STF RE 226894 / PR - PARANÁ RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA: Justiça do Trabalho. Embargos de Terceiro, Penhora
de bem dado em hipoteca cedular.
- Falta de prequestionamento das questões relativas aos
incisos II, LIV e LV do artigo 5º da Constituição.
- Inexistência de ofensa ao artigo 5º, XXXV, da Carta
Magna.
- Por fim, inexiste, no caso, ofensa ao artigo 5º, XXXVI,
da Constituição, porquanto os conceitos de direito adquirido e de
ato jurídico perfeito, para a aplicação desse dispositivo
constitucional, são ínsitos a questão de direito intertemporal,
vedado que é constitucionalmente que a lei nova possa prejudicar o
direito adquirido e o ato jurídico perfeito, e, portanto, ser
aplicada nessas hipóteses retroativamente, o que, no caso, não
ocorre, pois nele não está em causa a aplicação retroativa de norma
jurídica, mas, sim, a questão de ser, ou não, aplicável na esfera
trabalhista o disposto nos artigos 57 do Decreto-Lei nº 413/69 e 69
do Decreto-Lei 167/67. É de notar-se, ainda, que se assim não
fosse, toda questão relativa à violação, no âmbito puramente legal
ou convencional, de direito ou do estipulado em ato jurídico (assim,
por exemplo, num contrato) daria ensejo à alegação de ofensa ao
artigo 5º, XXXVI, da Constituição, porque todo direito seria direito
adquirido (ou seja, direito que nasceu da ocorrência, no mundo real,
da hipótese de incidência da norma jurídica cuja conseqüência é o
nascimento desse direito) e todo ato jurídico validamente celebrado
seria ato jurídico perfeito.
Recurso extraordinário não conhecido.
Ementa
Justiça do Trabalho. Embargos de Terceiro, Penhora
de bem dado em hipoteca cedular.
- Falta de prequestionamento das questões relativas aos
incisos II, LIV e LV do artigo 5º da Constituição.
- Inexistência de ofensa ao artigo 5º, XXXV, da Carta
Magna.
- Por fim, inexiste, no caso, ofensa ao artigo 5º, XXXVI,
da Constituição, porquanto os conceitos de direito adquirido e de
ato jurídico perfeito, para a aplicação desse dispositivo
constitucional, são ínsitos a questão de direito intertemporal,
vedado que é constitucionalmente que a lei nova possa prejudicar o
direito adquirido e o ato jurídico perfeito, e, portanto, ser
aplicada nessas hipóteses retroativamente, o que, no caso, não
ocorre, pois nele não está em causa a aplicação retroativa de norma
jurídica, mas, sim, a questão de ser, ou não, aplicável na esfera
trabalhista o disposto nos artigos 57 do Decreto-Lei nº 413/69 e 69
do Decreto-Lei 167/67. É de notar-se, ainda, que se assim não
fosse, toda questão relativa à violação, no âmbito puramente legal
ou convencional, de direito ou do estipulado em ato jurídico (assim,
por exemplo, num contrato) daria ensejo à alegação de ofensa ao
artigo 5º, XXXVI, da Constituição, porque todo direito seria direito
adquirido (ou seja, direito que nasceu da ocorrência, no mundo real,
da hipótese de incidência da norma jurídica cuja conseqüência é o
nascimento desse direito) e todo ato jurídico validamente celebrado
seria ato jurídico perfeito.
Recurso extraordinário não conhecido.Decisão
O Tribunal, por maioria, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, não conheceu do recurso extraordinário. Votou o Presidente. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, e, neste julgamento, o Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário,
03.02.2000.
Data do Julgamento
:
03/02/2000
Data da Publicação
:
DJ 07-04-2000 PP-00072 EMENT VOL-01986-03 PP-00564
Órgão Julgador
:
Tribunal Pleno
Relator(a)
:
Min. MOREIRA ALVES
Parte(s)
:
RECTE. : BANCO DO BRASIL S/A
ADVDOS. : LEÔNIDAS CABRAL DE ALBUQUERQUE E OUTROS
RECDO. : WILSON RUTES DOS SANTOS
Mostrar discussão