main-banner

Jurisprudência


STF Inq 1544 QO / PI - PIAUÍ QUESTÃO DE ORDEM NO INQUÉRITO

Ementa
E M E N T A: DENÚNCIA CONTRA DEPUTADO FEDERAL RECEBIDA POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DESSE ÓRGÃO JUDICIÁRIO - NULIDADE - INOCORRÊNCIA DE INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO PENAL - CONSUMAÇÃO DO LAPSO PRESCRICIONAL - EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. O RESPEITO AO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL - QUE SE IMPÕE À OBSERVÂNCIA DOS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO - TRADUZ INDISPONÍVEL GARANTIA CONSTITUCIONAL OUTORGADA A QUALQUER ACUSADO, EM SEDE PENAL. - O Supremo Tribunal Federal qualifica-se como juiz natural dos membros do Congresso Nacional (RTJ 137/570 - RTJ 151/402), quaisquer que sejam as infrações penais a eles imputadas (RTJ 33/590), mesmo que se cuide de simples ilícitos contravencionais (RTJ 91/423) ou se trate de crimes sujeitos à competência dos ramos especializados da Justiça da União (RTJ 63/1 - RTJ 166/785-786). Precedentes. SOMENTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, EM SUA CONDIÇÃO DE JUIZ NATURAL DOS MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL, PODE RECEBER DENÚNCIAS CONTRA ESTES FORMULADAS. - A decisão emanada de qualquer outro Tribunal judiciário, que implique recebimento de denúncia formulada contra membro do Congresso Nacional, reveste-se de nulidade, pois, no sistema jurídico brasileiro, somente o Supremo Tribunal Federal dispõe dessa especial competência, considerada a sua qualificação constitucional como juiz natural de Deputados Federais e Senadores da República, nas hipóteses de ilícitos penais comuns. Precedentes. O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, POR ÓRGÃO JUDICIÁRIO ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE, NÃO INTERROMPE A PRESCRIÇÃO PENAL. - O recebimento da denúncia, quando efetuado por órgão judiciário absolutamente incompetente, não se reveste de eficácia interruptiva da prescrição penal, eis que decisão nula não pode gerar a conseqüência jurídica a que se refere o art. 117, I, do Código Penal. Precedentes. Doutrina.
Decisão
O Tribunal, por unanimidade, resolveu a questão de ordem no sentido de declarar a insubsistência da denúncia e também a prescrição da pretensão punitiva do Estado. Presidiu o julgamento, sem voto, o Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 07.11.2001.

Data do Julgamento : 07/11/2001
Data da Publicação : DJ 14-12-2001 PP-00028 EMENT VOL-02053-02 PP-00238
Órgão Julgador : Tribunal Pleno
Relator(a) : Min. CELSO DE MELLO
Parte(s) : AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL INDIC. : PAULO CELSO FONSECA MARINHO
Referência legislativa : LEG-FED CF ANO-1988 ART-00102 INC-00001 LET-B CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEG-FED DEL-002848 ANO-1940 ART-00109 INC-00005 ART-00117 INC-00001 ART-00336 CP-1940 CÓDIGO PENAL LEG-FED LEI-004117 ANO-1962 ART-00070 (Código Brasileiro de Telecomunicações) (Redação dada pelo DEC-236/1967 c/c LEI-9472/1997, ART-00215, LET-I) LEG-FED DEC-000236 ANO-1967 LEG-FED LEI-009472 ANO-1997 ART-00215 LET-I
Observação : - Acórdãos citados: Inq 507, Rcl 1861; Rcl 10, CJ 6115, HC 57521, HC 63556, Inq 186 QO, Inq 159, Inq516 QO, HC 69047, RTJ 148/349, RTJ 151/402, RTJ 166/785; RT 620/400, RT 628/292, RT 684/382. Número de páginas: (15). Análise:(PCC). Revisão:(RCO). Inclusão: 09/04/02, (SVF). Alteração: 11/01/06, (SVF). Revisão: 19/08/2008, CEL. Alteração: 17/04/2018, JRM.
Mostrar discussão