TRF3 0000377-43.2005.4.03.6121 00003774320054036121
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO
DE CONTRIBUIÇÃO. SPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. TORNEIRO
MECÂNICO. RUÍDO. AUSÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO. ENQUADRAMENTO PELA
CATEGORIA PROFISSIONAL. POSSIBILIDADE. CÔMPUTO DE TEMPO COMUM COM
RECOLHIMENTO COMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL BENEFÍCIO CONCEDIDO DE
FORMA PROPORCIONAL. TERMO INICIAL. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. JUROS
DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CONCESSÃO
ADMINISTRATIVA DE BENEFÍCIO. OPÇÃO PELO MAIS VANTAJOSO. APELAÇÃO DO
AUTOR PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. REMESSA NECESSÁRIA PARCIALMENTE
PROVIDA.
1 - Pretende a parte autora a concessão do benefício de aposentadoria por
tempo de serviço proporcional, mediante o reconhecimento da especialidade
do labor exercido na empresa Usinagem Rio de Janeiro Ltda., o que permite
aduzir que trata-se do período de 09/02/1977 a 15/10/1980.
2 - A aposentadoria especial foi instituída pelo artigo 31 da Lei n. 3.807,
de 26.08.1960 (Lei Orgânica da Previdência Social, LOPS). Sobreveio a Lei
n. 5.890, de 08.06.1973, que revogou o artigo 31 da LOPS, e cujo artigo
9º passou regrar esse benefício. A benesse era devida ao segurado que
contasse 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a
atividade profissional, de serviços para esse efeito considerados penosos,
insalubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo.
3 - O Decreto nº 53.831/64 foi o primeiro a trazer a lista de atividades
especiais para efeitos previdenciários, tendo como base a atividade
profissional ou a exposição do segurado a agentes nocivos. Já o Decreto
nº 83.080/79 estabeleceu nova lista de atividades profissionais, agentes
físicos, químicos e biológicos presumidamente nocivos à saúde, para fins
de aposentadoria especial, sendo que, o Anexo I classificava as atividades de
acordo com os agentes nocivos enquanto que o Anexo II trazia a classificação
das atividades segundo os grupos profissionais.
4 - Logo, até a edição da Lei nº 9.032/95, era possível o reconhecimento
da atividade especial: (a) com base no enquadramento na categoria profissional,
desde que a atividade fosse indicada como perigosa, insalubre ou penosa nos
anexos dos Decretos nº 53.831/64 ou 83.080/79 (presunção legal); ou (b)
mediante comprovação da submissão do trabalhador, independentemente da
atividade ou profissão, a algum dos agentes nocivos, por qualquer meio de
prova, exceto para ruído e calor.
5 - A apresentação de laudo pericial, Perfil Profissiográfico
Previdenciário - PPP ou outro formulário equivalente para fins de
comprovação de tempo de serviço especial, somente passou a ser exigida a
partir de 06.03.1997 (Decreto nº. 2.172/97), exceto para os casos de ruído
e calor, em que sempre houve exigência de laudo técnico para verificação
do nível de exposição do trabalhador às condições especiais.
6 - Especificamente quanto ao reconhecimento da exposição ao agente nocivo
ruído, por demandar avaliação técnica, nunca prescindiu do laudo de
condições ambientais.
7 - Considera-se insalubre a exposição ao agente ruído acima de 80dB,
até 05/03/1997; acima de 90dB, no período de 06/03/1997 a 18/11/2003;
e superior a 85 dB, a partir de 19/11/2003.
8 - O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), instituído pela Lei
nº 9.528/97, emitido com base nos registros ambientais e com referência ao
responsável técnico por sua aferição, substitui, para todos os efeitos,
o laudo pericial técnico, quanto à comprovação de tempo laborado em
condições especiais.
9 - Saliente-se ser desnecessário que o laudo técnico seja contemporâneo
ao período em que exercida a atividade insalubre. Precedentes deste E. TRF
3º Região.
10 - A desqualificação em decorrência do uso de EPI vincula-se à prova
da efetiva neutralização do agente, sendo que a mera redução de riscos
e a dúvida sobre a eficácia do equipamento não infirmam o cômputo
diferenciado. Cabe ressaltar, também, que a tese consagrada pelo C. STF
excepcionou o tratamento conferido ao agente agressivo ruído, que, ainda
que integralmente neutralizado, evidencia o trabalho em condições especiais.
11 - Quanto ao período compreendido entre 24/01/1979 a 15/10/1980, o
autor instruiu a presente demanda com o formulário SB-40, o qual aponta a
submissão ao agente agressivo ruído em intensidade entre 80 e 105 dB(A), ao
desempenhar a função de "Meio Oficial Torneiro" junto à empresa Usinagem Rio
de Janeiro Ltda. Não foi apresentado laudo técnico, documento imprescindível
à comprovação de exposição ao agente nocivo ruído, motivo pelo qual
não é possível reconhecer a especialidade do labor por tal vertente.
12 - No entanto, as atividades desenvolvidas pelo autor ("executava usinagem
de peças metálicas, em torno industrial de modo habitual e permanente") são
passíveis de reconhecimento do caráter especial pelo mero enquadramento
da categoria profissional, cabendo ressaltar que sua ocupação encontra
subsunção nos Decretos nºs 53.831/64 (código 2.5.2 do Quadro Anexo)
e 83.080/79 (código 2.5.1 do Anexo II).
13 - Enquadrado como especial o período de 24/01/1979 a 15/10/1980.
14 - Somando-se a atividade especial reconhecida nesta demanda àquela
considerada incontroversa, porquanto já assim reconhecida pelo INSS e as
informações constantes do CNIS, constata-se que o demandante alcançou,
por ocasião do requerimento administrativo (17/12/2003), 34 anos, 03 meses e
11 dias de atividade, insuficientes à concessão da aposentadoria integral;
no entanto, anteriormente à edição da EC nº 20/98, possuía 30 anos,
06 meses e 26 dias de tempo de serviço, o que lhe assegura o direito à
aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, com o cálculo da
RMI de acordo com a legislação então vigente, a ele não se aplicando as
regras de transição, razão pela qual, inclusive, deixa-se de computar os
lapsos temporais de atividade laboral posteriores a 16/12/1998, merecendo
reforma a r. sentença, no particular.
15 - O termo inicial do benefício deve coincidir com a data do requerimento
administrativo (17/12/2003), ocasião em que a entidade autárquica tomou
conhecimento da pretensão.
16 - A correção monetária dos valores em atraso deverá ser calculada
de acordo com o Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos
na Justiça Federal até a promulgação da Lei nº 11.960/09, a partir
de quando será apurada, conforme julgamento proferido pelo C. STF, sob
a sistemática da repercussão geral (Tema nº 810 e RE nº 870.947/SE),
pelos índices de variação do IPCA-E, tendo em vista os efeitos ex tunc
do mencionado pronunciamento.
17 - Os juros de mora, incidentes até a expedição do ofício requisitório,
devem ser fixados de acordo com o Manual de Orientação de Procedimentos
para os Cálculos na Justiça Federal, por refletir as determinações legais
e a jurisprudência dominante.
18 - Verifica-se, pelas informações obtidas no CNIS, que a parte autora
recebe o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição desde
21/09/2009. Sendo assim, faculto ao demandante a opção pela percepção
do benefício que se lhe afigurar mais vantajoso, vedado o recebimento
em conjunto de duas aposentadorias, nos termos do art. 124, II, da Lei
nº 8.213/91, e, com isso, condiciono a execução dos valores atrasados
à opção pelo benefício concedido em Juízo, uma vez que se permitir a
execução dos atrasados concomitantemente com a manutenção do benefício
concedido administrativamente representaria uma "desaposentação" às avessas,
cuja possibilidade - renúncia de benefício - é vedada por lei - art. 18,
§2º da Lei nº 8.213/91 -, além do que já se encontra afastada pelo
C. Supremo Tribunal Federal na análise do RE autuado sob o nº 661.256/SC.
19 - Quanto aos honorários advocatícios, é inegável que as condenações
pecuniárias da autarquia previdenciária são suportadas por toda a sociedade,
razão pela qual a referida verba deve, por imposição legal, ser fixada
moderadamente - conforme, aliás, preconizava o §4º, do art. 20 do CPC/73,
vigente à época do julgado recorrido - o que restará perfeitamente
atendido com o percentual de 10% (dez por cento), devendo o mesmo incidir
sobre o valor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença,
consoante o verbete da Súmula 111 do Superior Tribunal de Justiça.
20 - Isenta a Autarquia do pagamento de custas processuais.
21 - Apelação do autor provida. Apelação do INSS desprovida. Remessa
necessária parcialmente provida.
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO
DE CONTRIBUIÇÃO. SPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. TORNEIRO
MECÂNICO. RUÍDO. AUSÊNCIA DE LAUDO TÉCNICO. ENQUADRAMENTO PELA
CATEGORIA PROFISSIONAL. POSSIBILIDADE. CÔMPUTO DE TEMPO COMUM COM
RECOLHIMENTO COMO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL BENEFÍCIO CONCEDIDO DE
FORMA PROPORCIONAL. TERMO INICIAL. REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. JUROS
DE MORA. CORREÇÃO MONETÁRIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CONCESSÃO
ADMINISTRATIVA DE BENEFÍCIO. OPÇÃO PELO MAIS VANTAJOSO. APELAÇÃO DO
AUTOR PROVIDA. APELAÇÃO DO INSS DESPROVIDA. REMESSA NECESSÁRIA PARCIALMENTE
PROVIDA.
1 - Pretende a parte autora a concessão do benefício de aposentadoria por
tempo de serviço proporcional, mediante o reconhecimento da especialidade
do labor exercido na empresa Usinagem Rio de Janeiro Ltda., o que permite
aduzir que trata-se do período de 09/02/1977 a 15/10/1980.
2 - A aposentadoria especial foi instituída pelo artigo 31 da Lei n. 3.807,
de 26.08.1960 (Lei Orgânica da Previdência Social, LOPS). Sobreveio a Lei
n. 5.890, de 08.06.1973, que revogou o artigo 31 da LOPS, e cujo artigo
9º passou regrar esse benefício. A benesse era devida ao segurado que
contasse 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme a
atividade profissional, de serviços para esse efeito considerados penosos,
insalubres ou perigosos, por decreto do Poder Executivo.
3 - O Decreto nº 53.831/64 foi o primeiro a trazer a lista de atividades
especiais para efeitos previdenciários, tendo como base a atividade
profissional ou a exposição do segurado a agentes nocivos. Já o Decreto
nº 83.080/79 estabeleceu nova lista de atividades profissionais, agentes
físicos, químicos e biológicos presumidamente nocivos à saúde, para fins
de aposentadoria especial, sendo que, o Anexo I classificava as atividades de
acordo com os agentes nocivos enquanto que o Anexo II trazia a classificação
das atividades segundo os grupos profissionais.
4 - Logo, até a edição da Lei nº 9.032/95, era possível o reconhecimento
da atividade especial: (a) com base no enquadramento na categoria profissional,
desde que a atividade fosse indicada como perigosa, insalubre ou penosa nos
anexos dos Decretos nº 53.831/64 ou 83.080/79 (presunção legal); ou (b)
mediante comprovação da submissão do trabalhador, independentemente da
atividade ou profissão, a algum dos agentes nocivos, por qualquer meio de
prova, exceto para ruído e calor.
5 - A apresentação de laudo pericial, Perfil Profissiográfico
Previdenciário - PPP ou outro formulário equivalente para fins de
comprovação de tempo de serviço especial, somente passou a ser exigida a
partir de 06.03.1997 (Decreto nº. 2.172/97), exceto para os casos de ruído
e calor, em que sempre houve exigência de laudo técnico para verificação
do nível de exposição do trabalhador às condições especiais.
6 - Especificamente quanto ao reconhecimento da exposição ao agente nocivo
ruído, por demandar avaliação técnica, nunca prescindiu do laudo de
condições ambientais.
7 - Considera-se insalubre a exposição ao agente ruído acima de 80dB,
até 05/03/1997; acima de 90dB, no período de 06/03/1997 a 18/11/2003;
e superior a 85 dB, a partir de 19/11/2003.
8 - O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), instituído pela Lei
nº 9.528/97, emitido com base nos registros ambientais e com referência ao
responsável técnico por sua aferição, substitui, para todos os efeitos,
o laudo pericial técnico, quanto à comprovação de tempo laborado em
condições especiais.
9 - Saliente-se ser desnecessário que o laudo técnico seja contemporâneo
ao período em que exercida a atividade insalubre. Precedentes deste E. TRF
3º Região.
10 - A desqualificação em decorrência do uso de EPI vincula-se à prova
da efetiva neutralização do agente, sendo que a mera redução de riscos
e a dúvida sobre a eficácia do equipamento não infirmam o cômputo
diferenciado. Cabe ressaltar, também, que a tese consagrada pelo C. STF
excepcionou o tratamento conferido ao agente agressivo ruído, que, ainda
que integralmente neutralizado, evidencia o trabalho em condições especiais.
11 - Quanto ao período compreendido entre 24/01/1979 a 15/10/1980, o
autor instruiu a presente demanda com o formulário SB-40, o qual aponta a
submissão ao agente agressivo ruído em intensidade entre 80 e 105 dB(A), ao
desempenhar a função de "Meio Oficial Torneiro" junto à empresa Usinagem Rio
de Janeiro Ltda. Não foi apresentado laudo técnico, documento imprescindível
à comprovação de exposição ao agente nocivo ruído, motivo pelo qual
não é possível reconhecer a especialidade do labor por tal vertente.
12 - No entanto, as atividades desenvolvidas pelo autor ("executava usinagem
de peças metálicas, em torno industrial de modo habitual e permanente") são
passíveis de reconhecimento do caráter especial pelo mero enquadramento
da categoria profissional, cabendo ressaltar que sua ocupação encontra
subsunção nos Decretos nºs 53.831/64 (código 2.5.2 do Quadro Anexo)
e 83.080/79 (código 2.5.1 do Anexo II).
13 - Enquadrado como especial o período de 24/01/1979 a 15/10/1980.
14 - Somando-se a atividade especial reconhecida nesta demanda àquela
considerada incontroversa, porquanto já assim reconhecida pelo INSS e as
informações constantes do CNIS, constata-se que o demandante alcançou,
por ocasião do requerimento administrativo (17/12/2003), 34 anos, 03 meses e
11 dias de atividade, insuficientes à concessão da aposentadoria integral;
no entanto, anteriormente à edição da EC nº 20/98, possuía 30 anos,
06 meses e 26 dias de tempo de serviço, o que lhe assegura o direito à
aposentadoria proporcional por tempo de contribuição, com o cálculo da
RMI de acordo com a legislação então vigente, a ele não se aplicando as
regras de transição, razão pela qual, inclusive, deixa-se de computar os
lapsos temporais de atividade laboral posteriores a 16/12/1998, merecendo
reforma a r. sentença, no particular.
15 - O termo inicial do benefício deve coincidir com a data do requerimento
administrativo (17/12/2003), ocasião em que a entidade autárquica tomou
conhecimento da pretensão.
16 - A correção monetária dos valores em atraso deverá ser calculada
de acordo com o Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos
na Justiça Federal até a promulgação da Lei nº 11.960/09, a partir
de quando será apurada, conforme julgamento proferido pelo C. STF, sob
a sistemática da repercussão geral (Tema nº 810 e RE nº 870.947/SE),
pelos índices de variação do IPCA-E, tendo em vista os efeitos ex tunc
do mencionado pronunciamento.
17 - Os juros de mora, incidentes até a expedição do ofício requisitório,
devem ser fixados de acordo com o Manual de Orientação de Procedimentos
para os Cálculos na Justiça Federal, por refletir as determinações legais
e a jurisprudência dominante.
18 - Verifica-se, pelas informações obtidas no CNIS, que a parte autora
recebe o benefício de aposentadoria por tempo de contribuição desde
21/09/2009. Sendo assim, faculto ao demandante a opção pela percepção
do benefício que se lhe afigurar mais vantajoso, vedado o recebimento
em conjunto de duas aposentadorias, nos termos do art. 124, II, da Lei
nº 8.213/91, e, com isso, condiciono a execução dos valores atrasados
à opção pelo benefício concedido em Juízo, uma vez que se permitir a
execução dos atrasados concomitantemente com a manutenção do benefício
concedido administrativamente representaria uma "desaposentação" às avessas,
cuja possibilidade - renúncia de benefício - é vedada por lei - art. 18,
§2º da Lei nº 8.213/91 -, além do que já se encontra afastada pelo
C. Supremo Tribunal Federal na análise do RE autuado sob o nº 661.256/SC.
19 - Quanto aos honorários advocatícios, é inegável que as condenações
pecuniárias da autarquia previdenciária são suportadas por toda a sociedade,
razão pela qual a referida verba deve, por imposição legal, ser fixada
moderadamente - conforme, aliás, preconizava o §4º, do art. 20 do CPC/73,
vigente à época do julgado recorrido - o que restará perfeitamente
atendido com o percentual de 10% (dez por cento), devendo o mesmo incidir
sobre o valor das parcelas vencidas até a data da prolação da sentença,
consoante o verbete da Súmula 111 do Superior Tribunal de Justiça.
20 - Isenta a Autarquia do pagamento de custas processuais.
21 - Apelação do autor provida. Apelação do INSS desprovida. Remessa
necessária parcialmente provida.Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide
a Egrégia Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
por unanimidade, dar provimento à apelação do autor para computar o
período comum de 01/04/2003 a 31/10/2003, em que vertidos recolhimentos na
condição de contribuinte individual, afastar o reconhecimento da sucumbência
recíproca e fixar honorários advocatícios à razão de 10% sobre o valor
das parcelas vencidas até a data da sentença, negar provimento à apelação
do INSS e dar parcial provimento à remessa necessária, para excluir da
condenação o cômputo, na totalização do tempo de contribuição, dos
períodos laborados posteriormente à edição da EC nº 20/98, estabelecer
que a correção monetária dos valores em atraso deverá ser calculada de
acordo com o Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na
Justiça Federal até a promulgação da Lei nº 11.960/09, a partir de
quando será apurada pelos índices de variação do IPCA-E, e para que
os juros de mora, incidentes até a expedição do ofício requisitório,
sejam fixados de acordo com o mesmo Manual, facultando-se ao demandante
a opção de percepção pelo benefício que lhe for mais vantajoso, e,
por maioria, condicionar a execução dos valores atrasados à necessária
opção por aquele cujo direito foi reconhecido em Juízo, mantendo, no
mais, a r. sentença, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo
parte integrante do presente julgado.
Data do Julgamento
:
08/10/2018
Data da Publicação
:
19/10/2018
Classe/Assunto
:
ApReeNec - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 1558815
Órgão Julgador
:
SÉTIMA TURMA
Relator(a)
:
DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS DELGADO
Comarca
:
TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Indexação
:
VIDE EMENTA.
Fonte da publicação
:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/10/2018
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