TJAL 0800456-27.2016.8.02.0000
REVISÃO CRIMINAL. FUNDAMENTO NO ART. 621, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (ERRO NA DOSIMETRIA). CONDENAÇÃO PELOS CRIMES DE ROUBO MAJORADO E EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA. VALORAÇÃO NEGATIVA DA CONDUTA SOCIAL, EM RELAÇÃO A AMBOS OS CRIMES, INVOCANDO-SE GENERICAMENTE "ENVOLVIMENTO EM CRIMES", QUE MERECE SER AFASTADA. VALORAÇÃO NEGATIVA DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME DE ROUBO, PELO FATO DE O ACUSADO ESTAR ENCARCERADO NO MOMENTO DO CRIME, QUE DEVE SER MANTIDA. OMISSÃO NO RECONHECIMENTO DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA, EM RELAÇÃO AO CRIME DE EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA, QUE DEVE SER SUPRIDA. REVISÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE, COM RECÁLCULO DA DOSIMETRIA (JUÍZO DE REFORMA).
1. CONDUTA SOCIAL: Inidônea a invocação de condenações anteriores transitadas em julgado para considerar a conduta social desfavorável, sobretudo se verificado que as ocorrências criminais foram utilizadas para exasperar a sanção em outros momentos da dosimetria (STJ - RHC 130132, Relator(a): Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, julgado em 10/05/2016, Processo Eletrônico DJe-106 divulg 23-05-2016 Public 24-05-2016).
2. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: É verdade que o fato de o réu estar preso é inerente ao tipo penal do art. 352 (evasão mediante violência contra a pessoa). O mesmo raciocínio, porém, não se aplica ao crime de roubo, pois a conduta consistente em subtrair, mediante violência praticada de surpresa (imobilização pelas costas), a arma de fogo de um agente policial, enquanto encarcerado no interior de uma delegacia, extrapola os limites do tipo penal encartado no art. 157 do Código Penal, justificando, por conseguinte, a valoração negativa da circunstância judicial referente às circunstâncias do crime.
3. CONFISSÃO: embora tenha o acusado dito que "não é verdadeira a acusação que lhe é feita", terminou confessando indiretamente o fato de ter "abraçado" o agente policial, para que o corréu conhecido como Colírio (Manoel Caetano da Silva Júnior) subtraísse as chaves e a arma desse policial, ambos com a posterior finalidade de fugir. O réu Marcos Antônio da Silva Oliveira, portanto, confessou ter praticado conduta que se enquadra no tipo penal do art. 352 do Código Penal, alegando ter usado de violência (agarrou o agente policial pelos braços) e a intenção de fuga, merecendo, pois, ser beneficiado com a circunstância atenuante do art. 65, III, "d", do Código Penal, já que seu interrogatório foi posto na sentença e foi considerado para formar o convencimento no sentido da condenação.
4. REVISÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE.
Ementa
REVISÃO CRIMINAL. FUNDAMENTO NO ART. 621, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL (ERRO NA DOSIMETRIA). CONDENAÇÃO PELOS CRIMES DE ROUBO MAJORADO E EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA. VALORAÇÃO NEGATIVA DA CONDUTA SOCIAL, EM RELAÇÃO A AMBOS OS CRIMES, INVOCANDO-SE GENERICAMENTE "ENVOLVIMENTO EM CRIMES", QUE MERECE SER AFASTADA. VALORAÇÃO NEGATIVA DAS CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME DE ROUBO, PELO FATO DE O ACUSADO ESTAR ENCARCERADO NO MOMENTO DO CRIME, QUE DEVE SER MANTIDA. OMISSÃO NO RECONHECIMENTO DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA, EM RELAÇÃO AO CRIME DE EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA, QUE DEVE SER SUPRIDA. REVISÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE, COM RECÁLCULO DA DOSIMETRIA (JUÍZO DE REFORMA).
1. CONDUTA SOCIAL: Inidônea a invocação de condenações anteriores transitadas em julgado para considerar a conduta social desfavorável, sobretudo se verificado que as ocorrências criminais foram utilizadas para exasperar a sanção em outros momentos da dosimetria (STJ - RHC 130132, Relator(a): Min. Teori Zavascki, Segunda Turma, julgado em 10/05/2016, Processo Eletrônico DJe-106 divulg 23-05-2016 Public 24-05-2016).
2. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: É verdade que o fato de o réu estar preso é inerente ao tipo penal do art. 352 (evasão mediante violência contra a pessoa). O mesmo raciocínio, porém, não se aplica ao crime de roubo, pois a conduta consistente em subtrair, mediante violência praticada de surpresa (imobilização pelas costas), a arma de fogo de um agente policial, enquanto encarcerado no interior de uma delegacia, extrapola os limites do tipo penal encartado no art. 157 do Código Penal, justificando, por conseguinte, a valoração negativa da circunstância judicial referente às circunstâncias do crime.
3. CONFISSÃO: embora tenha o acusado dito que "não é verdadeira a acusação que lhe é feita", terminou confessando indiretamente o fato de ter "abraçado" o agente policial, para que o corréu conhecido como Colírio (Manoel Caetano da Silva Júnior) subtraísse as chaves e a arma desse policial, ambos com a posterior finalidade de fugir. O réu Marcos Antônio da Silva Oliveira, portanto, confessou ter praticado conduta que se enquadra no tipo penal do art. 352 do Código Penal, alegando ter usado de violência (agarrou o agente policial pelos braços) e a intenção de fuga, merecendo, pois, ser beneficiado com a circunstância atenuante do art. 65, III, "d", do Código Penal, já que seu interrogatório foi posto na sentença e foi considerado para formar o convencimento no sentido da condenação.
4. REVISÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE.
Data do Julgamento
:
31/01/2017
Data da Publicação
:
03/02/2017
Classe/Assunto
:
Revisão Criminal / Roubo Majorado
Órgão Julgador
:
Tribunal Pleno
Relator(a)
:
Des. Sebastião Costa Filho
Comarca
:
União dos Palmares
Comarca
:
União dos Palmares
Mostrar discussão