TRF2 0002238-66.2013.4.02.5101 00022386620134025101
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. MULTA
CONFISCATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. AUSÊNCIA DE
CÓPIA DA CDA. CERCEMENTO DE DEFESA. NÃO VERIFICADO. APELAÇÃO DESPROVIDA. 1. Se
a CDA indicar perfeitamente o devedor e especificar a exigência fiscal,
indicando os dispositivos legais pertinentes, eventual omissão incapaz de
causar prejuízo ao executado não macula o processo (STJ - AgRg no REsp
134907/PR - Relator Ministro HERMAN BENJAMIN - Segunda Turma - Julgado
em 20/11/2012 - DJe 18/12/2012; STJ - AgRg no AREsp 64755/MG - Relator
Ministro FRANCISCO FALCÃO - Primeira Turma - Julgado em 20/03/2012 - DJe
30/03/2012). 2. O percentual de 20% é cabível nos casos em que o tributo é
constituído pelo próprio contribuinte, nos lançamentos por homologação. Para
os lançamentos de ofício, aplicam-se os percentuais previstos no art. 44 da
Lei n.º 9.430/96. 3. A Excelsa Corte tem entendido que são confiscatórias
as sanções que ultrapassem o percentual de 100% (cem por cento) do valor
do tributo devido. 4. A instrução deficiente dos embargos não permite
aferir qualquer dos vícios apontados no título executivo. Ressalte-se,
que não consta dos autos, sequer, a cópia da CDA, o que impede qualquer
outra consideração sobre o tema. 5. O art. 16, § 2º, da Lei nº 6.830/80,
estabelece que o executado, ao apresentar os seus embargos, deverá deduzir
toda a matéria útil à sua defesa, com o objetivo de desconstituir a dívida
e a sua presunção de liquidez e certeza. 6. Sendo os embargos à execução
processo autônomo, incidental à execução e que tramita em autos apartados,
cabe ao embargante, em princípio, instruir os 1 autos com os documentos
indispensáveis à corroboração dos fundamentos aduzidos, considerando-se meras
alegações os fatos articulados na exordial, porém não comprovados. 7. Descabida
a alegação de cerceamento de defesa. A tentativa de imputar à Fazenda Nacional
a obrigação de juntar aos autos os processos administrativos, com o objetivo
de comprovar supostos pagamentos realizados em programa de parcelamento não se
sustenta. A uma, não foi comprovada recusa injustificável da administração
para disponibilizá-los. A duas, diversamente do alegado, a Fazenda não
foi efetivamente intimada a juntá-los aos autos, e sim, foi-lhe facultado
fazê-lo, se considerasse necessário. 8. Oportunizada a produção de provas,
o embargante considerou o processo suficientemente instruído, perdendo, assim,
a oportunidade de efetivamente requerer a juntada dos processos administrativos
que poderiam comprovar suas alegações. 9. Não se verifica, no caso vertente,
afronta ao devido processo legal ou à regularidade do lançamento do crédito
tributário, previstos nos artigos 5º, LIV e LV, da CRBF/88; artigos 142,
201 e 204 do CTN; e artigos 2º e 3º da Lei nº 6.830/80, sendo legítima a
cobrança. 10. Apelação desprovida.
Ementa
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. NULIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO. MULTA
CONFISCATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO. INSTRUÇÃO DEFICIENTE. AUSÊNCIA DE
CÓPIA DA CDA. CERCEMENTO DE DEFESA. NÃO VERIFICADO. APELAÇÃO DESPROVIDA. 1. Se
a CDA indicar perfeitamente o devedor e especificar a exigência fiscal,
indicando os dispositivos legais pertinentes, eventual omissão incapaz de
causar prejuízo ao executado não macula o processo (STJ - AgRg no REsp
134907/PR - Relator Ministro HERMAN BENJAMIN - Segunda Turma - Julgado
em 20/11/2012 - DJe 18/12/2012; STJ - AgRg no AREsp 64755/MG - Relator
Ministro FRANCISCO FALCÃO - Primeira Turma - Julgado em 20/03/2012 - DJe
30/03/2012). 2. O percentual de 20% é cabível nos casos em que o tributo é
constituído pelo próprio contribuinte, nos lançamentos por homologação. Para
os lançamentos de ofício, aplicam-se os percentuais previstos no art. 44 da
Lei n.º 9.430/96. 3. A Excelsa Corte tem entendido que são confiscatórias
as sanções que ultrapassem o percentual de 100% (cem por cento) do valor
do tributo devido. 4. A instrução deficiente dos embargos não permite
aferir qualquer dos vícios apontados no título executivo. Ressalte-se,
que não consta dos autos, sequer, a cópia da CDA, o que impede qualquer
outra consideração sobre o tema. 5. O art. 16, § 2º, da Lei nº 6.830/80,
estabelece que o executado, ao apresentar os seus embargos, deverá deduzir
toda a matéria útil à sua defesa, com o objetivo de desconstituir a dívida
e a sua presunção de liquidez e certeza. 6. Sendo os embargos à execução
processo autônomo, incidental à execução e que tramita em autos apartados,
cabe ao embargante, em princípio, instruir os 1 autos com os documentos
indispensáveis à corroboração dos fundamentos aduzidos, considerando-se meras
alegações os fatos articulados na exordial, porém não comprovados. 7. Descabida
a alegação de cerceamento de defesa. A tentativa de imputar à Fazenda Nacional
a obrigação de juntar aos autos os processos administrativos, com o objetivo
de comprovar supostos pagamentos realizados em programa de parcelamento não se
sustenta. A uma, não foi comprovada recusa injustificável da administração
para disponibilizá-los. A duas, diversamente do alegado, a Fazenda não
foi efetivamente intimada a juntá-los aos autos, e sim, foi-lhe facultado
fazê-lo, se considerasse necessário. 8. Oportunizada a produção de provas,
o embargante considerou o processo suficientemente instruído, perdendo, assim,
a oportunidade de efetivamente requerer a juntada dos processos administrativos
que poderiam comprovar suas alegações. 9. Não se verifica, no caso vertente,
afronta ao devido processo legal ou à regularidade do lançamento do crédito
tributário, previstos nos artigos 5º, LIV e LV, da CRBF/88; artigos 142,
201 e 204 do CTN; e artigos 2º e 3º da Lei nº 6.830/80, sendo legítima a
cobrança. 10. Apelação desprovida.
Data do Julgamento
:
05/07/2016
Data da Publicação
:
11/07/2016
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
4ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
FERREIRA NEVES
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
FERREIRA NEVES
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