TJDF 198 - 1087332-00027604620168070015
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ACIDENTÁRIA. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS PEDIDOS NA SEARA ACIDENTÁRIA. PRELIMINAR REJEITADA. JULGAMENTO ULTRA PETITA. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. BENEFÍCIO CONCEDIDO NA VIA ADMINISTRATIVA E NÃO PLEITEADO NA INICIAL. DECOTE DA RESPECTIVA CONDENAÇÃO. CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO EM AUXÍLIO-ACIDENTE. SEQUELA PARCIAL E PERMANENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA. DEMONSTRAÇÃO POR MEIO DE PROVA TÉCNICA. BENEFÍCIO DEVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Em se tratando de ação acidentária, admite-se a fungibilidade do pedido para adequá-lo a real necessidade do segurado, que ostenta, assim, interesse processual, na medida em que o magistrado não está vinculado ao pedido formulado. Logo, se requerida a concessão de aposentadoria por invalidez não há óbice à concessão de conversão do auxílio-doença acidentário em auxílio-acidente. Preliminar rejeitada. 2. Uma vez verificada a ocorrência de julgamento ultra petita, deve ser decotado da sentença a parte relativa ao pedido não formulado nos autos, na medida em que a parte ré foi condenada a pagar auxílio-doença não pleiteado na inicial, mormente se demonstrado que o segurado vem recebendo o benefício concedido pela autarquia ré na via administrativa, sem resistência. Vício reconhecido. 3. Para fins de concessão dos benefícios acidentários, faz-se necessária a comprovação dos seguintes requisitos: i) a condição de empregado à época do acidente de trabalho; ii) a presença de lesões incapacitantes ou de redução da capacidade laborativa; iii) o nexo de causalidade entre o sinistro e as atividades profissionais desempenhadas; e iv) o grau de incapacidade, se temporária ou definitiva. 4. A conversão do auxílio-doença acidentário em auxílio-acidente é devida ao segurado, como indenização, se verificada a presença de sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza (artigo 86 da Lei n. 8.213/1991). 5. Aferido e atestado pela prova dos autos, inclusive técnica, que o segurado padece de incapacidade laborativa parcial e permanente, resta configurado o seu direito ao benefício de auxílio-acidente. 6. Apelação conhecida, preliminar de ausência de interesse processual rejeitada e, no mérito, parcialmente provida para, reconhecendo a existência de vício de julgamento ultra petita na sentença, decotar o excesso.
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO ACIDENTÁRIA. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE DOS PEDIDOS NA SEARA ACIDENTÁRIA. PRELIMINAR REJEITADA. JULGAMENTO ULTRA PETITA. CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. BENEFÍCIO CONCEDIDO NA VIA ADMINISTRATIVA E NÃO PLEITEADO NA INICIAL. DECOTE DA RESPECTIVA CONDENAÇÃO. CONVERSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO EM AUXÍLIO-ACIDENTE. SEQUELA PARCIAL E PERMANENTE. REDUÇÃO DA CAPACIDADE LABORATIVA. DEMONSTRAÇÃO POR MEIO DE PROVA TÉCNICA. BENEFÍCIO DEVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. 1. Em se tratando de ação acidentária, admite-se a fungibilidade do pedido para adequá-lo a real necessidade do segurado, que ostenta, assim, interesse processual, na medida em que o magistrado não está vinculado ao pedido formulado. Logo, se requerida a concessão de aposentadoria por invalidez não há óbice à concessão de conversão do auxílio-doença acidentário em auxílio-acidente. Preliminar rejeitada. 2. Uma vez verificada a ocorrência de julgamento ultra petita, deve ser decotado da sentença a parte relativa ao pedido não formulado nos autos, na medida em que a parte ré foi condenada a pagar auxílio-doença não pleiteado na inicial, mormente se demonstrado que o segurado vem recebendo o benefício concedido pela autarquia ré na via administrativa, sem resistência. Vício reconhecido. 3. Para fins de concessão dos benefícios acidentários, faz-se necessária a comprovação dos seguintes requisitos: i) a condição de empregado à época do acidente de trabalho; ii) a presença de lesões incapacitantes ou de redução da capacidade laborativa; iii) o nexo de causalidade entre o sinistro e as atividades profissionais desempenhadas; e iv) o grau de incapacidade, se temporária ou definitiva. 4. A conversão do auxílio-doença acidentário em auxílio-acidente é devida ao segurado, como indenização, se verificada a presença de sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza (artigo 86 da Lei n. 8.213/1991). 5. Aferido e atestado pela prova dos autos, inclusive técnica, que o segurado padece de incapacidade laborativa parcial e permanente, resta configurado o seu direito ao benefício de auxílio-acidente. 6. Apelação conhecida, preliminar de ausência de interesse processual rejeitada e, no mérito, parcialmente provida para, reconhecendo a existência de vício de julgamento ultra petita na sentença, decotar o excesso.
Data do Julgamento
:
06/04/2018
Data da Publicação
:
12/04/2018
Órgão Julgador
:
1ª Turma Cível
Relator(a)
:
SIMONE LUCINDO