TRF2 0048068-84.2015.4.02.5101 00480688420154025101
TRIBUTÁRIO. IRPF. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. LEI Nº 9.250/95. ADOÇÃO DO
ENTENDIMENTO DO STJ EM RECURSO REPETITIVO (RESP Nº 1.012-903-RJ). PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. 1. De acordo com o entendimento firmado no julgamento do
RESP nº 1.012.903-RJ, submetido à sistemática dos recursos repetitivos,
é legítima a pretensão de restituição do imposto de renda incidente sobre
a complementação de aposentadoria, exigido a partir da Lei nº 9.250/95,
uma vez que os valores da contribuição do autor para o fundo de previdência
complementar, já tributados anteriormente, deveriam ter sido excluídos,
nesta proporção, da base de cálculo de incidência da referida exação, a fim
de evitar o bis in idem. 2. O que restou assegurado no referido leading
case não foi a isenção ad aeternum de parcela proporcional do imposto de
renda incidente sobre o benefício de aposentadoria complementar da parte
autora, mas apenas a isenção limitada a determinado montante (valor a ser
restituído), correspondente ao total de aporte vertido pelo empregado em
contribuição ao fundo de previdência privada, e desde que tenha havido a
incidência do imposto de renda quando da percepção de seu salário, no período
de vigência de 01/01/1989 a 31/12/1995. 3-Até o advento da LC nº 118/05,
estava consolidado no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que, com
fundamento no artigo 150, § 4º c/c o artigo 168, I, ambos do CTN, a extinção
do direito de pleitear a restituição do tributo pago indevidamente ocorreria,
nos casos dos tributos sujeitos à homologação, após 5 (cinco) anos, contados
do fato gerador, acrescido de mais 5 (cinco) anos da homologação. 4-Com a
edição da LC nº 118/05, novo entendimento foi adotado por aquela Corte, o
qual não subsistiu ante o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal quando
da apreciação da matéria no RE 566.621. Naquele julgado ficou assentado que
o artigo 4º da LC nº 118/05 cumpriu a função determinada pelo artigo 8º da LC
nº 95/98, na parte em que estabeleceu a vacatio legis de 120 (cento e vinte)
dias. 5-Vencida a vacatio legis de 120 dias, é válida a aplicação do prazo de
cinco anos às ações ajuizadas a partir de então, restando inconstitucional
apenas sua aplicação às ações ajuizadas anteriormente a esta data. 6-A
restituição de imposto de renda que se busca corresponde às parcelas de
complementação de aposentadoria equivalentes às contribuições efetuadas
pelo participante durante a vigência da Lei n.º 7.713/88 (janeiro de 1989
a dezembro de 1995). Logo, renova-se a pretensão de repetição de indébito a
cada mês em que ocorre a incidência de imposto de renda sobre a complementação
de aposentadoria percebida pelo autor, cuja base de cálculo é integrada pela
contribuição daquele, no período de vigência da citada lei. 8-É de se registrar
que a inexigibilidade do tributo em apreço somente se dá com relação à segunda
tributação sobre a complementação de aposentadoria vitalícia, ou seja, após
a 1 aposentadoria, no momento da percepção do benefício, quando se verifica
o bis in idem. E, a cada mês em que ocorre a incidência de imposto de renda
sobre a complementação de aposentadoria percebida pela parte autora, cuja base
de cálculo é integrada pela contribuição daquele, no período de vigência
da referida lei, renova-se a pretensão a repetição de indébito. 9-Como
a presente ação foi proposta em janeiro de 2013, restam fulminadas pela
prescrição as parcelas pagas anteriormente aos cinco anos anteriores a
propositura da demanda (anteriores a janeiro de 2008). 10-Apelação provida.
Ementa
TRIBUTÁRIO. IRPF. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. LEI Nº 9.250/95. ADOÇÃO DO
ENTENDIMENTO DO STJ EM RECURSO REPETITIVO (RESP Nº 1.012-903-RJ). PRESCRIÇÃO
QUINQUENAL. 1. De acordo com o entendimento firmado no julgamento do
RESP nº 1.012.903-RJ, submetido à sistemática dos recursos repetitivos,
é legítima a pretensão de restituição do imposto de renda incidente sobre
a complementação de aposentadoria, exigido a partir da Lei nº 9.250/95,
uma vez que os valores da contribuição do autor para o fundo de previdência
complementar, já tributados anteriormente, deveriam ter sido excluídos,
nesta proporção, da base de cálculo de incidência da referida exação, a fim
de evitar o bis in idem. 2. O que restou assegurado no referido leading
case não foi a isenção ad aeternum de parcela proporcional do imposto de
renda incidente sobre o benefício de aposentadoria complementar da parte
autora, mas apenas a isenção limitada a determinado montante (valor a ser
restituído), correspondente ao total de aporte vertido pelo empregado em
contribuição ao fundo de previdência privada, e desde que tenha havido a
incidência do imposto de renda quando da percepção de seu salário, no período
de vigência de 01/01/1989 a 31/12/1995. 3-Até o advento da LC nº 118/05,
estava consolidado no Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que, com
fundamento no artigo 150, § 4º c/c o artigo 168, I, ambos do CTN, a extinção
do direito de pleitear a restituição do tributo pago indevidamente ocorreria,
nos casos dos tributos sujeitos à homologação, após 5 (cinco) anos, contados
do fato gerador, acrescido de mais 5 (cinco) anos da homologação. 4-Com a
edição da LC nº 118/05, novo entendimento foi adotado por aquela Corte, o
qual não subsistiu ante o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal quando
da apreciação da matéria no RE 566.621. Naquele julgado ficou assentado que
o artigo 4º da LC nº 118/05 cumpriu a função determinada pelo artigo 8º da LC
nº 95/98, na parte em que estabeleceu a vacatio legis de 120 (cento e vinte)
dias. 5-Vencida a vacatio legis de 120 dias, é válida a aplicação do prazo de
cinco anos às ações ajuizadas a partir de então, restando inconstitucional
apenas sua aplicação às ações ajuizadas anteriormente a esta data. 6-A
restituição de imposto de renda que se busca corresponde às parcelas de
complementação de aposentadoria equivalentes às contribuições efetuadas
pelo participante durante a vigência da Lei n.º 7.713/88 (janeiro de 1989
a dezembro de 1995). Logo, renova-se a pretensão de repetição de indébito a
cada mês em que ocorre a incidência de imposto de renda sobre a complementação
de aposentadoria percebida pelo autor, cuja base de cálculo é integrada pela
contribuição daquele, no período de vigência da citada lei. 8-É de se registrar
que a inexigibilidade do tributo em apreço somente se dá com relação à segunda
tributação sobre a complementação de aposentadoria vitalícia, ou seja, após
a 1 aposentadoria, no momento da percepção do benefício, quando se verifica
o bis in idem. E, a cada mês em que ocorre a incidência de imposto de renda
sobre a complementação de aposentadoria percebida pela parte autora, cuja base
de cálculo é integrada pela contribuição daquele, no período de vigência
da referida lei, renova-se a pretensão a repetição de indébito. 9-Como
a presente ação foi proposta em janeiro de 2013, restam fulminadas pela
prescrição as parcelas pagas anteriormente aos cinco anos anteriores a
propositura da demanda (anteriores a janeiro de 2008). 10-Apelação provida.
Data do Julgamento
:
03/08/2016
Data da Publicação
:
25/08/2016
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
4ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
LUIZ ANTONIO SOARES
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
LUIZ ANTONIO SOARES
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