main-banner

Jurisprudência


STF RE 290079 / SC - SANTA CATARINA RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Ementa
TRIBUTÁRIO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR À LEI N.º 9.424/96. ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE, EM FACE DA EC 01/69, VIGENTE QUANDO DA EDIÇÃO DO DECRETO-LEI N.º 1.422/75, POR OFENSA AO PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA, CONSAGRADO NOS ARTS. 153, § 2.º, E 178, E AO PRINCÍPÍO DA VEDAÇÃO DA DELEGAÇÃO DE PODERES, PREVISTO NO ART. 6.º, PARÁGRAFO ÚNICO. ALEGADA CONTRARIEDADE, AINDA, AO ART. 195, I, DA CF/88. CONTRIBUIÇÃO QUE, DE RESTO, FORA REVOGADA PELO ART. 25 DO ADCT/88. Contribuição que, na vigência da EC 01/69, foi considerada pela jurisprudência do STF como de natureza não tributária, circunstância que a subtraiu da incidência do princípio da legalidade estrita, não se encontrando, então, na competência do Poder Legislativo a atribuição de fixar as alíquotas de contribuições extratributárias. O art. 178 da Carta pretérita, por outro lado, nada mais fez do que conferir natureza constitucional à contribuição, tal qual se achava instituída pela Lei n.º 4.440/64, cuja estipulação do respectivo quantum debeatur por meio do sistema de compensação do custo atuarial não poderia ser cumprida senão por meio de levantamentos feitos por agentes da Administração, donde a fixação da alíquota haver ficado a cargo do Chefe do Poder Executivo. Critério que, todavia, não se revelava arbitrário, porque sujeito à observância de condições e limites previstos em lei. A CF/88 acolheu o salário-educação, havendo mantido de forma expressa -- e, portanto, constitucionalizado --, a contribuição, então vigente, a exemplo do que fez com o PIS-PASEP (art. 239) e com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT), valendo dizer que a recepcionou nos termos em que a encontrou, em outubro/88. Conferiu-lhe, entretanto, caráter tributário, por sujeitá-la, como as demais contribuições sociais, à norma do seu art. 149, sem prejuízo de havê-la mantido com a mesma estrutura normativa do Decreto-Lei n.º 1.422/75 (mesma hipótese de incidência, base de cálculo e alíquota), só não tendo subsistido à nova Carta a delegação contida no § 2.º do seu art. 1.º, em face de sua incompatibilidade com o princípio da legalidade a que, de pronto, ficou circunscrita. Recurso não conhecido.
Decisão
- Após o voto do Senhor Ministro Ilmar Galvão (Relator), não conhecendo do recurso extraordinário, pediu vista dos autos a Senhora Ministra Ellen Gracie. Falaram, pelas recorrentes, o Dr. Léo Krakowiak, e, pelo recorrido, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação-FNDE, o Dr. Evanderson de Jesus Gutierres. Ausente, Justificadamente, o Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 02.5.2001. - Após os votos dos Senhores Ministros Ilmar Galvão (Relator), Ellen Gracie, Nelson Jobim e Maurício Corrêa, não conhecendo do recurso extraordinário, e do voto do Presidente, conhecendo e provendo o extraordinário, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Carlos Velloso. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Marco Aurélio. Plenário, 20.9.2001

Data do Julgamento : 17/10/2001
Data da Publicação : DJ 04-04-2003 PP-00040 EMENT VOL-02105-06 PP-01021
Órgão Julgador : Tribunal Pleno
Relator(a) : Min. ILMAR GALVÃO
Parte(s) : RECTES. : NEIVOR LUIZ GRANDO & FILHO LTDA-ME E OUTRA ADVDO. : LÉO KRAKOWIAK E OUTROS ADVDA. : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ RECDO. : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FNDE ADVDO. : NILO CÉSAR BAHIA CARDOSO RECDO. : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADVDA. : NEUSA MOURÃO LEITE ASSIST. : UNIÃO ADVDO. : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Mostrar discussão