STF RE 481110 AgR / PE - PERNAMBUCO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO
E M E N T A: RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO - PRESSUPOSTOS
PRIMÁRIOS QUE DETERMINAM A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO
ESTADO - O NEXO DE CAUSALIDADE MATERIAL COMO REQUISITO
INDISPENSÁVEL À CONFIGURAÇÃO DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO -
NÃO-COMPROVAÇÃO, PELA PARTE RECORRENTE, DO VÍNCULO CAUSAL -
RECONHECIMENTO DE SUA INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS - SOBERANIA DESSE PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL EM
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA - INVIABILIDADE DA DISCUSSÃO, EM SEDE
RECURSAL EXTRAORDINÁRIA, DA EXISTÊNCIA DO NEXO CAUSAL -
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA (SÚMULA
279/STF) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.
- Os elementos que
compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade
civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do
dano, (b) a causalidade material entre o "eventus damni" e o
comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente
público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva
imputável a agente do Poder Público que tenha, nessa específica
condição, incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional
e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.
Precedentes.
- O dever de indenizar, mesmo nas hipóteses de
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, supõe, dentre
outros elementos (RTJ 163/1107-1109, v.g.), a comprovada
existência do nexo de causalidade material entre o comportamento
do agente e o "eventus damni", sem o que se torna inviável, no
plano jurídico, o reconhecimento da obrigação de recompor o
prejuízo sofrido pelo ofendido.
- A comprovação da relação de
causalidade - qualquer que seja a teoria que lhe dê suporte
doutrinário (teoria da equivalência das condições, teoria da
causalidade necessária ou teoria da causalidade adequada) -
revela-se essencial ao reconhecimento do dever de indenizar, pois,
sem tal demonstração, não há como imputar, ao causador do dano,
a responsabilidade civil pelos prejuízos sofridos pelo ofendido.
Doutrina. Precedentes.
- Não se revela processualmente lícito
reexaminar matéria fático-probatória em sede de recurso
extraordinário (RTJ 161/992 - RTJ 186/703 - Súmula 279/STF),
prevalecendo, nesse domínio, o caráter soberano do pronunciamento
jurisdicional dos Tribunais ordinários sobre matéria de fato e de
prova. Precedentes.
- Ausência, na espécie, de demonstração
inequívoca, mediante prova idônea, da efetiva ocorrência dos
prejuízos alegadamente sofridos pela parte recorrente.
Não-comprovação do vínculo causal registrada pelas instâncias
ordinárias.
Ementa
E M E N T A: RESPONSABILIDADE CIVIL DO PODER PÚBLICO - PRESSUPOSTOS
PRIMÁRIOS QUE DETERMINAM A RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO
ESTADO - O NEXO DE CAUSALIDADE MATERIAL COMO REQUISITO
INDISPENSÁVEL À CONFIGURAÇÃO DO DEVER ESTATAL DE REPARAR O DANO -
NÃO-COMPROVAÇÃO, PELA PARTE RECORRENTE, DO VÍNCULO CAUSAL -
RECONHECIMENTO DE SUA INEXISTÊNCIA, NA ESPÉCIE, PELAS INSTÂNCIAS
ORDINÁRIAS - SOBERANIA DESSE PRONUNCIAMENTO JURISDICIONAL EM
MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA - INVIABILIDADE DA DISCUSSÃO, EM SEDE
RECURSAL EXTRAORDINÁRIA, DA EXISTÊNCIA DO NEXO CAUSAL -
IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA (SÚMULA
279/STF) - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.
- Os elementos que
compõem a estrutura e delineiam o perfil da responsabilidade
civil objetiva do Poder Público compreendem (a) a alteridade do
dano, (b) a causalidade material entre o "eventus damni" e o
comportamento positivo (ação) ou negativo (omissão) do agente
público, (c) a oficialidade da atividade causal e lesiva
imputável a agente do Poder Público que tenha, nessa específica
condição, incidido em conduta comissiva ou omissiva,
independentemente da licitude, ou não, do comportamento funcional
e (d) a ausência de causa excludente da responsabilidade estatal.
Precedentes.
- O dever de indenizar, mesmo nas hipóteses de
responsabilidade civil objetiva do Poder Público, supõe, dentre
outros elementos (RTJ 163/1107-1109, v.g.), a comprovada
existência do nexo de causalidade material entre o comportamento
do agente e o "eventus damni", sem o que se torna inviável, no
plano jurídico, o reconhecimento da obrigação de recompor o
prejuízo sofrido pelo ofendido.
- A comprovação da relação de
causalidade - qualquer que seja a teoria que lhe dê suporte
doutrinário (teoria da equivalência das condições, teoria da
causalidade necessária ou teoria da causalidade adequada) -
revela-se essencial ao reconhecimento do dever de indenizar, pois,
sem tal demonstração, não há como imputar, ao causador do dano,
a responsabilidade civil pelos prejuízos sofridos pelo ofendido.
Doutrina. Precedentes.
- Não se revela processualmente lícito
reexaminar matéria fático-probatória em sede de recurso
extraordinário (RTJ 161/992 - RTJ 186/703 - Súmula 279/STF),
prevalecendo, nesse domínio, o caráter soberano do pronunciamento
jurisdicional dos Tribunais ordinários sobre matéria de fato e de
prova. Precedentes.
- Ausência, na espécie, de demonstração
inequívoca, mediante prova idônea, da efetiva ocorrência dos
prejuízos alegadamente sofridos pela parte recorrente.
Não-comprovação do vínculo causal registrada pelas instâncias
ordinárias.Decisão
A Turma, por votação unânime, negou provimento ao
recurso de agravo, nos termos do voto do Relator. Ausente,
justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim
Barbosa. 2ª Turma, 06.02.2007.
Data do Julgamento
:
06/02/2007
Data da Publicação
:
DJ 09-03-2007 PP-00050 EMENT VOL-02267-04 PP-00625 RCJ v. 21, n. 134, 2007, p. 91-92
Órgão Julgador
:
Segunda Turma
Relator(a)
:
Min. CELSO DE MELLO
Parte(s)
:
AGTE.(S) : USINA PETRIBÚ SA
ADV.(A/S) : JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI E OUTRO(A/S)
AGDO.(A/S) : UNIÃO
ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
Mostrar discussão