TRF3 0017065-13.2010.4.03.9999 00170651320104039999
PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA NÃO SUJEITA À REMESSA
NECESSÁRIA. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. NEOPLASIA MALIGNA. CARÊNCIA DISPENSADA. ART. 151 DA
LEI Nº 8.213/91. ART. 1º, IV, DA PORTARIA INTERMINISTERIAL DO
MPAS/MS Nº 2.998/2001. PREEXISTÊNCIA DA INCAPACIDADE. FILIAÇÃO
OPORTUNISTA. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 42, §2º E 59, PARÁGRAFO ÚNICO, AMBOS
DA LEI Nº 8.213/91. PRECEDENTE. REMESSA NECESSÁRIA NÃO CONHECIDA. APELAÇÃO
DO INSS A QUE SE DÁ PROVIMENTO. SENTENÇA REFORMADA. AÇÃO JULGADA
IMPROCEDENTE. INVERSÃO DAS VERBAS DE SUCUMBÊNCIA. DEVER DE PAGAMENTO
SUSPENSO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. REVOGAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA. DEVOLUÇÃO
DE VALORES.
1 - Remessa necessária. Inexistência de obrigatoriedade da remessa porquanto
a sentença não está sujeita ao duplo grau de jurisdição quando o valor
da condenação não excede 60 (sessenta) salários mínimos, nos termos do
artigo 475, §2º, do CPC/1973.
2 - A cobertura do evento invalidez é garantia constitucional prevista
no Título VIII, Capítulo II da Seguridade Social, no art. 201, I, da
Constituição Federal.
3 - A Lei nº 8.213/91, nos arts. 42 a 47, preconiza que o benefício
previdenciário da aposentadoria por invalidez será devido ao segurado que
tiver cumprido o período de carência exigido de 12 (doze) contribuições
mensais, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz
e insusceptível de reabilitação para exercício da atividade que lhe
garanta a subsistência.
4 - O auxílio-doença é direito daquele filiado à Previdência, que
tiver cumprido o tempo supramencionado, e for considerado temporariamente
inapto para o seu labor ou ocupação habitual, por mais de 15 (quinze)
dias consecutivos (arts. 59 a 63 da legis).
5 - O ato de concessão ou de reativação do auxílio-doença deve, sempre
que possível, fixar o prazo estimado de duração, e, na sua ausência,
será considerado o prazo de 120 (cento e vinte) dias, findo o qual cessará o
benefício, salvo se o segurado postular a sua prorrogação (§11 do art. 60
da Lei nº 8.213/91, incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017).
6 - Independe de carência, entretanto, a concessão do benefício
nas hipóteses de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença
profissional ou do trabalho, bem como ao segurado que, após filiar-se ao
Regime Geral da Previdência Social - RGPS, for acometido das moléstias
elencadas taxativamente no art. 151 da Lei 8.213/91.
7 - A patologia ou a lesão que já portara o trabalhador ao ingressar
no Regime, não impede o deferimento do benefício se tiver decorrido a
inaptidão de progressão ou agravamento da moléstia.
8 - Necessário para o implemento do beneplácito em tela, revestir-se
do atributo de segurado, cuja mantença se dá, mesmo sem recolher
as contribuições, àquele que conservar todos os direitos perante a
Previdência Social durante um lapso variável, a que a doutrina denominou
"período de graça", conforme o tipo de filiado e a sua situação, o qual
pode ser prorrogado por 24 (vinte e quatro) meses aos que contribuíram por
mais de 120 (cento e vinte) meses, nos termos do art. 15 e §1º da Lei.
9 - Havendo a perda da mencionada qualidade, o segurado deverá contar com 12
(doze) contribuições mensais, a partir da nova filiação à Previdência
Social, para efeitos de carência, para a concessão dos benefícios de
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez (art. 27-A da Lei nº 8.213/91,
incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017).
10 - Não há que se analisar o requisito da carência, eis que a autora
foi diagnosticada com "neoplasia maligna", conforme documentos acostados
às fls. 52/64, corroborados por laudo do perito judicial (fls. 136/140),
sendo que, nos termos do já mencionado artigo 151 da Lei 8.213/91 e do
artigo 1º, IV, da Portaria Interministerial do MPAS/MS 2.998/2001, é
expressamente dispensada, no caso da referida moléstia.
11 - Os dispositivos supra exigem, no entanto, a filiação prévia ao Regime
Geral para que o segurado tenha direito aos benefícios de auxílio-doença
e aposentadoria por invalidez. Com efeito, ainda que as moléstias elencadas
sejam gravíssimas, não são afastadas as regras que impedem a concessão
dos benefícios de incapacidade no caso de doença preexistente (artigos 42,
§1º e 59, parágrafo único, da Lei 8.213/91).
12 - Ensina Frederico Amado que "a filiação é a relação jurídica que
liga uma pessoa natural à União, através do Ministério da Previdência
Social, bem como ao Instituto Nacional do Seguro Social, que tem o
condão incluí-la no Regime Geral de Previdência Social na condição de
segurada, tendo a eficácia de gerar obrigações (a exemplo do pagamento
das contribuições previdenciárias) e direito (como a percepção dos
benefícios e serviços)". Arremeta que "para os contribuintes individuais que
trabalhem por conta própria, não bastará simples exercício de atividade
laborativa para que ocorra a filiação, que é condicionada ao efetivo
recolhimento das contribuições previdenciárias, pois inexiste empresa
ou empregador para ser o responsável pela arrecadação, competindo aos
próprios contribuintes individuais fazê-lo" (AMADO, Frederico. Curso de
Direito e Processo Previdenciário. 6ª ed. Salvador: Editora JUSPODIVM,
2015, fls. 247 e 249).
13 - A despeito de ter afirmado que laborou sempre como empregada doméstica,
informações obtidas junto ao Cadastro Nacional de Informações Sociais -
CNIS, as quais integram o presente voto, somadas às guias de fls. 23/50,
dão conta de que a autora, na qualidade de contribuinte individual, começou
a recolher contribuições previdenciárias apenas em dezembro de 2003
(competência 11/2003). Somente a partir de então, portanto, passou a ser
segurada da Previdência Social e ter direito a percepção dos benefícios
e serviços por ela oferecidos.
14 - Não comprovação de filiação ao RGPS em época anterior ao surgimento
e, sobretudo, ao conhecimento da doença que lhe afligia.
15 - A demandante acostou documentos às fls. 52/53 que comprovam o
diagnóstico de "neoplasia maligna", em sua mama esquerda, em 22 de janeiro
de 2003, tendo, inclusive, sido submetida a procedimento cirúrgico para
retirada de tumor em 08 de abril do mesmo ano.
16 - Não se tratam de desconsideração das conclusões periciais
(fls. 136/140), que concluiu pela incapacidade total e permanente da autora,
bem como do próprio Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, o qual
concedeu benefício de auxílio-doença NB nº 506.739.767-1, de 18/02/2005
a 02/04/2008, reestabelecido posteriormente em razão de tutela antecipada
deferida nestes autos (fl. 66).
17 - Trata-se, em verdade, de deferência à sistemática da Seguridade Social,
na medida em que exurge evidente a existência de doença preexistente a
filiação da autora ao RGPS, o que implica, nos termos dos arts. 42, §2º
e 59, parágrafo único, ambos da Lei nº 8.213/91, na impossibilidade da
cobertura ao pretenso segurado, já que a filiação não tem o condão de
afastar a perda da qualidade que, por ventura, em algum momento da sua vida
laborativa, tenha existido. Registre-se, inclusive, que, na certidão de
casamento acostada à fl. 20, a profissão da demandante consta como "do lar".
18 - Precedente: TRF-3 Região, SÉTIMA TURMA, APELAÇÃO EM REMESSA
NECESSÁRIA: 0013794-83.2016.403.9999, Rel. TORU YAMAMOTO, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA: 05/07/2016.
19 - Condenada a parte autora no ressarcimento das despesas processuais
eventualmente desembolsadas pela autarquia, bem como nos honorários
advocatícios, os quais arbitro em 10% (dez por cento) do valor atualizado
da causa, ficando a exigibilidade suspensa por 5 (cinco) anos, desde que
inalterada a situação de insuficiência de recursos que fundamentou a
concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, a teor do
disposto nos arts. 11, §2º, e 12, ambos da Lei nº 1.060/50, reproduzidos
pelo §3º do art. 98 do CPC/2015.
20 - Remessa necessária não conhecida. Apelação do INSS provida. Sentença
reformada. Ação julgada improcedente. Inversão dos ônus de sucumbência,
com suspensão dos efeitos. Revogação da tutela antecipada. Autorização
da cobrança pelo INSS dos valores recebidos pela parte autora a título de
tutela antecipada (RESP 1.401.560/MT), conforme inteligência dos artigos
273, § 3º e 475-O do CPC/73, aplicável à época, limitando-se, porém,
o ressarcimento a 10% (dez por cento) do valor do benefício previdenciário
a ela devido, nos termos do artigo 115, II e § 1º da Lei nº 8.213/91.
Ementa
PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA NÃO SUJEITA À REMESSA
NECESSÁRIA. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ. NEOPLASIA MALIGNA. CARÊNCIA DISPENSADA. ART. 151 DA
LEI Nº 8.213/91. ART. 1º, IV, DA PORTARIA INTERMINISTERIAL DO
MPAS/MS Nº 2.998/2001. PREEXISTÊNCIA DA INCAPACIDADE. FILIAÇÃO
OPORTUNISTA. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 42, §2º E 59, PARÁGRAFO ÚNICO, AMBOS
DA LEI Nº 8.213/91. PRECEDENTE. REMESSA NECESSÁRIA NÃO CONHECIDA. APELAÇÃO
DO INSS A QUE SE DÁ PROVIMENTO. SENTENÇA REFORMADA. AÇÃO JULGADA
IMPROCEDENTE. INVERSÃO DAS VERBAS DE SUCUMBÊNCIA. DEVER DE PAGAMENTO
SUSPENSO. GRATUIDADE DA JUSTIÇA. REVOGAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA. DEVOLUÇÃO
DE VALORES.
1 - Remessa necessária. Inexistência de obrigatoriedade da remessa porquanto
a sentença não está sujeita ao duplo grau de jurisdição quando o valor
da condenação não excede 60 (sessenta) salários mínimos, nos termos do
artigo 475, §2º, do CPC/1973.
2 - A cobertura do evento invalidez é garantia constitucional prevista
no Título VIII, Capítulo II da Seguridade Social, no art. 201, I, da
Constituição Federal.
3 - A Lei nº 8.213/91, nos arts. 42 a 47, preconiza que o benefício
previdenciário da aposentadoria por invalidez será devido ao segurado que
tiver cumprido o período de carência exigido de 12 (doze) contribuições
mensais, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz
e insusceptível de reabilitação para exercício da atividade que lhe
garanta a subsistência.
4 - O auxílio-doença é direito daquele filiado à Previdência, que
tiver cumprido o tempo supramencionado, e for considerado temporariamente
inapto para o seu labor ou ocupação habitual, por mais de 15 (quinze)
dias consecutivos (arts. 59 a 63 da legis).
5 - O ato de concessão ou de reativação do auxílio-doença deve, sempre
que possível, fixar o prazo estimado de duração, e, na sua ausência,
será considerado o prazo de 120 (cento e vinte) dias, findo o qual cessará o
benefício, salvo se o segurado postular a sua prorrogação (§11 do art. 60
da Lei nº 8.213/91, incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017).
6 - Independe de carência, entretanto, a concessão do benefício
nas hipóteses de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença
profissional ou do trabalho, bem como ao segurado que, após filiar-se ao
Regime Geral da Previdência Social - RGPS, for acometido das moléstias
elencadas taxativamente no art. 151 da Lei 8.213/91.
7 - A patologia ou a lesão que já portara o trabalhador ao ingressar
no Regime, não impede o deferimento do benefício se tiver decorrido a
inaptidão de progressão ou agravamento da moléstia.
8 - Necessário para o implemento do beneplácito em tela, revestir-se
do atributo de segurado, cuja mantença se dá, mesmo sem recolher
as contribuições, àquele que conservar todos os direitos perante a
Previdência Social durante um lapso variável, a que a doutrina denominou
"período de graça", conforme o tipo de filiado e a sua situação, o qual
pode ser prorrogado por 24 (vinte e quatro) meses aos que contribuíram por
mais de 120 (cento e vinte) meses, nos termos do art. 15 e §1º da Lei.
9 - Havendo a perda da mencionada qualidade, o segurado deverá contar com 12
(doze) contribuições mensais, a partir da nova filiação à Previdência
Social, para efeitos de carência, para a concessão dos benefícios de
auxílio-doença e aposentadoria por invalidez (art. 27-A da Lei nº 8.213/91,
incluído pela Medida Provisória nº 767, de 2017).
10 - Não há que se analisar o requisito da carência, eis que a autora
foi diagnosticada com "neoplasia maligna", conforme documentos acostados
às fls. 52/64, corroborados por laudo do perito judicial (fls. 136/140),
sendo que, nos termos do já mencionado artigo 151 da Lei 8.213/91 e do
artigo 1º, IV, da Portaria Interministerial do MPAS/MS 2.998/2001, é
expressamente dispensada, no caso da referida moléstia.
11 - Os dispositivos supra exigem, no entanto, a filiação prévia ao Regime
Geral para que o segurado tenha direito aos benefícios de auxílio-doença
e aposentadoria por invalidez. Com efeito, ainda que as moléstias elencadas
sejam gravíssimas, não são afastadas as regras que impedem a concessão
dos benefícios de incapacidade no caso de doença preexistente (artigos 42,
§1º e 59, parágrafo único, da Lei 8.213/91).
12 - Ensina Frederico Amado que "a filiação é a relação jurídica que
liga uma pessoa natural à União, através do Ministério da Previdência
Social, bem como ao Instituto Nacional do Seguro Social, que tem o
condão incluí-la no Regime Geral de Previdência Social na condição de
segurada, tendo a eficácia de gerar obrigações (a exemplo do pagamento
das contribuições previdenciárias) e direito (como a percepção dos
benefícios e serviços)". Arremeta que "para os contribuintes individuais que
trabalhem por conta própria, não bastará simples exercício de atividade
laborativa para que ocorra a filiação, que é condicionada ao efetivo
recolhimento das contribuições previdenciárias, pois inexiste empresa
ou empregador para ser o responsável pela arrecadação, competindo aos
próprios contribuintes individuais fazê-lo" (AMADO, Frederico. Curso de
Direito e Processo Previdenciário. 6ª ed. Salvador: Editora JUSPODIVM,
2015, fls. 247 e 249).
13 - A despeito de ter afirmado que laborou sempre como empregada doméstica,
informações obtidas junto ao Cadastro Nacional de Informações Sociais -
CNIS, as quais integram o presente voto, somadas às guias de fls. 23/50,
dão conta de que a autora, na qualidade de contribuinte individual, começou
a recolher contribuições previdenciárias apenas em dezembro de 2003
(competência 11/2003). Somente a partir de então, portanto, passou a ser
segurada da Previdência Social e ter direito a percepção dos benefícios
e serviços por ela oferecidos.
14 - Não comprovação de filiação ao RGPS em época anterior ao surgimento
e, sobretudo, ao conhecimento da doença que lhe afligia.
15 - A demandante acostou documentos às fls. 52/53 que comprovam o
diagnóstico de "neoplasia maligna", em sua mama esquerda, em 22 de janeiro
de 2003, tendo, inclusive, sido submetida a procedimento cirúrgico para
retirada de tumor em 08 de abril do mesmo ano.
16 - Não se tratam de desconsideração das conclusões periciais
(fls. 136/140), que concluiu pela incapacidade total e permanente da autora,
bem como do próprio Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, o qual
concedeu benefício de auxílio-doença NB nº 506.739.767-1, de 18/02/2005
a 02/04/2008, reestabelecido posteriormente em razão de tutela antecipada
deferida nestes autos (fl. 66).
17 - Trata-se, em verdade, de deferência à sistemática da Seguridade Social,
na medida em que exurge evidente a existência de doença preexistente a
filiação da autora ao RGPS, o que implica, nos termos dos arts. 42, §2º
e 59, parágrafo único, ambos da Lei nº 8.213/91, na impossibilidade da
cobertura ao pretenso segurado, já que a filiação não tem o condão de
afastar a perda da qualidade que, por ventura, em algum momento da sua vida
laborativa, tenha existido. Registre-se, inclusive, que, na certidão de
casamento acostada à fl. 20, a profissão da demandante consta como "do lar".
18 - Precedente: TRF-3 Região, SÉTIMA TURMA, APELAÇÃO EM REMESSA
NECESSÁRIA: 0013794-83.2016.403.9999, Rel. TORU YAMAMOTO, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1 DATA: 05/07/2016.
19 - Condenada a parte autora no ressarcimento das despesas processuais
eventualmente desembolsadas pela autarquia, bem como nos honorários
advocatícios, os quais arbitro em 10% (dez por cento) do valor atualizado
da causa, ficando a exigibilidade suspensa por 5 (cinco) anos, desde que
inalterada a situação de insuficiência de recursos que fundamentou a
concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita, a teor do
disposto nos arts. 11, §2º, e 12, ambos da Lei nº 1.060/50, reproduzidos
pelo §3º do art. 98 do CPC/2015.
20 - Remessa necessária não conhecida. Apelação do INSS provida. Sentença
reformada. Ação julgada improcedente. Inversão dos ônus de sucumbência,
com suspensão dos efeitos. Revogação da tutela antecipada. Autorização
da cobrança pelo INSS dos valores recebidos pela parte autora a título de
tutela antecipada (RESP 1.401.560/MT), conforme inteligência dos artigos
273, § 3º e 475-O do CPC/73, aplicável à época, limitando-se, porém,
o ressarcimento a 10% (dez por cento) do valor do benefício previdenciário
a ela devido, nos termos do artigo 115, II e § 1º da Lei nº 8.213/91.Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide
a Egrégia Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por
unanimidade, não conhecer da remessa necessária e dar provimento ao recurso
de apelação do INSS para reformar a r. sentença de 1º grau e julgar
improcedente o pedido, com inversão do ônus sucumbencial, bem como revogar
os efeitos da tutela específica concedida e, com fundamento no entendimento
consagrado pelo C. STJ em sede de recurso representativo da controvérsia,
autorizar a cobrança pelo INSS dos valores recebidos pela parte autora a
título de tutela antecipada, conforme inteligência dos artigos 273, § 3º e
475-O do CPC/73, aplicável à época, limitando-se, porém, o ressarcimento
a 10% (dez por cento) do valor do benefício previdenciário a ela devido,
nos termos do artigo 115, II e § 1º da Lei nº 8.213/91, nos termos do
relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.
Data do Julgamento
:
08/05/2017
Data da Publicação
:
19/05/2017
Classe/Assunto
:
APELREEX - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 1510351
Órgão Julgador
:
SÉTIMA TURMA
Relator(a)
:
DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS DELGADO
Comarca
:
TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo
:
Acórdão
Indexação
:
VIDE EMENTA.
Fonte da publicação
:
e-DJF3 Judicial 1 DATA:19/05/2017
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