STF HC 85200 / RJ - RIO DE JANEIRO HABEAS CORPUS
EMENTA: HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO. PACIENTE PRESA
EM SÃO PAULO, RESPONDENDO À AÇÃO PENAL NO RIO DE JANEIRO.
CONDENAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA: AUSÊNCIA DA RÉ NOS ATOS
PROCESSUAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ENTREVISTAR-SE COM A DEFENSORA
NOMEADA EM OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO.
1. Paciente condenada por
crime de extorsão mediante seqüestro. Ação penal em curso no Rio de
Janeiro. Paciente presa em São Paulo. Ausência de contato com o
processo em que figurou como ré. Impossibilidade de indicar
testemunhas e de entrevistar-se com a Defensora Pública designada no
Rio de Janeiro. Cerceamento de defesa.
2. A falta de recursos
materiais a inviabilizar as garantias constitucionais dos acusados
em processo penal é inadmissível, na medida em que implica
disparidade dos meios de manifestação entre a acusação e a defesa,
com graves reflexos em um dos bens mais valiosos da vida, a
liberdade.
3. A circunstância de que a paciente poderia contatar a
Defensora Pública por telefone e cartas, aventada no ato impugnado,
não tem a virtude de sanar a nulidade alegada, senão o intuito de
contorná-la, resultando franco prejuízo à defesa, sabido que a
comunicação entre presos e pessoas alheias ao sistema prisional é
restrita ou proibida.
Ordem concedida.
Ementa
HABEAS CORPUS. EXTORSÃO MEDIANTE SEQÜESTRO. PACIENTE PRESA
EM SÃO PAULO, RESPONDENDO À AÇÃO PENAL NO RIO DE JANEIRO.
CONDENAÇÃO. CERCEAMENTO DE DEFESA: AUSÊNCIA DA RÉ NOS ATOS
PROCESSUAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ENTREVISTAR-SE COM A DEFENSORA
NOMEADA EM OUTRA UNIDADE DA FEDERAÇÃO.
1. Paciente condenada por
crime de extorsão mediante seqüestro. Ação penal em curso no Rio de
Janeiro. Paciente presa em São Paulo. Ausência de contato com o
processo em que figurou como ré. Impossibilidade de indicar
testemunhas e de entrevistar-se com a Defensora Pública designada no
Rio de Janeiro. Cerceamento de defesa.
2. A falta de recursos
materiais a inviabilizar as garantias constitucionais dos acusados
em processo penal é inadmissível, na medida em que implica
disparidade dos meios de manifestação entre a acusação e a defesa,
com graves reflexos em um dos bens mais valiosos da vida, a
liberdade.
3. A circunstância de que a paciente poderia contatar a
Defensora Pública por telefone e cartas, aventada no ato impugnado,
não tem a virtude de sanar a nulidade alegada, senão o intuito de
contorná-la, resultando franco prejuízo à defesa, sabido que a
comunicação entre presos e pessoas alheias ao sistema prisional é
restrita ou proibida.
Ordem concedida.Decisão
A Turma deferiu o pedido de habeas corpus para anular integralmente o
processo a partir do interrogatório, inclusive, e determinou a soltura
da paciente, se por al, nos termos do voto do Relator. Unânime. Falou
pela paciente a Dra. Beatriz Rizzo. 1ª Turma, 08.11.2005.
Data do Julgamento
:
08/11/2005
Data da Publicação
:
DJ 03-02-2006 PP-00031 EMENT VOL-02219-04 PP-00777 RB v. 18, n. 510, 2006, p. 31-35 RT v. 95, n. 849, 2006, p. 480-486 RMDPPP v. 2, n. 10, 2006, p. 97-105
Órgão Julgador
:
Primeira Turma
Relator(a)
:
Min. EROS GRAU
Parte(s)
:
PACTE.(S) : KARLA DE MENESES
IMPTE.(S) : CARMEN DA COSTA BARROS
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Mostrar discussão