TRF2 0007214-70.2005.4.02.5110 00072147020054025110
Nº CNJ : 0007214-70.2005.4.02.5110 (2005.51.10.007214-4) RELATOR :
Desembargadora Federal VERA LÚCIA LIMA APELANTE : UNIAO FEDERAL PROCURADOR
: ADVOGADO DA UNIÃO APELADO : MIGUEL NUNES DA SILVA ADVOGADO : LUIZ
ANTONIO FONTES PINHEIRO ORIGEM : 05ª Vara Federal de São João de Meriti
(00072147020054025110) E M E N T A ADMINISTRATIVO. ABALROAMENTO DE VEÍCULO DA
UNIÃO FEDERAL. DANOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
. NÃO DEMONSTRADA CONDUTA CULPOSA DO CONDUTOR DO VEÍCULO P ERTENCENTE AO
RÉU. DEVER DE INDENIZAR INEXISTENTE. -Cuida-se de verificar o alegado direito
da autora, UNIÃO FEDERAL, de ser indenizada por dano material relativo à
avaria de veículo militar marca VW, modelo Santana, placa GLS 2000, ano 1996,
decorrente, supostamente, de abalroamento do mesmo pelo veículo civil marca
Ford Del Rey, placa LEX 8138, a no 1987, conduzido pelo réu. -Para que se
configure a responsabilidade extracontratual subjetiva e o dever de indenizar,
é necessária a comprovação da culpa do agente, bem como da existência do nexo
entre a conduta culposa e o prejuízo suportado pela vítima, conforme preconiza
o art. 927 do Código Civil. Isso porque a responsabilidade subjetiva não
decorre somente da prática de determinada conduta e do nexo causal entre esta e
o resultado danoso, sendo indispensável a comprovação de conduta culposa, que
se caracteriza ante a inobservância do dever objetivo de c uidado, violando
direito alheio. -In casu, compulsando os documentos trazidos aos autos,
verifica-se que a parte autora anexa perícia técnica do acidente ocorrido
em 19/06/2003, iniciada em 29/09/2003 e concluída em 07/11/2003, elaborada
por ela própria (fls. 6/8), que apontou ter havido negligência e imperícia
por parte do condutor do veículo particular conduzido pelo réu, com esteio,
nos depoimentos colhidos e no inquérito técnico realizado pelo encarregado,
Cap. Int. Delson Andrade Santana, que restou acolhido pelo Diretor do HCE,
a quem servia o v eículo militar (fl. 9 e 10). -A perícia técnica juntada
pela ré foi produzida unilateralmente e iniciada somente 10 (dez) dias após
o acidente, não sendo suficiente para se determinar a culpa (negligência,
imperícia ou imprudência), pressuposto fundamental da responsabilidade civil,
e o nexo de causalidade. Acrescente-se que a parte autora sustenta, no 1
laudo de fls. 6/8, que se baseou nas declarações de ambos os condutores e
das testemunhas, mas deixou de anexar aos autos tais declarações, sendo
que sequer identificou as supostas testemunhas, restando descumprido o
inciso I, do art. 333, do Código de Processo Civil, inexistindo, portanto,
prova inequívoca que enseje a responsabilidade civil da parte ré. (Nesse
sentido: AC 0000916-84.2008.4.02.5101. Relator: Desemb. Marcelo Pereira da
Silva. Data da decisão: 2 4/02/2016. Data da disponibilização: 20/02/2016.) -
Recurso desprovido.
Ementa
Nº CNJ : 0007214-70.2005.4.02.5110 (2005.51.10.007214-4) RELATOR :
Desembargadora Federal VERA LÚCIA LIMA APELANTE : UNIAO FEDERAL PROCURADOR
: ADVOGADO DA UNIÃO APELADO : MIGUEL NUNES DA SILVA ADVOGADO : LUIZ
ANTONIO FONTES PINHEIRO ORIGEM : 05ª Vara Federal de São João de Meriti
(00072147020054025110) E M E N T A ADMINISTRATIVO. ABALROAMENTO DE VEÍCULO DA
UNIÃO FEDERAL. DANOS AO PATRIMÔNIO PÚBLICO. RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA
. NÃO DEMONSTRADA CONDUTA CULPOSA DO CONDUTOR DO VEÍCULO P ERTENCENTE AO
RÉU. DEVER DE INDENIZAR INEXISTENTE. -Cuida-se de verificar o alegado direito
da autora, UNIÃO FEDERAL, de ser indenizada por dano material relativo à
avaria de veículo militar marca VW, modelo Santana, placa GLS 2000, ano 1996,
decorrente, supostamente, de abalroamento do mesmo pelo veículo civil marca
Ford Del Rey, placa LEX 8138, a no 1987, conduzido pelo réu. -Para que se
configure a responsabilidade extracontratual subjetiva e o dever de indenizar,
é necessária a comprovação da culpa do agente, bem como da existência do nexo
entre a conduta culposa e o prejuízo suportado pela vítima, conforme preconiza
o art. 927 do Código Civil. Isso porque a responsabilidade subjetiva não
decorre somente da prática de determinada conduta e do nexo causal entre esta e
o resultado danoso, sendo indispensável a comprovação de conduta culposa, que
se caracteriza ante a inobservância do dever objetivo de c uidado, violando
direito alheio. -In casu, compulsando os documentos trazidos aos autos,
verifica-se que a parte autora anexa perícia técnica do acidente ocorrido
em 19/06/2003, iniciada em 29/09/2003 e concluída em 07/11/2003, elaborada
por ela própria (fls. 6/8), que apontou ter havido negligência e imperícia
por parte do condutor do veículo particular conduzido pelo réu, com esteio,
nos depoimentos colhidos e no inquérito técnico realizado pelo encarregado,
Cap. Int. Delson Andrade Santana, que restou acolhido pelo Diretor do HCE,
a quem servia o v eículo militar (fl. 9 e 10). -A perícia técnica juntada
pela ré foi produzida unilateralmente e iniciada somente 10 (dez) dias após
o acidente, não sendo suficiente para se determinar a culpa (negligência,
imperícia ou imprudência), pressuposto fundamental da responsabilidade civil,
e o nexo de causalidade. Acrescente-se que a parte autora sustenta, no 1
laudo de fls. 6/8, que se baseou nas declarações de ambos os condutores e
das testemunhas, mas deixou de anexar aos autos tais declarações, sendo
que sequer identificou as supostas testemunhas, restando descumprido o
inciso I, do art. 333, do Código de Processo Civil, inexistindo, portanto,
prova inequívoca que enseje a responsabilidade civil da parte ré. (Nesse
sentido: AC 0000916-84.2008.4.02.5101. Relator: Desemb. Marcelo Pereira da
Silva. Data da decisão: 2 4/02/2016. Data da disponibilização: 20/02/2016.) -
Recurso desprovido.
Data do Julgamento
:
16/12/2016
Data da Publicação
:
12/01/2017
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
8ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
VERA LÚCIA LIMA
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
VERA LÚCIA LIMA
Mostrar discussão