TRF3 0011078-70.2012.4.03.6104 00110787020124036104
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PLEITO GENÉRICO DE ACOLHIMENTO DE
PEDIDOS FORMULADOS NA INICIAL. AUSÊNCIA DE RAZÕES QUANTO AO PEDIDO
DE DANO MORAL. NÃO CONHECIMENTO. IMÓVEL. VÍCIOS OCULTOS. DECADÊNCIA
ÂNUA. TERMO INICIAL. DATA DA CIÊNCIA DOS VÍCIOS, E NÃO CONSTATAÇÃO
DE SUAS CAUSAS. EXPRESSA EXCLUSÃO DO SINISTRO DA COBERTURA SECURITÁRIA
CONTRATADA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE ABUSIVIDADE OU VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. VALIDADE. APELAÇÃO NÃO PROVIDA.
1.A matéria devolvida a este Tribunal diz respeito à preliminar de
cerceamento de defesa. No mérito, diz com a decadência do direito do autor
de pleitear o abatimento proporcional do preço de imóvel, em razão de
seus vícios, bem como ao direito à cobertura securitária.
2.Embora a parte não esclareça as datas em que os fatos se passaram,
afigura-se inverossímil que o conhecimento dos vícios tenha se dado apenas
a partir de 23/11/2011, um ano antes do ajuizamento da demanda, eis que a
aquisição foi feita em dezembro de 2009, já com diversos vícios. Caberia
ao requerente demonstrar que o exsurgimento dos vícios - e não suas causas -
só seria constatável neste interregno, o que deixou de fazer.
3.Desta forma, inafastável a conclusão de que o direito do autor foi atingido
pela decadência ânua, nos termos do art. 445, § 1° do Código Civil.
4.Como bem consignado em sentença, a hipótese de "despesas de recuperação
de imóveis por danos oriundos dos vícios de construção" está expressamente
excluída da cobertura do seguro contratado pela parte, e o imóvel foi
adquirido pronto, sem que se possa atribuir à instituição financeira corré
qualquer culpa quanto à ausência de fiscalização da execução da obra.
5.Correta a interpretação do contrato dada pelo Juízo de Origem, sendo
certo que a legislação consumerista invocada pelo autor destina-se à
proteção do consumidor enquanto parte presumivelmente hipossuficiente na
relação jurídica de consumo, mas não tem o condão de elastecer o rol de
sinistros cobertos pelo seguro sem que as circunstâncias fáticas permitam
concluir pela abusividade da cláusula contratual ou que a celebração do
negócio tenha sido determinada por erro ou vício de consentimento da parte.
6.Apelação não provida.
Ementa
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PLEITO GENÉRICO DE ACOLHIMENTO DE
PEDIDOS FORMULADOS NA INICIAL. AUSÊNCIA DE RAZÕES QUANTO AO PEDIDO
DE DANO MORAL. NÃO CONHECIMENTO. IMÓVEL. VÍCIOS OCULTOS. DECADÊNCIA
ÂNUA. TERMO INICIAL. DATA DA CIÊNCIA DOS VÍCIOS, E NÃO CONSTATAÇÃO
DE SUAS CAUSAS. EXPRESSA EXCLUSÃO DO SINISTRO DA COBERTURA SECURITÁRIA
CONTRATADA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE ABUSIVIDADE OU VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. VALIDADE. APELAÇÃO NÃO PROVIDA.
1.A matéria devolvida a este Tribunal diz respeito à preliminar de
cerceamento de defesa. No mérito, diz com a decadência do direito do autor
de pleitear o abatimento proporcional do preço de imóvel, em razão de
seus vícios, bem como ao direito à cobertura securitária.
2.Embora a parte não esclareça as datas em que os fatos se passaram,
afigura-se inverossímil que o conhecimento dos vícios tenha se dado apenas
a partir de 23/11/2011, um ano antes do ajuizamento da demanda, eis que a
aquisição foi feita em dezembro de 2009, já com diversos vícios. Caberia
ao requerente demonstrar que o exsurgimento dos vícios - e não suas causas -
só seria constatável neste interregno, o que deixou de fazer.
3.Desta forma, inafastável a conclusão de que o direito do autor foi atingido
pela decadência ânua, nos termos do art. 445, § 1° do Código Civil.
4.Como bem consignado em sentença, a hipótese de "despesas de recuperação
de imóveis por danos oriundos dos vícios de construção" está expressamente
excluída da cobertura do seguro contratado pela parte, e o imóvel foi
adquirido pronto, sem que se possa atribuir à instituição financeira corré
qualquer culpa quanto à ausência de fiscalização da execução da obra.
5.Correta a interpretação do contrato dada pelo Juízo de Origem, sendo
certo que a legislação consumerista invocada pelo autor destina-se à
proteção do consumidor enquanto parte presumivelmente hipossuficiente na
relação jurídica de consumo, mas não tem o condão de elastecer o rol de
sinistros cobertos pelo seguro sem que as circunstâncias fáticas permitam
concluir pela abusividade da cláusula contratual ou que a celebração do
negócio tenha sido determinada por erro ou vício de consentimento da parte.
6.Apelação não provida.Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide
a Egrégia Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região,
por unanimidade, negar provimento à apelação, nos termos do relatório
e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Data do Julgamento
:
15/05/2018
Data da Publicação
:
24/05/2018
Classe/Assunto
:
Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2032707
Órgão Julgador
:
PRIMEIRA TURMA
Relator(a)
:
DESEMBARGADOR FEDERAL WILSON ZAUHY
Comarca
:
TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Indexação
:
VIDE EMENTA.
Fonte da publicação
:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:24/05/2018
..FONTE_REPUBLICACAO:
Mostrar discussão