TRF2 0008130-25.2016.4.02.0000 00081302520164020000
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO INTERNO. INTEMPESTIVIDADE. CONCURSO
PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CADIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS
NO EDITAL. EXPECTATIVA DE DIREITO. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES A TÍTULO PRECÁRIO. PRETERIÇÃO. 1. Não se
conhece do agravo interno, porquanto interposto depois de findado o prazo
de 15 dias úteis da publicação da decisão. 2. O STF, em repercussão geral,
pacificou a orientação sobre o direito à nomeação de candidatos aprovados fora
do número de vagas previstas no edital de concurso público: "O surgimento de
novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo
de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação
dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de
revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim,
a discricionariedade da Administração quanto à convocação de aprovados em
concurso público fica reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf
Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas
seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do
número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na
nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF);
iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a
validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados
fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração
nos termos acima" (Cf. RE 837311/PI). 3. In casu, não restando demonstrada
a verossimilhança das alegações quanto existência de vagas, preterição de
candidatos, nem mesmo quanto a postura do Colégio em revelar necessidade de
nomeação dos candidatos de forma efetiva. 4. Percebe-se que os agravantes
não foram classificados dentro do número de vagas, ou seja, fazem parte
do cadastro de reserva do concurso que teve sua validade prorrogada por
mais um ano, logo, para ter direito a nomeação . 1 5. Diversamente do que
afirmam os agravantes, a nomeação da candidata aprovada também em 21º lugar
da lista geral, não burlou a ordem de classificação, haja vista que sua
nomeação decorreu da aprovação em primeiro lugar na lista de candidatos
inscritos na condição de pessoas com deficiência. 6. Outro ponto aduzindo
pelos agravantes diz respeito a demonstração da necessidade e oportunidade
para o Colégio Pedro II em preencher as vagas ao fazer uso da contratação
de professores substitutos. No entanto, essa contratação de professores
substitutos existe justamente para suprir a necessidade transitória da
instituição ante a impossibilidade de criação de novas vagas. Aquele que é
contratado temporariamente não ocupa cargos púbico e nem leva à conclusão
de que há cargos a serem ocupados. 7. Não há perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo, caso a medida venha a ser proferida ao final,
tendo em vista que a validade do concurso foi prorrogada por mais um
ano. Assim, ausentes os requisitos necessários ao deferimento da tutela de
urgência. 8. Agravo interno não conhecido. Agravo de instrumento desprovido.
Ementa
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AGRAVO INTERNO. INTEMPESTIVIDADE. CONCURSO
PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CADIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS
NO EDITAL. EXPECTATIVA DE DIREITO. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES A TÍTULO PRECÁRIO. PRETERIÇÃO. 1. Não se
conhece do agravo interno, porquanto interposto depois de findado o prazo
de 15 dias úteis da publicação da decisão. 2. O STF, em repercussão geral,
pacificou a orientação sobre o direito à nomeação de candidatos aprovados fora
do número de vagas previstas no edital de concurso público: "O surgimento de
novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo
de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação
dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as
hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração,
caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de
revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim,
a discricionariedade da Administração quanto à convocação de aprovados em
concurso público fica reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf
Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação, verbi gratia, nas
seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer dentro do
número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver preterição na
nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF);
iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a
validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados
fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração
nos termos acima" (Cf. RE 837311/PI). 3. In casu, não restando demonstrada
a verossimilhança das alegações quanto existência de vagas, preterição de
candidatos, nem mesmo quanto a postura do Colégio em revelar necessidade de
nomeação dos candidatos de forma efetiva. 4. Percebe-se que os agravantes
não foram classificados dentro do número de vagas, ou seja, fazem parte
do cadastro de reserva do concurso que teve sua validade prorrogada por
mais um ano, logo, para ter direito a nomeação . 1 5. Diversamente do que
afirmam os agravantes, a nomeação da candidata aprovada também em 21º lugar
da lista geral, não burlou a ordem de classificação, haja vista que sua
nomeação decorreu da aprovação em primeiro lugar na lista de candidatos
inscritos na condição de pessoas com deficiência. 6. Outro ponto aduzindo
pelos agravantes diz respeito a demonstração da necessidade e oportunidade
para o Colégio Pedro II em preencher as vagas ao fazer uso da contratação
de professores substitutos. No entanto, essa contratação de professores
substitutos existe justamente para suprir a necessidade transitória da
instituição ante a impossibilidade de criação de novas vagas. Aquele que é
contratado temporariamente não ocupa cargos púbico e nem leva à conclusão
de que há cargos a serem ocupados. 7. Não há perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo, caso a medida venha a ser proferida ao final,
tendo em vista que a validade do concurso foi prorrogada por mais um
ano. Assim, ausentes os requisitos necessários ao deferimento da tutela de
urgência. 8. Agravo interno não conhecido. Agravo de instrumento desprovido.
Data do Julgamento
:
09/12/2016
Data da Publicação
:
15/12/2016
Classe/Assunto
:
AG - Agravo de Instrumento - Agravos - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
7ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
LUIZ PAULO DA SILVA ARAUJO FILHO
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
LUIZ PAULO DA SILVA ARAUJO FILHO
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