TRF3 0006177-76.1999.4.03.6181 00061777619994036181
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. USO DE DOCUMENTO FALSO. VISTO CONSULAR ESTRANGEIRO
FALSIFICADO. AUTORIA, MATERIALIDADE E DOLO COMPROVADOS. TIPICIDADE DA
CONDUTA. DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Apelação interposta pela defesa contra sentença que condenou o réu
pela prática do crime do artigo 304, c.c. o artigo 297, do Código Penal.
2. Materialidade comprovada pelo laudo de exame documentoscópico que atesta
ser autêntico o passaporte, o qual contém visto consular mexicano falso.
3. A autoria e o dolo igualmente restaram comprovados pelo auto de prisão
em flagrante, bem como pelo interrogatório do réu nas fases policial e
judicial.
4. Não há que se falar que a utilização de passaporte nacional verdadeiro
com visto consular estrangeiro inautêntico seja considerada como conduta
atípica, ao argumento que a falsidade do visto afeta apenas autoridades
estrangeiras.
5. Ainda que a falsidade recaia apenas no visto consular estrangeiro, foi
aposto em passaporte nacional, passando a integrar o documento pátrio. Assim,
ao apresentar o passaporte com a inserção de dados falsos às autoridades
alfandegárias, o acusado incorreu no crime de uso de documento falso na forma
consumada, uma vez que sua conduta atingiu a fé pública e o interesse da
União na veracidade dos documentos públicos. Precedentes.
6. Dosimetria da pena. Inexistência de condenação definitiva. Apelação
Criminal nº 2000.61.81.003204-2/SP, o decisum condenatório foi, por
unanimidade e de ofício, anulado pela 1ª Turma do Tribunal, em 05.06.12,
determinando-se a baixa dos autos para que outra sentença fosse prolatada,
pelo que não há mais que se falar em condenação anterior a macular a
vida pregressa do réu. Pena-base reduzida ao mínimo legal.
7. Alterado o regime inicial para o aberto.
8. Aplicada a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas
de direitos, porquanto preenchidos os requisitos subjetivos do art. 44 do
Código Penal.
9. Recurso parcialmente provido.
Ementa
PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. USO DE DOCUMENTO FALSO. VISTO CONSULAR ESTRANGEIRO
FALSIFICADO. AUTORIA, MATERIALIDADE E DOLO COMPROVADOS. TIPICIDADE DA
CONDUTA. DOSIMETRIA DA PENA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Apelação interposta pela defesa contra sentença que condenou o réu
pela prática do crime do artigo 304, c.c. o artigo 297, do Código Penal.
2. Materialidade comprovada pelo laudo de exame documentoscópico que atesta
ser autêntico o passaporte, o qual contém visto consular mexicano falso.
3. A autoria e o dolo igualmente restaram comprovados pelo auto de prisão
em flagrante, bem como pelo interrogatório do réu nas fases policial e
judicial.
4. Não há que se falar que a utilização de passaporte nacional verdadeiro
com visto consular estrangeiro inautêntico seja considerada como conduta
atípica, ao argumento que a falsidade do visto afeta apenas autoridades
estrangeiras.
5. Ainda que a falsidade recaia apenas no visto consular estrangeiro, foi
aposto em passaporte nacional, passando a integrar o documento pátrio. Assim,
ao apresentar o passaporte com a inserção de dados falsos às autoridades
alfandegárias, o acusado incorreu no crime de uso de documento falso na forma
consumada, uma vez que sua conduta atingiu a fé pública e o interesse da
União na veracidade dos documentos públicos. Precedentes.
6. Dosimetria da pena. Inexistência de condenação definitiva. Apelação
Criminal nº 2000.61.81.003204-2/SP, o decisum condenatório foi, por
unanimidade e de ofício, anulado pela 1ª Turma do Tribunal, em 05.06.12,
determinando-se a baixa dos autos para que outra sentença fosse prolatada,
pelo que não há mais que se falar em condenação anterior a macular a
vida pregressa do réu. Pena-base reduzida ao mínimo legal.
7. Alterado o regime inicial para o aberto.
8. Aplicada a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas
de direitos, porquanto preenchidos os requisitos subjetivos do art. 44 do
Código Penal.
9. Recurso parcialmente provido.Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, ACORDAM
os integrantes da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
por unanimidade, dar parcial provimento à apelação, nos termos do relatório
e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Data do Julgamento
:
13/09/2016
Data da Publicação
:
20/09/2016
Classe/Assunto
:
Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 40708
Órgão Julgador
:
PRIMEIRA TURMA
Relator(a)
:
DESEMBARGADOR FEDERAL HÉLIO NOGUEIRA
Comarca
:
TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Referência
legislativa
:
***** CP-40 CÓDIGO PENAL DE 1940
LEG-FED DEL-2848 ANO-1940 ART-297 ART-304 ART-44
Precedentes
:
PROC:ACR 2000.61.81.003204-2/SP ÓRGÃO:PRIMEIRA TURMA
JUIZ:DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ LUNARDELLI
AUD:05/06/2012
DATA:13/06/2012 PG:
Fonte da publicação
:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:20/09/2016
..FONTE_REPUBLICACAO:
Mostrar discussão