TRF2 0009838-16.2014.4.02.5001 00098381620144025001
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. EMPREGADO
PÚBLICO. CEF. SUBTRAÇÃO DE VALORES. DANO AO ERÁRIO COMPROVADO. MULTA
MAJORADA. PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO E RECEVER
INCENTIVOS. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. 1. A presente Ação de Improbidade
Administrativa foi movida em face do Apelado, que, ao exercer a função
desempregado público da Caixa Econômica Federal - CEF, consciente e
voluntariamente, subtraiu da referida estatal, em proveito próprio, a
quantia de R$ 28.338,90 (vinte e oito mil, trezentos e trinta e oito reais
e noventa centavos), no ano de 2011, e R$ 35.157,00 (trinta e cinco mil,
cento e cinquenta e sete reais), no ano de 2012, valendo-se da facilidade
proporcionada por sua condição funcional. 2. A comprovação de que houve
ato ímprobo se deu por meio do Inquérito Policial instaurado contra o
Apelado, no qual este, ao ser interrogado, confessou ter praticado os atos
descritos em cada um dos Relatórios Conclusivos Disciplinares e Civil,
conforme consta às fls. 63/65 dos autos, o que resultou em sua condenação
como incurso no art. 312, caput, do Código Penal, nos autos da Ação Penal
0009286.22.2012.4.02.5001. 3. Comprovado o ato ímprobo do Réu, o Juízo a quo
proferiu sentença condenando-o ao "ressarcimento do valor atualizado de R$
83.064,52 (oitenta e três mil, sessenta e quatro reais e cinquenta e dois
centavos), correspondente à lesão ao erário e ao consequente enriquecimento
ilícito; ao pagamento de multa civil no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais); e a perda da função pública, o que inclui o (s) cargos efetivos e /ou
função (ões)/cargo (s) de confiança exercida (s) pelo mesmo por ocasião do
trânsito em julgado da sentença". 4. O ato praticado pelo Apelado é grave,
já que, por ser empregado público, possui a incumbência funcional em zelar
pelo patrimônio da Sociedade. Deve, portanto, haver reforma na decisão
proferida pelo Juízo a quo, no sentido de proibi-lo de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos, conforme o art. 12, III, da Lei de
Improbidade Administrativa. 5. Quanto ao valor da multa fixado, R$ 20.000,00
(vinte mil reais), entendo que, aplicando uma dosimetria coerente, razoável
e proporcional à magnitude da conduta e à culpabilidade do Réu, impõe-se
a sua majoração, com base no que dispõe o art. 12 da referida lei. 6. In
casu, verifico que o Apelado praticou condutas inseridas nos três incisos,
o que torna razoável que a multa aplicada ao caso seja majorada para uma
vez o valor do proveito patrimonial e do dano, perfazendo o montante de R$
83.064,52 (oitenta e três mil e sessenta e quatro reais e cinquenta e dois
centavos). 7. Apelação conhecida e provida.
Ementa
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. EMPREGADO
PÚBLICO. CEF. SUBTRAÇÃO DE VALORES. DANO AO ERÁRIO COMPROVADO. MULTA
MAJORADA. PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM O PODER PÚBLICO E RECEVER
INCENTIVOS. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA. 1. A presente Ação de Improbidade
Administrativa foi movida em face do Apelado, que, ao exercer a função
desempregado público da Caixa Econômica Federal - CEF, consciente e
voluntariamente, subtraiu da referida estatal, em proveito próprio, a
quantia de R$ 28.338,90 (vinte e oito mil, trezentos e trinta e oito reais
e noventa centavos), no ano de 2011, e R$ 35.157,00 (trinta e cinco mil,
cento e cinquenta e sete reais), no ano de 2012, valendo-se da facilidade
proporcionada por sua condição funcional. 2. A comprovação de que houve
ato ímprobo se deu por meio do Inquérito Policial instaurado contra o
Apelado, no qual este, ao ser interrogado, confessou ter praticado os atos
descritos em cada um dos Relatórios Conclusivos Disciplinares e Civil,
conforme consta às fls. 63/65 dos autos, o que resultou em sua condenação
como incurso no art. 312, caput, do Código Penal, nos autos da Ação Penal
0009286.22.2012.4.02.5001. 3. Comprovado o ato ímprobo do Réu, o Juízo a quo
proferiu sentença condenando-o ao "ressarcimento do valor atualizado de R$
83.064,52 (oitenta e três mil, sessenta e quatro reais e cinquenta e dois
centavos), correspondente à lesão ao erário e ao consequente enriquecimento
ilícito; ao pagamento de multa civil no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais); e a perda da função pública, o que inclui o (s) cargos efetivos e /ou
função (ões)/cargo (s) de confiança exercida (s) pelo mesmo por ocasião do
trânsito em julgado da sentença". 4. O ato praticado pelo Apelado é grave,
já que, por ser empregado público, possui a incumbência funcional em zelar
pelo patrimônio da Sociedade. Deve, portanto, haver reforma na decisão
proferida pelo Juízo a quo, no sentido de proibi-lo de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta
ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de três anos, conforme o art. 12, III, da Lei de
Improbidade Administrativa. 5. Quanto ao valor da multa fixado, R$ 20.000,00
(vinte mil reais), entendo que, aplicando uma dosimetria coerente, razoável
e proporcional à magnitude da conduta e à culpabilidade do Réu, impõe-se
a sua majoração, com base no que dispõe o art. 12 da referida lei. 6. In
casu, verifico que o Apelado praticou condutas inseridas nos três incisos,
o que torna razoável que a multa aplicada ao caso seja majorada para uma
vez o valor do proveito patrimonial e do dano, perfazendo o montante de R$
83.064,52 (oitenta e três mil e sessenta e quatro reais e cinquenta e dois
centavos). 7. Apelação conhecida e provida.
Data do Julgamento
:
06/02/2017
Data da Publicação
:
29/03/2017
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
8ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
GUILHERME DIEFENTHAELER
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
GUILHERME DIEFENTHAELER
Mostrar discussão