main-banner

Jurisprudência


STJ 2015.01.01835-3 201501018353

Ementa
..EMEN: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME DE TRÂNSITO. DESCLASSIFICAÇÃO OPERADA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS DO CRIME DE HOMICÍDIO TENTADO PARA DELITO DIVERSO DA COMPETÊNCIA DO JÚRI. REVALORAÇÃO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. FATOS EXPLICITAMENTE ADMITIDOS E DELINEADOS NO V. ACÓRDÃO PROFERIDO PELO EG. TRIBUNAL A QUO. POSSIBILIDADE. PRONÚNCIA. DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. RECURSO PROVIDO. I - A revaloração da prova ou de dados explicitamente admitidos e delineados no decisório recorrido, quando suficientes para a solução da quaestio, não implica o vedado reexame do material de conhecimento. Em relação às condutas praticadas pelo réu, os elementos probatórios delineados no v. acórdão increpado são suficientes à análise do pedido ministerial, exigindo, tão somente, uma revaloração de tais elementos, o que, ao contrário, admite-se na via extraordinária. II - Não se pode generalizar a exclusão do dolo eventual em delitos praticados no trânsito. Na hipótese, em se tratando de pronúncia, a desclassificação da modalidade dolosa de homicídio para a culposa deve ser calcada em prova por demais sólida. No iudicium accusationis, inclusive, a eventual dúvida não favorece o acusado, incidindo, aí, a regra exposta na velha parêmia in dubio pro societate. III - O dolo eventual, na prática, não é extraído da mente do autor mas, isto sim, das circunstâncias. Nele, não se exige que o resultado seja aceito como tal, o que seria adequado ao dolo direto, mas isto sim, que a aceitação se mostre no plano do possível, provável. IV - "A desclassificação da infração penal de homicídio tentado qualificado para lesão corporal leve só seria admissível se nenhuma dúvida houvesse quanto à inexistência de dolo. Havendo grau de certeza razoável, isso é fator o bastante para que seja remetida ao Conselho de Sentença a matéria, sob pena de desrespeito à competência ditada pela Constituição Federal" (AgRg no AgRg no REsp n. 1.313.940/SP, Sexta Turma, Relª. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 30/4/2013, grifei). (Precedentes do STF e do STJ). V - Na espécie vertente, extrai-se do v. acórdão objurgado que o réu e o condutor do veículo estariam embriagados - o exame alveolar acusou o resultado de 11,24dg, quando o permitido é 0,6dg (seis decigramas) por litro de sangue. Vale acrescentar que o réu estaria ensinado o outro corréu - então condutor do veículo - a dirigir, mesmo sabendo que este não possuía habilitação. Por fim, ainda consta do v. acórdão reprochado que o carro estaria em velocidade incompatível com o local, e que se tratava de uma via despavimentada e esburacada, o que culminou com o atropelamento de três crianças que brincavam no pátio de uma casa. Tais fundamentos autorizam a submissão do recorrido a julgamento perante o Tribunal do Júri. Recurso especial provido para pronunciar o recorrido como incurso no art. 121, caput, na forma do art. 14, inciso II, e art. 29, do Código Penal, e art. 310 da Lei n. 9.503/97. ..EMEN:(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1561226 2015.02.60454-7, FELIX FISCHER, STJ - QUINTA TURMA, DJE DATA:30/11/2016 ..DTPB:.)
Decisão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Rogerio Schietti Cruz, Nefi Cordeiro, Antonio Saldanha Palheiro e Maria Thereza de Assis Moura votaram com o Sr. Ministro Relator.

Data da Publicação : 01/07/2016
Classe/Assunto : AGARESP - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - 701186
Órgão Julgador : SEXTA TURMA
Relator(a) : SEBASTIÃO REIS JÚNIOR
Tipo : Acórdão
Indexação : Não é possível alegar inépcia da denúncia na hipótese em que há o juízo de procedência da pretensão acusatória após toda a análise do conjunto fático-probatório. Isso porque, conforme a jurisprudência do STJ, esse juízo condenatório induz à higidez da inicial. ..INDE: "[...] ao oporem os embargos de declaração, buscaram os recorrentes o rejulgamento da causa, o que, na via estreita dos declaratórios, mostrava-se inadequado [...]". ..INDE: "A motivação desfavorável não se enquadra como negativa de prestação jurisdicional e os embargos de declaração não se prestam a perquirições acerca do julgado, não cabendo ao Tribunal, que não é órgão de consulta, responder a 'questionários' postos pela parte sucumbente, sem indicação concreta de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão". ..INDE: É possível considerar o montante do tributo sonegado como fundamento idôneo para a fixação da pena-base e não elementar do tipo penal, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça. ..INDE: Não é possível, em sede de recurso especial, rever o entendimento do Tribunal de origem acerca da fixação da pena-base de acordo com o montante de tributo sonegado. Isso porque analisar o pleito do recorrente demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que é vedado nesta instância extraordinária, a teor da Súmula 7 do STJ. ..INDE:
Sucessivos : EDcl no AgRg no RE no AgRg no AREsp 514582 SP 2014/0099731-4 Decisão:20/06/2018 DJE DATA:29/06/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE no AgRg no AREsp 1100529 MG 2017/0117804-6 Decisão:20/06/2018 DJE DATA:29/06/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no AREsp 1004825 DF 2016/0281413-5 Decisão:20/06/2018 DJE DATA:29/06/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no AREsp 1160601 SP 2017/0231196-5 Decisão:20/06/2018 DJE DATA:29/06/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no REsp 1388761 PE 2013/0206623-7 Decisão:20/06/2018 DJE DATA:29/06/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no AREsp 1057235 PE 2017/0034745-9 Decisão:16/05/2018 DJE DATA:25/05/2018 ..SUCE: EDcl nos EDcl nos EDcl no AgRg no RE nos EDcl no AgRg no AREsp 811167 RJ 2015/0283614-4 Decisão:21/03/2018 DJE DATA:04/04/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl no HC 351407 PR 2016/0067772-3 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl no AgRg no RE nos EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1566371 SC 2015/0282327-9 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl no ARE no RE no AgRg no AREsp 856278 DF 2016/0044293-1 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl no ARE no RE nos EDcl no AgRg no AREsp 1000743 SP 2016/0272885-9 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl nos EDcl no AgRg no RE no AgRg no AREsp 981030 PE 2016/0239083-5 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl nos EDcl no AgRg no RE no AgRg nos EAREsp 680850 RJ 2015/0060886-5 Decisão:07/03/2018 DJE DATA:23/03/2018 ..SUCE: EDcl no AgInt no RE nos EDcl no AgInt no AREsp 965870 RJ 2016/0211125-0 Decisão:29/11/2017 DJE DATA:12/12/2017 ..SUCE: EDcl no AgRg nos EREsp 1459396 MG 2014/0141458-0 Decisão:06/09/2017 DJE DATA:15/09/2017 ..SUCE: EDcl no AgInt no RE nos EDcl nos EDcl no AgRg nos EDcl no AREsp 155834 PE 2012/0049072-3 Decisão:30/06/2017 DJE DATA:04/08/2017 ..SUCE:
Referência legislativa : LEG:FED DEL:003689 ANO:1941 ***** CPP-41 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ART:00619 ART:00620 ..REF: LEG:FED SUM:****** ANO:**** ***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA SUM:000007 ..REF:
Fonte da publicação : DJE DATA:01/07/2016 ..DTPB:
Mostrar discussão