TRF2 0506052-10.2005.4.02.5101 05060521020054025101
TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - IMPOSTO SOBRE LUCRO PRESUMIDO - TRIBUTO
SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - NÃO PAGAMENTO - PRAZO DECADENCIAL DE
5 ANOS PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO - ART. 173, I, DO CTN. 1 - A hipótese
é de remessa necessária em face de que julgou procedentes os embargos à
execução e reconheceu a decadência do crédito, nos termos do art. 269, V,
do CPC/73, decretando a extinção da execução fiscal promovida pela Fazenda
Nacional para cobrança de Imposto sobre Lucro Presumido relativo aos anos
base/exercícios 1988/1989 e 08/1990 a 12/1990, com fulcro no art. 794 do mesmo
diploma processual. 2 - Não obstante a constituição do crédito ocorra por
meio de lançamento por homologação, na hipótese de inexistência de pagamento
antecipado, o Fisco dispõe do prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN
para efetuar o lançamento de ofício do tributo, ou seja, o prazo de 5 anos a
partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado, ocorrendo a constituição do crédito com a notificação do
lançamento ao contribuinte. 3 - A jurisprudência do E. Superior Tribunal de
Justiça firmou-se no sentido de que é de cinco anos o prazo decadencial para
que seja constituído o crédito tributário pelo Fisco na hipótese em que o
contribuinte não declara, tampouco efetua o pagamento antecipado, dos tributos
sujeitos a lançamento por homologação (REsp nº 973.733/SC - Rel. Ministro LUIZ
FUX - Primeira Seção - DJe 18-09-2009 - Submetido à sistemática do art. 543-C
do CPC/73). 4 - O Fisco afirma, expressamente, que não houve a instauração
de litígio, por inexistência de lançamento. Se o próprio Fisco reconhece em
2001 não ter lançado o imposto, forçoso concluir a ocorrência da decadência
porque o crédito refere-se a 1988/1989 e 08/1990 a 12/1990, e já teriam sido
ultrapassados mais de dez anos, a contar dos fatos geradores. 5 - Precedentes:
TRF2 - AC nº 2011.02.01.016150-2 - Rel. Des. Fed. MARCELLO FERREIRA DE SOUZA
GRANADO - Terceira Turma Especializada - e-DJF2R 15-12- 1 2014; TRF5 - AC nº
0005153-36.2010.4.05.8100 - Rel. Des. Fed. MANOEL ERHARDT - Primeira Turma -
DJe 02-05-2013. 6 - Dessa forma, considerando que os créditos tributários
em tela referem-se ao período compreendido entre 1989 e 1990 e considerando,
ainda, que o termo inicial mais recente começou a correr em 1º de janeiro de
1990 e 1991, o termo final se deu, respectivamente, em 1995 e 1996. Tendo
a notificação do contribuinte sido efetivada somente em 11-10- 2002, deve
ser reconhecida a decadência. 7 - Remessa necessária desprovida.
Ementa
TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - IMPOSTO SOBRE LUCRO PRESUMIDO - TRIBUTO
SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - NÃO PAGAMENTO - PRAZO DECADENCIAL DE
5 ANOS PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO - ART. 173, I, DO CTN. 1 - A hipótese
é de remessa necessária em face de que julgou procedentes os embargos à
execução e reconheceu a decadência do crédito, nos termos do art. 269, V,
do CPC/73, decretando a extinção da execução fiscal promovida pela Fazenda
Nacional para cobrança de Imposto sobre Lucro Presumido relativo aos anos
base/exercícios 1988/1989 e 08/1990 a 12/1990, com fulcro no art. 794 do mesmo
diploma processual. 2 - Não obstante a constituição do crédito ocorra por
meio de lançamento por homologação, na hipótese de inexistência de pagamento
antecipado, o Fisco dispõe do prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN
para efetuar o lançamento de ofício do tributo, ou seja, o prazo de 5 anos a
partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado, ocorrendo a constituição do crédito com a notificação do
lançamento ao contribuinte. 3 - A jurisprudência do E. Superior Tribunal de
Justiça firmou-se no sentido de que é de cinco anos o prazo decadencial para
que seja constituído o crédito tributário pelo Fisco na hipótese em que o
contribuinte não declara, tampouco efetua o pagamento antecipado, dos tributos
sujeitos a lançamento por homologação (REsp nº 973.733/SC - Rel. Ministro LUIZ
FUX - Primeira Seção - DJe 18-09-2009 - Submetido à sistemática do art. 543-C
do CPC/73). 4 - O Fisco afirma, expressamente, que não houve a instauração
de litígio, por inexistência de lançamento. Se o próprio Fisco reconhece em
2001 não ter lançado o imposto, forçoso concluir a ocorrência da decadência
porque o crédito refere-se a 1988/1989 e 08/1990 a 12/1990, e já teriam sido
ultrapassados mais de dez anos, a contar dos fatos geradores. 5 - Precedentes:
TRF2 - AC nº 2011.02.01.016150-2 - Rel. Des. Fed. MARCELLO FERREIRA DE SOUZA
GRANADO - Terceira Turma Especializada - e-DJF2R 15-12- 1 2014; TRF5 - AC nº
0005153-36.2010.4.05.8100 - Rel. Des. Fed. MANOEL ERHARDT - Primeira Turma -
DJe 02-05-2013. 6 - Dessa forma, considerando que os créditos tributários
em tela referem-se ao período compreendido entre 1989 e 1990 e considerando,
ainda, que o termo inicial mais recente começou a correr em 1º de janeiro de
1990 e 1991, o termo final se deu, respectivamente, em 1995 e 1996. Tendo
a notificação do contribuinte sido efetivada somente em 11-10- 2002, deve
ser reconhecida a decadência. 7 - Remessa necessária desprovida.
Data do Julgamento
:
01/12/2016
Data da Publicação
:
07/12/2016
Classe/Assunto
:
REOAC - Reexame Necessário - Recursos - Processo Cível e do Trabalho
Órgão Julgador
:
3ª TURMA ESPECIALIZADA
Relator(a)
:
MARCUS ABRAHAM
Comarca
:
TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Relator para
acórdão
:
MARCUS ABRAHAM
Mostrar discussão