TRF2 0038192-08.2015.4.02.5101 00381920820154025101
Nº CNJ : 0038192-08.2015.4.02.5101 (2015.51.01.038192-3) RELATOR : JFC
ALCIDES MARTINS RIBEIRO FILHO APELANTE : MUGELLO REDISTRIBUICAO DE ATIVOS
FINANCEIROS S/A E OUTROS ADVOGADO : CARLYLE POPP APELADO : COMISSAO DE VALORES
MOBILIARIOS PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL ORIGEM : 21ª Vara Federal do Rio
de Janeiro (00381920820154025101) EME NTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO,
OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. ART. 1.022 DO CPC. 1. Elenca o
art. 1.022 do Código de Processo Civil os casos em que cabe a interposição
de embargos de declaração, e, somente com a ocorrência de uma das hipóteses
constantes no dispositivo em comento, poderá h aver o reconhecimento de sua
procedência. 2. No presente feito, o acórdão foi claro no sentido de que o
exercício da atividade de mediação ou corretagem de operação com valores
mobiliários fora da bolsa, de acordo com o disposto no art. 16 da lei nº
6.385/76, somente pode ser exercido com prévia autorização da CVM, cabendo a
esta, na presença de meros indícios da ocorrência de irregularidades, impedir
que tais infrações se perpetuem, alertando o m ercado por meio das denominadas
stop orders. 3. Após a constatação, através do processo administrativo nº
RJ 2010/11197, da prática de 47 (quarenta e sete) operações com valores
mobiliários em datas diferentes ou com titulares diferentes, no mercado
do balcão, sem registro, pelos apelantes, a CVM, dentro do seu poder-dever
de polícia, publicou o ato declaratório CVM nº 13.319, de 4/10/2013. 4. O
mencionado ato concretiza apenas a reiteração de um impedimento para atuar
no mercado de capitais q ue tem sede na própria lei em sentido estrito. 5. O
decisum explicitou, ainda, que a alegação de ofensa ao princípio da ampla
defesa não prospera, eis que se trata de ato de natureza cautelar e preventiva,
e a abertura de prévio contraditório traria o risco de i nutilidade da
decisão, com riscos de danos irreversíveis à coletividade. 6. Nítido se
mostra que os embargos de declaração não se constituem como via recursal
adequada para suscitar a revisão na análise fático-jurídica decidida no
acórdão. 7. Eventual discordância acerca do posicionamento externado deveria
ter sido oportunamente alegada pelo Ministério Público Federal, que não pode
agora, ciente dos argumentos expendidos no recurso especial protocolado e
juntado aos autos, pretender o rejulgamento da questão. 8. Embargos improvidos.
Ementa
Nº CNJ : 0038192-08.2015.4.02.5101 (2015.51.01.038192-3) RELATOR : JFC
ALCIDES MARTINS RIBEIRO FILHO APELANTE : MUGELLO REDISTRIBUICAO DE ATIVOS
FINANCEIROS S/A E OUTROS ADVOGADO : CARLYLE POPP APELADO : COMISSAO DE VALORES
MOBILIARIOS PROCURADOR : PROCURADOR FEDERAL ORIGEM : 21ª Vara Federal do Rio
de Janeiro (00381920820154025101) EME NTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO,
OBSCURIDADE E CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. ART. 1.022 DO CPC. 1. Elenca o
art. 1.022 do Código de Processo Civil os casos em que cabe a interposição
de embargos de declaração, e, somente com a ocorrência de uma das hipóteses
constantes no dispositivo em comento, poderá h aver o reconhecimento de sua
procedência. 2. No presente feito, o acórdão foi claro no sentido de que o
exercício da atividade de mediação ou corretagem de operação com valores
mobiliários fora da bolsa, de acordo com o disposto no art. 16 da lei nº
6.385/76, somente pode ser exercido com prévia autorização da CVM, cabendo a
esta, na presença de meros indícios da ocorrência de irregularidades, impedir
que tais infrações se perpetuem, alertando o m ercado por meio das denominadas
stop orders. 3. Após a constatação, através do processo administrativo nº
RJ 2010/11197, da prática de 47 (quarenta e sete) operações com valores
mobiliários em datas diferentes ou com titulares diferentes, no mercado
do balcão, sem registro, pelos apelantes, a CVM, dentro do seu poder-dever
de polícia, publicou o ato declaratório CVM nº 13.319, de 4/10/2013. 4. O
mencionado ato concretiza apenas a reiteração de um impedimento para atuar
no mercado de capitais q ue tem sede na própria lei em sentido estrito. 5. O
decisum explicitou, ainda, que a alegação de ofensa ao princípio da ampla
defesa não prospera, eis que se trata de ato de natureza cautelar e preventiva,
e a abertura de prévio contraditório traria o risco de i nutilidade da
decisão, com riscos de danos irreversíveis à coletividade. 6. Nítido se
mostra que os embargos de declaração não se constituem como via recursal
adequada para suscitar a revisão na análise fático-jurídica decidida no
acórdão. 7. Eventual discordância acerca do posicionamento externado deveria
ter sido oportunamente alegada pelo Ministério Público Federal, que não pode
agora, ciente dos argumentos expendidos no recurso especial protocolado e
juntado aos autos, pretender o rejulgamento da questão. 8. Embargos improvidos.
Data do Julgamento
:
10/03/2017
Data da Publicação
:
16/03/2017
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
6ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
ALCIDES MARTINS RIBEIRO FILHO
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
ALCIDES MARTINS RIBEIRO FILHO
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