de que esta é incompatível e
discordante das "demais provas colhidas" (C. Pr. Penal, art. 197),
especialmente as chamadas dos co-réus na fase policial e o
reconhecimento de um deles, que de nada servem para embasar a
condenação do Paciente.
A chamada de co-réu, ainda que formalizada
em Juízo, é inadmissível para lastrear a condenação (Precedentes:
HHCC 74.368, Pleno, Pertence, DJ 28.11.97; 81.172, 1ª T, Pertence,
DJ 07.3.03).
Insuficiência dos elementos restantes para
fundamentar a condenação.
III. Nemo tenetur se detegere: direito
ao silêncio.
Além de não ser obrigado a prestar esclarecimentos, o
paciente possui o direito de não ver interpretado contra ele o seu
silêncio.
IV. Ordem concedida, para cassar a condenação.
Ementa
I. Habeas corpus: cabimento: direito probatório.
Não cabe
o habeas corpus para solver controvérsia de fato dependente da
ponderação de provas desencontradas; cabe, entretanto, para aferir a
idoneidade jurídica ou não das provas onde se fundou a decisão
condenatória.
II. Chamada dos co-réus na fase policial e o
reconhecimento de um deles: inidoneidade para restabelecer a
validade da confissão extrajudicial, retratada em Juízo.
Não se
pode restabelecer a validade da confissão extrajudicial, negando-se
valor à retratação, sob o fundamento de que esta é incompatível e
discordante das "demais provas colhidas" (C. Pr. Penal, art. 197),
especialmente as chamadas dos co-réus na fase policial e o
reconhecimento de um deles, que de nada servem para embasar a
condenação do Paciente.
A chamada de co-réu, ainda que formalizada
em Juízo, é inadmissível para lastrear a condenação (Precedentes:
HHCC 74.368, Pleno, Pertence, DJ 28.11.97; 81.172, 1ª T, Pertence,
DJ 07.3.03).
Insuficiência dos elementos restantes para
fundamentar a condenação.
III. Nemo tenetur se detegere: direito
ao silêncio.
Além de não ser obrigado a prestar esclarecimentos, o
paciente possui o direito de não ver interpretado contra ele o seu
silêncio.
IV. Ordem concedida, para cassar a condenação.Decisão
A Turma deferiu o pedido de "habeas corpus", nos termos do voto do
Relator. Unânime. 1ª Turma, 19.10.2004.
Data do Julgamento
:
19/10/2004
Data da Publicação
:
DJ 19-11-2004 PP-00029 EMENT VOL-02173-02 PP-00244 LEXSTF v. 26, n. 312, 2005, p. 387-397 RT v. 94, n. 833, 2005, p. 478-483
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Parte(s)
:
PACTE.(S) : MARCELO DE SOUSA DA SILVA OU MARCELO DE SOUZA
DA SILVA OU MARCELO SOUSA SILVA OU MARCELO SOUZA
DA SILVA OU MARCELO SOUZA E SILVA OU MARCELO DE
SOUZA SILVA OU MARCELO SOUZA SILVA
IMPTE.(S) : MARCELO DE SOUSA DA SILVA
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Mostrar discussão