main-banner

Jurisprudência


STF RE 418376 / MS - MATO GROSSO DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Ementa
PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ESTUPRO. POSTERIOR CONVIVÊNCIA ENTRE AUTOR E VÍTIMA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE COM BASE NO ART. 107, VII, DO CÓDIGO PENAL. INOCORRÊNCIA, NO CASO CONCRETO. ABSOLUTA INCAPACIDADE DE AUTODETERMINAÇÃO DA VÍTIMA. RECURSO DESPROVIDO. O crime foi praticado contra criança de nove anos de idade, absolutamente incapaz de se autodeterminar e de expressar vontade livre e autônoma. Portanto, inviável a extinção da punibilidade em razão do posterior convívio da vítima - a menor impúbere violentada - com o autor do estupro. Convívio que não pode ser caracterizado como união estável, nem mesmo para os fins do art. 226, § 3º, da Constituição Republicana, que não protege a relação marital de uma criança com seu opressor, sendo clara a inexistência de um consentimento válido, neste caso. Solução que vai ao encontro da inovação legislativa promovida pela Lei n° 11.106/2005 - embora esta seja inaplicável ao caso por ser lei posterior aos fatos -, mas que dela prescinde, pois não considera validamente existente a relação marital exigida pelo art. 107, VII, do Código Penal. Recurso extraordinário conhecido, mas desprovido.
Decisão
A Turma decidiu remeter o presente recurso extraordinário a julgamento do Tribunal Pleno. Unânime. Ausente, justificadamente, o Ministro Eros Grau. 1ª Turma, 22.03.2005. Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), conhecendo e dando provimento ao extraordinário, e dos votos dos Senhores Ministros Joaquim Barbosa, Eros Grau e Cezar Peluso, conhecendo e negando provimento ao recurso, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Carlos Britto. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 31.03.2005. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Gilmar Mendes, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo 1º da Resolução nº 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 17.08.2005. Decisão: O Tribunal, por maioria, conheceu e negou provimento ao recurso extraordinário, vencidos os Senhores Ministros Marco Aurélio (Relator), Celso de Mello e Sepúlveda Pertence, que davam provimento ao recurso. Votou a Presidente. O relator propôs a concessão de habeas corpus de ofício para que o condenado inicie o cumprimento da pena no regime fechado. O Tribunal deliberou que essa questão de ordem suscitada por Sua Excelência será objeto de deliberação na próxima semana, no julgamento do HC nº 82.959-7/SP, ocasião em que se decidirá a questão de direito envolvido. Redigirá o acórdão o Senhor Ministro Joaquim Barbosa. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Nelson Jobim (Presidente). Presidiu o julgamento a Senhora Ministra Ellen Gracie (Vice- Presidente). Plenário, 09.02.2006.

Data do Julgamento : Relator(a) p/ Acórdão:  Min. JOAQUIM BARBOSA
Data da Publicação : DJ 23-03-2007 PP-00072 EMENT VOL-02269-04 PP-00648
Órgão Julgador : undefined
Relator(a) : Min. MARCO AURÉLIO
Parte(s) : RECTE.(S) : JOSÉ ADÉLIO FRANCO DE MORAES ADV.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Mostrar discussão