TJDF APC -Apelação Cível-20110110474499APC
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. LAUDO DO IML. DOCUMENTO DISPENSÁVEL À PROPOSITURA DA AÇÃO. COMPROVAÇÃO DA INVALIDEZ PERMANENTE. ÔNUS DO SEGURADO. AUSÊNCIA DE LAUDO CONCLUSIVO. PRESCRIÇÃO. AVALIAÇÃO PERICIAL. INÉRCIA E DESÍDIA DO SEGURADO. PRETENSÃO FULMINADA PELO LAPSO PRESCRICIONAL. SENTENÇA REFORMADA. APELAÇÃO ADESIVA PREJUDICADA. - Não há se falar em nulidade ante o julgamento antecipado da lide se o Julgador a quo, com lastro nos princípios da livre apreciação da prova e do livre convencimento, considera suficientes os documentos colacionados aos autos para o desiderato comprobatório do pleito formulado na exordial.- O laudo pericial devidamente elaborado pelo Instituto Médico Legal, muito embora se traduza prova substancial, não se consubstancia documento indispensável à comprovação do direito para fins de recebimento do Seguro Obrigatório DPVAT, criado pela Lei n. 6.194/74, podendo ser substituído por outros meios de prova admitidos pelo Direito. - É ônus da parte segurada o dever de instruir os autos com outras provas realmente irrefutáveis que possam amparar o pedido indenizatório, atestando, expressa e inequivocadamente, que as lesões decorrentes do acidente automobilístico resultaram em invalidez parcial permanente do membro afetado. - Nos termos do artigo 206, §3º, inciso IX, do Código Civil, bem como dos enunciados 405 e 278, ambos da Súmula do Superior Tribunal de Justiça, a ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em três anos, cujo termo inicial começa a fluir da data em que o segurado tem ciência inequívoca da incapacidade laboral.- A inércia e a negligência do segurado, ao não procurar o órgão competente para se submeter à avaliação pericial, não possuem o condão de beneficiá-lo, no sentido de suspender indefinidamente o início do transcurso do prazo prescricional.- Se o segurado não se desincumbe do encargo de colacionar aos autos laudo conclusivo acerca a invalidez permanente, a tempo de evitar o transcurso do prazo prescricional, outra conclusão não há senão a de reconhecer que está prescrita a pretensão indenizatória decorrente de acidente automobilístico ocorrido há mais de seis anos.- Recurso provido. Processo extinto com julgamento de mérito. Unânime.
Ementa
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. LAUDO DO IML. DOCUMENTO DISPENSÁVEL À PROPOSITURA DA AÇÃO. COMPROVAÇÃO DA INVALIDEZ PERMANENTE. ÔNUS DO SEGURADO. AUSÊNCIA DE LAUDO CONCLUSIVO. PRESCRIÇÃO. AVALIAÇÃO PERICIAL. INÉRCIA E DESÍDIA DO SEGURADO. PRETENSÃO FULMINADA PELO LAPSO PRESCRICIONAL. SENTENÇA REFORMADA. APELAÇÃO ADESIVA PREJUDICADA. - Não há se falar em nulidade ante o julgamento antecipado da lide se o Julgador a quo, com lastro nos princípios da livre apreciação da prova e do livre convencimento, considera suficientes os documentos colacionados aos autos para o desiderato comprobatório do pleito formulado na exordial.- O laudo pericial devidamente elaborado pelo Instituto Médico Legal, muito embora se traduza prova substancial, não se consubstancia documento indispensável à comprovação do direito para fins de recebimento do Seguro Obrigatório DPVAT, criado pela Lei n. 6.194/74, podendo ser substituído por outros meios de prova admitidos pelo Direito. - É ônus da parte segurada o dever de instruir os autos com outras provas realmente irrefutáveis que possam amparar o pedido indenizatório, atestando, expressa e inequivocadamente, que as lesões decorrentes do acidente automobilístico resultaram em invalidez parcial permanente do membro afetado. - Nos termos do artigo 206, §3º, inciso IX, do Código Civil, bem como dos enunciados 405 e 278, ambos da Súmula do Superior Tribunal de Justiça, a ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em três anos, cujo termo inicial começa a fluir da data em que o segurado tem ciência inequívoca da incapacidade laboral.- A inércia e a negligência do segurado, ao não procurar o órgão competente para se submeter à avaliação pericial, não possuem o condão de beneficiá-lo, no sentido de suspender indefinidamente o início do transcurso do prazo prescricional.- Se o segurado não se desincumbe do encargo de colacionar aos autos laudo conclusivo acerca a invalidez permanente, a tempo de evitar o transcurso do prazo prescricional, outra conclusão não há senão a de reconhecer que está prescrita a pretensão indenizatória decorrente de acidente automobilístico ocorrido há mais de seis anos.- Recurso provido. Processo extinto com julgamento de mérito. Unânime.
Data do Julgamento
:
03/10/2012
Data da Publicação
:
25/10/2012
Órgão Julgador
:
3ª Turma Cível
Relator(a)
:
OTÁVIO AUGUSTO
Mostrar discussão