TRF3 0006083-25.2014.4.03.6110 00060832520144036110
PENAL. PROCESSO PENAL. EMENDATIO
LIBELLI. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. CONTRABANDO. FALSIFICAÇÃO,
CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS
TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL. MATERIALIDADE
E AUTORIA COMPROVADAS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REITERAÇÃO
DELITIVA. INAPLICABILIDADE. CONDENAÇÃO MANTIDA. EXECUÇÃO
PROVISÓRIA. HC N. 126.292 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ESGOTAMENTO DAS VIAS
ORDINÁRIAS. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. Não se cogita de nulidade da sentença por inobservância do contraditório
e da ampla defesa, pois a conduta estava descrita na denúncia e o acusado
se defende dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação jurídica
do delito, sendo possível, ao final da ação penal, que o juiz atribua
nova definição jurídica aos fatos.
2. A prova oral e documental comprova a autoria e a materialidade dos delitos.
3. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que a
reiteração delitiva obsta a incidência do princípio da insignificância,
independentemente do valor do tributo não recolhido (STF, HC-AgR n. 122030,
Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25.06.14; HC n. 122167, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 24.06.14; HC n. 109705, Rel. Min. Roberto Barroso,
j. 22.04.14; HC n. 114462, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11.03.14; RHC
n. 118104, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12.11.13; STJ, HC n. 201501074420,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 24.05.16, AIRESP n. 201502073314, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, j. 19.05.16, AgRg no AREsp n. 892.673, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, j. 17.05.16).
4. Na espécie, apesar de terem sido apreendidos 30 (trinta) maços de
cigarros e 35 (trinta e cinco) comprimidos, não se verificam os requisitos
necessários à incidência do princípio da insignificância. Tampouco restou
demonstrado, conforme alega a defesa, que os cigarros e os comprimidos eram
para uso pessoal ou a inexistência de violação de direitos autorais.
5. Não se mostra reduzido o grau de reprovabilidade da conduta. As certidões
de antecedentes penais demonstram a reiteração da prática de crimes
pelo réu, conforme se verifica da frequente instauração de inquéritos
relativos aos crimes dos arts. 334 e 184 do Código Penal e, especificamente,
da existência de três condenações transitadas em julgado pela prática
do crime do art. 184, § 2º, do Código Penal.
6. Em Sessão Plenária, o Supremo Tribunal Federal, em 17.02.16, firmou o
entendimento, segundo o qual "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional
da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal" (STF, HC n. 126.292, Rel. Min. Teori Zavascki,
j. 17.02.16).
7. Em regime de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal reafirmou o
entendimento de que não compromete o princípio constitucional da presunção
de inocência (CR, art. 5º, LVII) a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial
ou extraordinário (STF, Repercussão geral em ARE n. 964.246, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 10.11.16). A 5ª Turma do TRF da 3ª Região decidiu pela
expedição de carta de sentença após esgotadas as vias ordinárias (TRF
da 3ª Região, ACr n. 2014.61.19.005575-3, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes,
j. 06.02.17 e TRF da 3ª Região, ED em ACr n. 2013.61.10.004043-0,
Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 06.02.17).
8. A 5ª Turma do TRF da 3ª Região decidiu pela expedição de carta
de sentença após esgotadas as vias ordinárias (TRF da 3ª Região, ACr
n. 2014.61.19.005575-3, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes, j. 06.02.17 e TRF da 3ª
Região, ED em ACr n. 2013.61.10.004043-0, Rel. Des. Fed. André Nekatschalow,
j. 06.02.17).
9. Apelação desprovida.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. EMENDATIO
LIBELLI. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. CONTRABANDO. FALSIFICAÇÃO,
CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE PRODUTO DESTINADO A FINS
TERAPÊUTICOS OU MEDICINAIS. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL. MATERIALIDADE
E AUTORIA COMPROVADAS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REITERAÇÃO
DELITIVA. INAPLICABILIDADE. CONDENAÇÃO MANTIDA. EXECUÇÃO
PROVISÓRIA. HC N. 126.292 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ESGOTAMENTO DAS VIAS
ORDINÁRIAS. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. Não se cogita de nulidade da sentença por inobservância do contraditório
e da ampla defesa, pois a conduta estava descrita na denúncia e o acusado
se defende dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação jurídica
do delito, sendo possível, ao final da ação penal, que o juiz atribua
nova definição jurídica aos fatos.
2. A prova oral e documental comprova a autoria e a materialidade dos delitos.
3. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que a
reiteração delitiva obsta a incidência do princípio da insignificância,
independentemente do valor do tributo não recolhido (STF, HC-AgR n. 122030,
Rel. Min. Dias Toffoli, j. 25.06.14; HC n. 122167, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, j. 24.06.14; HC n. 109705, Rel. Min. Roberto Barroso,
j. 22.04.14; HC n. 114462, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11.03.14; RHC
n. 118104, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 12.11.13; STJ, HC n. 201501074420,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, j. 24.05.16, AIRESP n. 201502073314, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, j. 19.05.16, AgRg no AREsp n. 892.673, Rel. Min. Reynaldo Soares
da Fonseca, j. 17.05.16).
4. Na espécie, apesar de terem sido apreendidos 30 (trinta) maços de
cigarros e 35 (trinta e cinco) comprimidos, não se verificam os requisitos
necessários à incidência do princípio da insignificância. Tampouco restou
demonstrado, conforme alega a defesa, que os cigarros e os comprimidos eram
para uso pessoal ou a inexistência de violação de direitos autorais.
5. Não se mostra reduzido o grau de reprovabilidade da conduta. As certidões
de antecedentes penais demonstram a reiteração da prática de crimes
pelo réu, conforme se verifica da frequente instauração de inquéritos
relativos aos crimes dos arts. 334 e 184 do Código Penal e, especificamente,
da existência de três condenações transitadas em julgado pela prática
do crime do art. 184, § 2º, do Código Penal.
6. Em Sessão Plenária, o Supremo Tribunal Federal, em 17.02.16, firmou o
entendimento, segundo o qual "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional
da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal" (STF, HC n. 126.292, Rel. Min. Teori Zavascki,
j. 17.02.16).
7. Em regime de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal reafirmou o
entendimento de que não compromete o princípio constitucional da presunção
de inocência (CR, art. 5º, LVII) a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito a recurso especial
ou extraordinário (STF, Repercussão geral em ARE n. 964.246, Rel. Min. Teori
Zavascki, j. 10.11.16). A 5ª Turma do TRF da 3ª Região decidiu pela
expedição de carta de sentença após esgotadas as vias ordinárias (TRF
da 3ª Região, ACr n. 2014.61.19.005575-3, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes,
j. 06.02.17 e TRF da 3ª Região, ED em ACr n. 2013.61.10.004043-0,
Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 06.02.17).
8. A 5ª Turma do TRF da 3ª Região decidiu pela expedição de carta
de sentença após esgotadas as vias ordinárias (TRF da 3ª Região, ACr
n. 2014.61.19.005575-3, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes, j. 06.02.17 e TRF da 3ª
Região, ED em ACr n. 2013.61.10.004043-0, Rel. Des. Fed. André Nekatschalow,
j. 06.02.17).
9. Apelação desprovida.Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,
decide a Egrégia Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
por unanimidade, negar provimento à apelação e, por maioria, deferir a
execução provisória após o exaurimento das instâncias ordinárias, nos
termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente
julgado.
Data do Julgamento
:
04/02/2019
Data da Publicação
:
13/02/2019
Classe/Assunto
:
Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76388
Órgão Julgador
:
QUINTA TURMA
Relator(a)
:
DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
Comarca
:
TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Referência
legislativa
:
***** CP-40 CÓDIGO PENAL DE 1940
LEG-FED DEL-2848 ANO-1940 ART-184 PAR-2 ART-334
***** CF-1988 CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
LEG-FED ANO-1988 ART-5 INC-57
PROC: 2014.61.19.005575-3/SP ÓRGÃO:QUINTA TURMA JUIZ:DESEMBARGADOR
FEDERAL PAULO FONTES AUD:06/02/2017
DATA:23/02/2017 PG:
PROC: 2013.61.10.004043-0/SP ÓRGÃO:QUINTA TURMA JUIZ:DESEMBARGADOR
FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW AUD:06/02/2017
DATA:10/02/2017
PG:
PROC: 2014.61.19.005575-3/SP ÓRGÃO:QUINTA TURMA JUIZ:DESEMBARGADOR
FEDERAL PAULO FONTES AUD:06/02/2017
DATA:23/02/2017 PG:
PROC: 2013.61.10.004043-0/SP ÓRGÃO:QUINTA TURMA JUIZ:DESEMBARGADOR
FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW AUD:06/02/2017
DATA:10/02/2017 PG:
Indexação
:
VIDE EMENTA.
Fonte da publicação
:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:13/02/2019
..FONTE_REPUBLICACAO:
Mostrar discussão