TRF2 0014457-25.2012.4.02.0000 00144572520124020000
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DE
CÁLCULOS. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APELAÇÃO. NATUREZA DA DECISÃO. RECURSO
CABÍVEL. FUNGIBILIDADE. AMPLA DEFESA. PARIDADE DE ARMAS. APRECIAÇÃO
DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE CASO A CASO. 1. Trata-se de agravo de
instrumento interposto em face de sentença que extinguiu os embargos
à execução com resolução de mérito e homologou os cálculos. 2. Alega o
Agravante que a contadoria judicial entendeu corretos os cálculos por ele
apresentados. Ademais, a atualização das contribuições feitas para a VALIA -
entidade de previdência privada - feita pela UNIÃO FEDERAL / FAZENDA NACIONAL
não fora determinado na sentença exeqüenda. Aduz, ainda, que a Fazenda
Pública não apresentou os cálculos que entende devidos quando do oferecimento
dos embargos, mesmo possuindo-os, e posteriormente, ao apresentá-los, os
cálculos se encontravam desatualizados, descumprindo o que fora determinado na
sentença. 3. A partir da reforma processual introduzida pela Lei nº 11.232/05,
o recurso adequado para atacar a decisão que põe fim aos embargos de devedor
é o agravo de instrumento, salvo quando importar em extinção da execução,
caso em que o recurso cabível será o de apelação, consoante expressa
disposição no art. 475-M, § 3º do CPC/73. (Precedentes: REsp 1044693/MG,
Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, Rel. p/ Acórdão Ministro ALDIR PASSARINHO
JUNIOR, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/12/2008, DJe 06/08/2009; AgRg no REsp
1189358/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 29/06/2010; AgRg no REsp
991.490/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
28/04/2015, DJe 05/05/2015; AgRg no REsp 1077046/RS, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 02/12/2014, DJe 19/02/2015). 4. A
fungibilidade não há de se aplicada ao caso, na medida em que somente cabível
quando não sacrifique o princípio da ampla defesa e da paridade de armas,
estabelecido no art. 7º do CPC/2015. 5. Agravo de instrumento não conhecido.
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. HOMOLOGAÇÃO DE
CÁLCULOS. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APELAÇÃO. NATUREZA DA DECISÃO. RECURSO
CABÍVEL. FUNGIBILIDADE. AMPLA DEFESA. PARIDADE DE ARMAS. APRECIAÇÃO
DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE CASO A CASO. 1. Trata-se de agravo de
instrumento interposto em face de sentença que extinguiu os embargos
à execução com resolução de mérito e homologou os cálculos. 2. Alega o
Agravante que a contadoria judicial entendeu corretos os cálculos por ele
apresentados. Ademais, a atualização das contribuições feitas para a VALIA -
entidade de previdência privada - feita pela UNIÃO FEDERAL / FAZENDA NACIONAL
não fora determinado na sentença exeqüenda. Aduz, ainda, que a Fazenda
Pública não apresentou os cálculos que entende devidos quando do oferecimento
dos embargos, mesmo possuindo-os, e posteriormente, ao apresentá-los, os
cálculos se encontravam desatualizados, descumprindo o que fora determinado na
sentença. 3. A partir da reforma processual introduzida pela Lei nº 11.232/05,
o recurso adequado para atacar a decisão que põe fim aos embargos de devedor
é o agravo de instrumento, salvo quando importar em extinção da execução,
caso em que o recurso cabível será o de apelação, consoante expressa
disposição no art. 475-M, § 3º do CPC/73. (Precedentes: REsp 1044693/MG,
Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, Rel. p/ Acórdão Ministro ALDIR PASSARINHO
JUNIOR, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/12/2008, DJe 06/08/2009; AgRg no REsp
1189358/SP, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 29/06/2010; AgRg no REsp
991.490/RS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
28/04/2015, DJe 05/05/2015; AgRg no REsp 1077046/RS, Rel. Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 02/12/2014, DJe 19/02/2015). 4. A
fungibilidade não há de se aplicada ao caso, na medida em que somente cabível
quando não sacrifique o princípio da ampla defesa e da paridade de armas,
estabelecido no art. 7º do CPC/2015. 5. Agravo de instrumento não conhecido.
Data do Julgamento
:
06/09/2016
Classe/Assunto
:
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Órgão Julgador
:
3ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
MARCUS ABRAHAM
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
MARCUS ABRAHAM
Mostrar discussão