STJ 2017.00.67869-7 201700678697
..EMEN:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE
TERCEIRO. PENHORA. IMÓVEL. COISA JULGADA MATERIAL. FRAUDE À
EXECUÇÃO. OFENSA AO ART. 1.022 DO CPC/2015 NÃO DEMONSTRADA.
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 7/STJ. 1. Trata-se de Recurso Especial contra acórdão que
manteve sentença que julgou procedentes os Embargos de Terceiro na
forma do art. 269, I, do CPC, para determinar o levantamento, nos
autos de Execução Fiscal 50015268920154047000, da penhora incidente
sobre o imóvel objeto da matrícula 265.859 do 11º CRI de São Paulo.
RECURSO ESPECIAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL 2. Não se conhece de
Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015
quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria
incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula
284/STF.
3. No tocante à suposta ofensa à coisa julgada material, o Tribunal
de origem asseverou: "a embargante ITC em nenhum momento interveio
nos autos de execução fiscal, de modo que as decisões nela
proferidas não a vinculam (art. 47 do CPC)" (fl. 931, e-STJ).
Segundo a regra geral disposta no artigo 472 do CPC/1973, a coisa
julgada só opera efeito entre as partes integrantes da lide. Assim,
não há falar em extensão dos efeitos da coisa julgada ao terceiro de
boa-fé.
4. No que tange à alegada Fraude à Execução, o Tribunal a quo
consignou: "Na hipótese em tela, o art. 185 do CTN não sustenta a
declarada fraude à execução, pois pressupõe que, ao tempo da
alienação, houvesse 'crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa'. O crédito em questão não foi regularmente inscrito em
dívida ativa em nome do alienante do imóvel, não estando, assim,
presente o requisito básico do reconhecimento da fraude à execução"
(fl. 936, e-STJ). No que se refere à fraude à Execução Fiscal, deve
ser observado o disposto no art. 185 do CTN. Antes da alteração da
Lei Complementar 118/2005, pressupõe fraude à Execução a alienação
de bens do devedor já citado em Execução Fiscal. Com a vigência do
normativo complementar, em 8.5.2005, a presunção de fraude ocorre
apenas com a inscrição do débito em dívida ativa. Assim, tendo em
vista que o crédito controvertido nos presentes autos não foi
regularmente inscrito em dívida ativa em nome do alienante do
imóvel, ausente requisito essencial ao reconhecimento da Fraude à
Execução, nos termos da jurisprudência consolidada do STJ. A
propósito: REsp 1.654.320/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, DJe 24.4.2017; AgInt no REsp 1.634.920/SC, Rel. Ministro Og
Fernandes, Segunda Turma, DJe 8.5.2017; AgRg no REsp 1519994/PR,
Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 17.3.2016; AgRg
no AREsp 750.038/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 21.10.2015.
RECURSO ESPECIAL DE ITC TREASURY S/A E NELSON APARECIDO LODE 5.
Quanto aos honorários advocatícios, para modificar o entendimento
firmado no acórdão recorrido, seria necessário exceder as razões
colacionadas no acórdão vergastado, o que demanda incursão no
contexto fático-probatório dos autos, vedada em Recurso Especial,
conforme Súmula 7/STJ.
6. "A fixação da verba honorária consoante o art. 20, §§ 3º e 4º, do
CPC deve levar em consideração o efetivo trabalho que o advogado
teve na causa, seu zelo, o lugar da prestação, a natureza e
importância da causa, tudo consoante apreciação equitativa do juiz
não restrita aos limites percentuais de 10% e 20%, e não aquilo que
com ela o advogado espera receber em razão do valor da causa" (REsp
1.446.066/SP, Segunda Turma, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
DJe 12.5.2014).
7. O Superior Tribunal de Justiça atua na revisão da verba honorária
somente quando esta tratar de valor irrisório ou exorbitante, o que
não se configura neste caso. Assim, o reexame das razões de fato que
conduziram a Corte de origem a tais conclusões significaria
usurpação da competência das instâncias ordinárias. Incidência da
Súmula 7/STJ.
CONCLUSÃO 8. Recurso Especial do Banco Central do Brasil
parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido, e Recurso
Especial de ITC Treasury S/A e Nelson Aparecido Lode não conhecido.
..EMEN:(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1666827 2017.00.84070-7, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:30/06/2017
..DTPB:.)
Ementa
..EMEN:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DE
TERCEIRO. PENHORA. IMÓVEL. COISA JULGADA MATERIAL. FRAUDE À
EXECUÇÃO. OFENSA AO ART. 1.022 DO CPC/2015 NÃO DEMONSTRADA.
DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 7/STJ. 1. Trata-se de Recurso Especial contra acórdão que
manteve sentença que julgou procedentes os Embargos de Terceiro na
forma do art. 269, I, do CPC, para determinar o levantamento, nos
autos de Execução Fiscal 50015268920154047000, da penhora incidente
sobre o imóvel objeto da matrícula 265.859 do 11º CRI de São Paulo.
RECURSO ESPECIAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL 2. Não se conhece de
Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 1.022 do CPC/2015
quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria
incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula
284/STF.
3. No tocante à suposta ofensa à coisa julgada material, o Tribunal
de origem asseverou: "a embargante ITC em nenhum momento interveio
nos autos de execução fiscal, de modo que as decisões nela
proferidas não a vinculam (art. 47 do CPC)" (fl. 931, e-STJ).
Segundo a regra geral disposta no artigo 472 do CPC/1973, a coisa
julgada só opera efeito entre as partes integrantes da lide. Assim,
não há falar em extensão dos efeitos da coisa julgada ao terceiro de
boa-fé.
4. No que tange à alegada Fraude à Execução, o Tribunal a quo
consignou: "Na hipótese em tela, o art. 185 do CTN não sustenta a
declarada fraude à execução, pois pressupõe que, ao tempo da
alienação, houvesse 'crédito tributário regularmente inscrito como
dívida ativa'. O crédito em questão não foi regularmente inscrito em
dívida ativa em nome do alienante do imóvel, não estando, assim,
presente o requisito básico do reconhecimento da fraude à execução"
(fl. 936, e-STJ). No que se refere à fraude à Execução Fiscal, deve
ser observado o disposto no art. 185 do CTN. Antes da alteração da
Lei Complementar 118/2005, pressupõe fraude à Execução a alienação
de bens do devedor já citado em Execução Fiscal. Com a vigência do
normativo complementar, em 8.5.2005, a presunção de fraude ocorre
apenas com a inscrição do débito em dívida ativa. Assim, tendo em
vista que o crédito controvertido nos presentes autos não foi
regularmente inscrito em dívida ativa em nome do alienante do
imóvel, ausente requisito essencial ao reconhecimento da Fraude à
Execução, nos termos da jurisprudência consolidada do STJ. A
propósito: REsp 1.654.320/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda
Turma, DJe 24.4.2017; AgInt no REsp 1.634.920/SC, Rel. Ministro Og
Fernandes, Segunda Turma, DJe 8.5.2017; AgRg no REsp 1519994/PR,
Rel. Ministra Assusete Magalhães, Segunda Turma, DJe 17.3.2016; AgRg
no AREsp 750.038/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda
Turma, DJe 21.10.2015.
RECURSO ESPECIAL DE ITC TREASURY S/A E NELSON APARECIDO LODE 5.
Quanto aos honorários advocatícios, para modificar o entendimento
firmado no acórdão recorrido, seria necessário exceder as razões
colacionadas no acórdão vergastado, o que demanda incursão no
contexto fático-probatório dos autos, vedada em Recurso Especial,
conforme Súmula 7/STJ.
6. "A fixação da verba honorária consoante o art. 20, §§ 3º e 4º, do
CPC deve levar em consideração o efetivo trabalho que o advogado
teve na causa, seu zelo, o lugar da prestação, a natureza e
importância da causa, tudo consoante apreciação equitativa do juiz
não restrita aos limites percentuais de 10% e 20%, e não aquilo que
com ela o advogado espera receber em razão do valor da causa" (REsp
1.446.066/SP, Segunda Turma, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
DJe 12.5.2014).
7. O Superior Tribunal de Justiça atua na revisão da verba honorária
somente quando esta tratar de valor irrisório ou exorbitante, o que
não se configura neste caso. Assim, o reexame das razões de fato que
conduziram a Corte de origem a tais conclusões significaria
usurpação da competência das instâncias ordinárias. Incidência da
Súmula 7/STJ.
CONCLUSÃO 8. Recurso Especial do Banco Central do Brasil
parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido, e Recurso
Especial de ITC Treasury S/A e Nelson Aparecido Lode não conhecido.
..EMEN:(RESP - RECURSO ESPECIAL - 1666827 2017.00.84070-7, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:30/06/2017
..DTPB:.)Decisão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal
de Justiça, por unanimidade, não conhecer do pedido.
Os Srs. Ministros Joel Ilan Paciornik, Felix Fischer, Jorge Mussi e
Reynaldo Soares da Fonseca votaram com o Sr. Ministro Relator.
Data da Publicação
:
28/06/2017
Classe/Assunto
:
HC - HABEAS CORPUS - 393709
Órgão Julgador
:
QUINTA TURMA
Relator(a)
:
RIBEIRO DANTAS
Tipo
:
Acórdão
Indexação
:
VEJA A EMENTA E DEMAIS INFORMAÇÕES.
..INDE:
Referência
legislativa
:
LEG:FED LEI:011343 ANO:2006
***** LDR-06 LEI DE DROGAS
ART:00033 PAR:00004
..REF:
LEG:FED DEL:002848 ANO:1940
***** CP-40 CÓDIGO PENAL
ART:00059 ART:00061 INC:00001 ART:00063
..REF:
Fonte da publicação
:
DJE DATA:28/06/2017
..DTPB:
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