STF HC 84680 / PA - PARÁ HABEAS CORPUS
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE DENUNCIADO POR HOMICÍDIO
QUALIFICADO. ALEGADA NULIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA QUE FAZ
REFERÊNCIA À REPERCUSSÃO NACIONAL DO CRIME, A CLAMOR PÚBLICO E À
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA NA LOCALIDADE EM QUE O CRIME FOI
COMETIDO.
No julgamento do HC nº 80.717, o Plenário deste Supremo
Tribunal Federal reafirmou a ilegalidade da segregação, quando
embasada unicamente na gravidade do fato, na hediondez do delito ou
no clamor público. Nesse julgado, a corrente que prevaleceu
registrou que o modo e a execução do crime, bem como a conduta do
acusado antes e depois do delito, poderiam servir de respaldo para
legitimar a prisão preventiva com base na ordem pública. Para tanto,
é preciso que se evidencie a intranqüilidade no meio social que o
réu, em liberdade, poderia causar.
Ainda sobre "a garantia da ordem
pública", os precedentes de ambas as Turmas desta colenda Corte, e
mais recentemente o Plenário, consignam a possibilidade de
enquadrar-se nesse fundamento a prisão preventiva decretada com
vistas a evitar que o acusado pratique novos delitos, incluindo, aí,
a incolumidade física das pessoas, sobretudo daquelas que querem
colaborar com a Justiça.
Aplicando os precedentes jurisprudenciais
a este caso, é de se afastar prontamente as referências à
"repercussão de âmbito nacional" e "ao clamor público" enquanto
fundamentos válidos à decretação da custódia do paciente. Resta,
porém, um motivo que, pela excepcionalidade do caso, é suficiente
para manter a custódia do paciente. É que o decreto prisional deixa
claro o temor das testemunhas e a insegurança na localidade em que o
crime foi cometido. Na espécie, a necessidade da custódia fica
ainda mais evidente quando o referido decreto menciona outro
elemento agravador da situação, consistente no isolamento da
localidade em que o delito foi cometido e a pequena presença do
Estado na região, conhecida pelos violentos conflitos fundiários.
Habeas corpus indeferido.
Ementa
HABEAS CORPUS. PACIENTE DENUNCIADO POR HOMICÍDIO
QUALIFICADO. ALEGADA NULIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA QUE FAZ
REFERÊNCIA À REPERCUSSÃO NACIONAL DO CRIME, A CLAMOR PÚBLICO E À
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA NA LOCALIDADE EM QUE O CRIME FOI
COMETIDO.
No julgamento do HC nº 80.717, o Plenário deste Supremo
Tribunal Federal reafirmou a ilegalidade da segregação, quando
embasada unicamente na gravidade do fato, na hediondez do delito ou
no clamor público. Nesse julgado, a corrente que prevaleceu
registrou que o modo e a execução do crime, bem como a conduta do
acusado antes e depois do delito, poderiam servir de respaldo para
legitimar a prisão preventiva com base na ordem pública. Para tanto,
é preciso que se evidencie a intranqüilidade no meio social que o
réu, em liberdade, poderia causar.
Ainda sobre "a garantia da ordem
pública", os precedentes de ambas as Turmas desta colenda Corte, e
mais recentemente o Plenário, consignam a possibilidade de
enquadrar-se nesse fundamento a prisão preventiva decretada com
vistas a evitar que o acusado pratique novos delitos, incluindo, aí,
a incolumidade física das pessoas, sobretudo daquelas que querem
colaborar com a Justiça.
Aplicando os precedentes jurisprudenciais
a este caso, é de se afastar prontamente as referências à
"repercussão de âmbito nacional" e "ao clamor público" enquanto
fundamentos válidos à decretação da custódia do paciente. Resta,
porém, um motivo que, pela excepcionalidade do caso, é suficiente
para manter a custódia do paciente. É que o decreto prisional deixa
claro o temor das testemunhas e a insegurança na localidade em que o
crime foi cometido. Na espécie, a necessidade da custódia fica
ainda mais evidente quando o referido decreto menciona outro
elemento agravador da situação, consistente no isolamento da
localidade em que o delito foi cometido e a pequena presença do
Estado na região, conhecida pelos violentos conflitos fundiários.
Habeas corpus indeferido.Decisão
Por maioria de votos, a Turma indeferiu o pedido de "habeas corpus".
Vencido o Ministro Marco Aurélio, que o deferia. Falou pelo paciente o
Dr. Jorge Luiz Anjos Tangerino. 1ª Turma, 14.12.2004.
Data do Julgamento
:
14/12/2004
Data da Publicação
:
DJ 15-04-2005 PP-00028 EMENT VOL-02187-02 PP-00397 LEXSTF v. 27, n. 318, 2005, p. 386-402 RTJ VOL-00195-01 PP-00155
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. CARLOS BRITTO
Parte(s)
:
PACTE.(S) : ALEXANDRE MANOEL TREVISAN
IMPTE.(S) : JORGE LUIZ ANJOS TANGERINO
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Mostrar discussão