STF RE 228955 / RS - RIO GRANDE DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO
EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ART. 109, I E § 3º,
DA CONSTITUIÇÃO. ART. 2º DA LEI Nº 7.347/85.
O dispositivo contido na parte final do § 3º do art. 109
da Constituição é dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a
atribuir competência (rectius jurisdição) ao Juízo Estadual do foro
do domicílio da outra parte ou do lugar do ato ou fato que deu
origem à demanda, desde que não seja sede de Varas da Justiça
Federal, para causas específicas dentre as previstas no inciso I do
referido artigo 109.
No caso em tela, a permissão não foi utilizada pelo
legislador que, ao revés, se limitou, no art. 2º da Lei nº 7.347/85,
a estabelecer que as ações nele previstas "serão propostas no foro
do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional
para processar e julgar a causa".
Considerando que o Juiz Federal também tem competência
territorial e funcional sobre o local de qualquer dano, impõe-se a
conclusão de que o afastamento da jurisdição federal, no caso,
somente poderia dar-se por meio de referência expressa à Justiça
Estadual, como a que fez o constituinte na primeira parte do
mencionado § 3º em relação às causas de natureza previdenciária, o
que no caso não ocorreu.
Recurso conhecido e provido.
Ementa
AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROMOVIDA PELO MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ART. 109, I E § 3º,
DA CONSTITUIÇÃO. ART. 2º DA LEI Nº 7.347/85.
O dispositivo contido na parte final do § 3º do art. 109
da Constituição é dirigido ao legislador ordinário, autorizando-o a
atribuir competência (rectius jurisdição) ao Juízo Estadual do foro
do domicílio da outra parte ou do lugar do ato ou fato que deu
origem à demanda, desde que não seja sede de Varas da Justiça
Federal, para causas específicas dentre as previstas no inciso I do
referido artigo 109.
No caso em tela, a permissão não foi utilizada pelo
legislador que, ao revés, se limitou, no art. 2º da Lei nº 7.347/85,
a estabelecer que as ações nele previstas "serão propostas no foro
do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional
para processar e julgar a causa".
Considerando que o Juiz Federal também tem competência
territorial e funcional sobre o local de qualquer dano, impõe-se a
conclusão de que o afastamento da jurisdição federal, no caso,
somente poderia dar-se por meio de referência expressa à Justiça
Estadual, como a que fez o constituinte na primeira parte do
mencionado § 3º em relação às causas de natureza previdenciária, o
que no caso não ocorreu.
Recurso conhecido e provido.Decisão
O Tribunal, por unanimidade, conheceu e deu provimento ao recurso extraordinário. Votou o Presidente. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Celso de Mello, e, neste julgamento, os Senhores Ministros Marco Aurélio (Vice-Presidente) e Carlos
Velloso (Presidente). Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Moreira Alves (art.37, I do RISTF). Plenário, 10.02.2000.
Data do Julgamento
:
10/02/2000
Data da Publicação
:
DJ 24-03-2000 PP-00070 EMENT VOL-01984-04 PP-00842 REPUBLICAÇÃO: DJ 14-04-2000 PP-00056 RTJ VOL-00172-03 PP-00992
Órgão Julgador
:
Tribunal Pleno
Relator(a)
:
Min. ILMAR GALVÃO
Parte(s)
:
RECTE. : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
RECDO. : MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO
ADVDOS. : ELTON ARI KRAUSE E OUTROS
Mostrar discussão