TRF2 0105237-72.2014.4.02.5001 01052377220144025001
CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO -CONCURSO PÚBLICO PARA OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE
SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
- PROVA ESCRITA E PRÁTICA - MAJORAÇÃO DA NOTA APLICADA - NÃO CABIMENTO. -
O Estado do Espírito Santo detém legitimidade passiva ad causam para figurar
no feito em que se discute os critérios de correção de prova utilizados
pela Banca Examinadora, vez que representa em Juízo o Tribunal de Justiça
do Estado do Espírito Santo, responsável pela homologação do certame em
discussão. -Tratando-se de concurso público, compete ao Judiciário somente
a verificação dos quesitos relativos à legalidade do edital e ao cumprimento
das suas normas pela comissão responsável, não podendo, sob pena de substituir
a Banca Examinadora, proceder à avaliação das questões da prova. - In casu,
foi assegurado ao Apelante informações completas e precisas sobre a nota
aplicada na prova escrita e prática, referente ao concurso público para
outorga de delegações de serventias extrajudiciais de notas e de registro do
Estado do Espírito Santo. - O candidato teve conhecimento pleno dos motivos
que ensejaram a nota aplicada de acordo com cada item individualizado, não
pairando qualquer dúvida quanto à correção da prova em questão pela Banca
Examinadora do certame e quanto ao julgamento do recurso administrativo da
Apelante, não se verificando as irregularidades apontadas pelo Apelante como:
(a) cobrança de conteúdo não previsto no edital; (b) cobrança de resposta
diversa do perguntado; e (c) contrariedade entre o perguntado no enunciado e a
jurisprudência usada como gabarito. - Os fundamentos apresentados pela Banca
Examinadora do certame, no que se refere à correção da prova em apreço e à
apreciação do recurso administrativo interposto, se revestem de razoabilidade
e motivação, inexistindo qualquer ilegalidade no certame ou ofensa à norma
editalícia que justifique a interferência do Judiciário. - Conforme destacado
na r. sentença, "não foi comprovada nenhuma violação ao princípio da isonomia;
não foi exigido o conhecimento de matéria estranha ao edital do certame;
não foi demonstrado erro grosseiro (evidente) na pontuação atribuída pela
banca à resposta dada pelo candidato; não há nos autos nenhum parâmetro hábil
a evidenciar ofensa aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade na
avaliação da resposta do candidato; não há nos autos evidência alguma de que
a resposta dada pelo candidato tenha sido simplesmente desconsiderada pela
banca, ou recebido pontuação aquém do devido, simplesmente por ser diversa
da que supostamente seria considerada a resposta ideal pela banca." 1 -
Afigura-se razoável a verba honorária advocatícia devida pelo Autor aos réus
no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), pro rata. - Recurso não provido.
Ementa
CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO -CONCURSO PÚBLICO PARA OUTORGA DE DELEGAÇÕES DE
SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS DE NOTAS E DE REGISTRO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
- PROVA ESCRITA E PRÁTICA - MAJORAÇÃO DA NOTA APLICADA - NÃO CABIMENTO. -
O Estado do Espírito Santo detém legitimidade passiva ad causam para figurar
no feito em que se discute os critérios de correção de prova utilizados
pela Banca Examinadora, vez que representa em Juízo o Tribunal de Justiça
do Estado do Espírito Santo, responsável pela homologação do certame em
discussão. -Tratando-se de concurso público, compete ao Judiciário somente
a verificação dos quesitos relativos à legalidade do edital e ao cumprimento
das suas normas pela comissão responsável, não podendo, sob pena de substituir
a Banca Examinadora, proceder à avaliação das questões da prova. - In casu,
foi assegurado ao Apelante informações completas e precisas sobre a nota
aplicada na prova escrita e prática, referente ao concurso público para
outorga de delegações de serventias extrajudiciais de notas e de registro do
Estado do Espírito Santo. - O candidato teve conhecimento pleno dos motivos
que ensejaram a nota aplicada de acordo com cada item individualizado, não
pairando qualquer dúvida quanto à correção da prova em questão pela Banca
Examinadora do certame e quanto ao julgamento do recurso administrativo da
Apelante, não se verificando as irregularidades apontadas pelo Apelante como:
(a) cobrança de conteúdo não previsto no edital; (b) cobrança de resposta
diversa do perguntado; e (c) contrariedade entre o perguntado no enunciado e a
jurisprudência usada como gabarito. - Os fundamentos apresentados pela Banca
Examinadora do certame, no que se refere à correção da prova em apreço e à
apreciação do recurso administrativo interposto, se revestem de razoabilidade
e motivação, inexistindo qualquer ilegalidade no certame ou ofensa à norma
editalícia que justifique a interferência do Judiciário. - Conforme destacado
na r. sentença, "não foi comprovada nenhuma violação ao princípio da isonomia;
não foi exigido o conhecimento de matéria estranha ao edital do certame;
não foi demonstrado erro grosseiro (evidente) na pontuação atribuída pela
banca à resposta dada pelo candidato; não há nos autos nenhum parâmetro hábil
a evidenciar ofensa aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade na
avaliação da resposta do candidato; não há nos autos evidência alguma de que
a resposta dada pelo candidato tenha sido simplesmente desconsiderada pela
banca, ou recebido pontuação aquém do devido, simplesmente por ser diversa
da que supostamente seria considerada a resposta ideal pela banca." 1 -
Afigura-se razoável a verba honorária advocatícia devida pelo Autor aos réus
no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), pro rata. - Recurso não provido.
Data do Julgamento
:
26/02/2016
Data da Publicação
:
02/03/2016
Classe/Assunto
:
AC - Apelação - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
7ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
SERGIO SCHWAITZER
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
SERGIO SCHWAITZER
Observações
:
Exclusão do CESPE e inclusão da FUB-decisão fl.129/131.>
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