TRF2 0008021-05.2014.4.02.5101 00080210520144025101
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO RETIDO - DECISÃO QUE RECEBE RECURSO DE APELAÇÃO
NO DUPLO EFEITO - ART. 522 DO CPC DE 1973 - NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. I -
Tendo em vista o disposto no art. 522 do CPC de 1973, e na linha de precedentes
jurisprudenciais do STJ, revela-se imprópria, por flagrante inocuidade, a
interposição de agravo retido contra decisão que define os efeitos em que
a apelação é recebida. II - Agravo retido não conhecido. APELAÇÃO CÍVEL -
EMBARGOS À EXECUÇÃO - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DAS CONDENAÇÕES IMPOSTAS À FAZENDA
PÚBLICA ATÉ A EXPEDIÇÃO DO REQUISITÓRIO - INCIDÊNCIA DO ART. 1º-F DA LEI Nº
9.494/97, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09 - MATÉRIA COM REPERCUSSÃO
GERAL RECONHECIDA PELO STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 870.947/SE. I -
Consoante entendimento externado pelo Supremo Tribunal Federal no acórdão
lavrado no RE nº 870.947/SE, que reconheceu a repercussão geral da questão
jurídica nele versada (Tema 810), o Plenário da Corte, ao julgar as ADIs nº
4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correção monetária pela
TR apenas quanto ao período compreendido entre a inscrição do crédito em
precatório e o seu efetivo pagamento, não se pronunciando especificamente
sobre a aplicação do mesmo índice na correção das condenações judiciais da
Fazenda Pública. II - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/09, na parte em que rege a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública até a expedição do requisitório,
isto é, entre o dano efetivo/ajuizamento da demanda e a condenação imposta
pelo Judiciário, ainda não foi objeto de pronunciamento expresso pelo E. STF
quanto à sua constitucionalidade, continuando, portanto, em pleno vigor. JUROS
DE MORA - ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 (INCLUÍDO PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº
2.180-35/2001) - 6% (SEIS POR CENTO) AO ANO - ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97
(COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09) - JUROS APLICADOS À CADERNETA DE
POUPANÇA - APLICAÇÃO IMEDIATA - NORMAS DE NATUREZA EMINENTEMENTE PROCESSUAL
- PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM - RESP REPETITIVO Nº 1.205.946/SP. I - As
normas que dispõem sobre os juros moratórios possuem natureza eminentemente
1 processual, aplicando-se aos processos em andamento, à luz do princípio
tempus regit actum. II - No Recurso Especial Repetitivo nº 1.205.946/SP (DJe
de 02/02/2012), a Corte Especial do Eg. STJ decidiu pela imediata aplicação
do art. 5º da Lei 11.960/09, assim como do art. 4º da MP nº 2.180-35/2001,
a partir de suas vigências, sem efeitos retroativos, em consonância com o
entendimento anteriormente externado pelo C. STF. Em suma, o Egrégio STJ
pacificou a controvérsia existente a respeito dos juros de mora, consignando
que a aplicação dos mesmos, em se tratando de condenação imposta contra a
Fazenda Pública, há de obedecer, a partir de 27/08/2001, aos ditames do
art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Medida Provisória nº
2.180-35/2001, e, posteriormente, a partir de 30/06/2009, na vigência da
Lei nº 11.960/2009, que alterara a redação do aludido dispositivo, há de
seguir os parâmetros da nova regra, ou seja, os índices oficiais de juros
aplicáveis à caderneta de poupança. III - Recurso de apelação provido.
Ementa
PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO RETIDO - DECISÃO QUE RECEBE RECURSO DE APELAÇÃO
NO DUPLO EFEITO - ART. 522 DO CPC DE 1973 - NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. I -
Tendo em vista o disposto no art. 522 do CPC de 1973, e na linha de precedentes
jurisprudenciais do STJ, revela-se imprópria, por flagrante inocuidade, a
interposição de agravo retido contra decisão que define os efeitos em que
a apelação é recebida. II - Agravo retido não conhecido. APELAÇÃO CÍVEL -
EMBARGOS À EXECUÇÃO - ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DAS CONDENAÇÕES IMPOSTAS À FAZENDA
PÚBLICA ATÉ A EXPEDIÇÃO DO REQUISITÓRIO - INCIDÊNCIA DO ART. 1º-F DA LEI Nº
9.494/97, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09 - MATÉRIA COM REPERCUSSÃO
GERAL RECONHECIDA PELO STF - RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 870.947/SE. I -
Consoante entendimento externado pelo Supremo Tribunal Federal no acórdão
lavrado no RE nº 870.947/SE, que reconheceu a repercussão geral da questão
jurídica nele versada (Tema 810), o Plenário da Corte, ao julgar as ADIs nº
4.357 e 4.425, declarou a inconstitucionalidade da correção monetária pela
TR apenas quanto ao período compreendido entre a inscrição do crédito em
precatório e o seu efetivo pagamento, não se pronunciando especificamente
sobre a aplicação do mesmo índice na correção das condenações judiciais da
Fazenda Pública. II - O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/09, na parte em que rege a atualização monetária das
condenações impostas à Fazenda Pública até a expedição do requisitório,
isto é, entre o dano efetivo/ajuizamento da demanda e a condenação imposta
pelo Judiciário, ainda não foi objeto de pronunciamento expresso pelo E. STF
quanto à sua constitucionalidade, continuando, portanto, em pleno vigor. JUROS
DE MORA - ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 (INCLUÍDO PELA MEDIDA PROVISÓRIA Nº
2.180-35/2001) - 6% (SEIS POR CENTO) AO ANO - ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97
(COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09) - JUROS APLICADOS À CADERNETA DE
POUPANÇA - APLICAÇÃO IMEDIATA - NORMAS DE NATUREZA EMINENTEMENTE PROCESSUAL
- PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM - RESP REPETITIVO Nº 1.205.946/SP. I - As
normas que dispõem sobre os juros moratórios possuem natureza eminentemente
1 processual, aplicando-se aos processos em andamento, à luz do princípio
tempus regit actum. II - No Recurso Especial Repetitivo nº 1.205.946/SP (DJe
de 02/02/2012), a Corte Especial do Eg. STJ decidiu pela imediata aplicação
do art. 5º da Lei 11.960/09, assim como do art. 4º da MP nº 2.180-35/2001,
a partir de suas vigências, sem efeitos retroativos, em consonância com o
entendimento anteriormente externado pelo C. STF. Em suma, o Egrégio STJ
pacificou a controvérsia existente a respeito dos juros de mora, consignando
que a aplicação dos mesmos, em se tratando de condenação imposta contra a
Fazenda Pública, há de obedecer, a partir de 27/08/2001, aos ditames do
art. 1º-F da Lei 9.494/97, com a redação dada pela Medida Provisória nº
2.180-35/2001, e, posteriormente, a partir de 30/06/2009, na vigência da
Lei nº 11.960/2009, que alterara a redação do aludido dispositivo, há de
seguir os parâmetros da nova regra, ou seja, os índices oficiais de juros
aplicáveis à caderneta de poupança. III - Recurso de apelação provido.
Data do Julgamento
:
22/03/2017
Data da Publicação
:
30/03/2017
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
7ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
SERGIO SCHWAITZER
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
SERGIO SCHWAITZER
Mostrar discussão