main-banner

Jurisprudência


TJSC 2012.069456-7 (Acórdão)

Ementa
APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. CANDIDATA APROVADA DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS E NÃO NOMEADA. DIREITO À NOMEAÇÃO, POSSE E EXERCÍCIO QUE ENCONTRA SUPORTE NA PRETERIÇÃO DECORRENTE DA CONTRATAÇÃO DE TEMPORÁRIO PARA O MESMO CARGO E, SEGUNDO, POR CONTA DA APROVAÇÃO EM PRIMEIRO LUGAR, A QUAL GERA DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. "O candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas em edital, como na hipótese, possui não simples expectativa, e sim direito mesmo e completo, a saber, direito à nomeação e à posse" (STJ, Terceira Seção, MS nº 10.381, Min. Nilson Naves; RE nº 227.480, Min. Cármen Lúcia, Informativo nº 520). DANO MORAL CONFIGURADO NA HIPÓTESE. PARTICULARIDADES QUE REVELAM ABALO ANÍMICO A ENSEJAR A MANUTENÇÃO DA CONDENAÇÃO À COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA. QUANTUM ADEQUADAMENTE ARBITRADO, SUFICIENTE PARA MINORAR O SOFRIMENTO DESENCADEADO PELA OFENSA E SERVIR DE MEDIDA PEDAGÓGICA AO OFENSOR, A FIM DE EVITAR A RECIDIVA. DANOS MATERIAIS (LUCROS CESSANTES). DESCABIMENTO. APROVAÇÃO E POSSE EM OUTRO CONCURSO. RECURSO PROVIDO, NO PONTO. 1 O candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edital possui, agora, direito subjetivo à nomeação e posse no respectivo cargo. 2 O ato de nomeação serôdio decorrente de decisão judicial não configura preterição de candidato (e consequentemente ato ilícito) para efeito indenizatório. 3 "À luz do disposto no art. 37, § 6º da Constituição, o Supremo Tribunal Federal tem entendimento de que, "nos termos da orientação firmada nesta Corte, é indevida indenização pelo tempo em que se aguardou solução judicial definitiva sobre aprovação em concurso público" (AgRg no RE 593.373, 2ª Turma, Min. Joaquim Barbosa, DJ de 18/04/2011). Considera-se que, se a nomeação foi decorrente de sentença judicial, o retardamento não configura preterição ou ato ilegítimo da Administração Pública a justificar uma contrapartida indenizatória. Nesse sentido, há precedentes formados em colegiado e por decisões monocráticas de ambas as Turmas do STF (v.g., além do já referido: RE-AgRg 392.888, 1ª Turma, Min. Marco Aurélio, DJ de 24.03.06; RMS 23.153, 2ª T., Min. Marco Aurélio, DJ de 30/04/99; RMS 23.227, 2ª Turma, Min. Maurício Correia, DJ de 29.08.97; RE-AgRg 437.403, 2ª Turma, Min. Gilmar Mendes, DJe de 05.05.06; AI-AgRg 620.992, 1ª Turma, Min. Carmen Lúcia, DJ de 29.06.07;RE-AgRg 594.917, 1ª Turma, Min. Ricardo Lewandowski, DJ de 25.11.10; RE 514.416, Min. Dias Toffoli, DJe de 04/03/11; RE 630.440, Min. Ellen Gracie, DJe de 10/08/11)" (EResp n. 1.117.974, Min. Teori Albino Zavascki). (Apelação Cível n. 2011.087389-2, de São Domingos, rel. Des. Luiz Cézar Medeiros, j. 04/02/2012). (TJSC, Apelação Cível n. 2012.069456-7, de Santa Cecília, rel. Des. Carlos Adilson Silva, Terceira Câmara de Direito Público, j. 16-07-2013).

Data do Julgamento : 16/07/2013
Classe/Assunto : Terceira Câmara de Direito Público
Órgão Julgador : Rafael Maas dos Anjos
Relator(a) : Carlos Adilson Silva
Comarca : Santa Cecília
Mostrar discussão