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Jurisprudência


TRF3 0019067-43.2016.4.03.9999 00190674320164039999

Ementa
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUXÍLIO DOENÇA. PREEXISTÊNCIA DA INCAPACIDADE. I- Os requisitos para a concessão da aposentadoria por invalidez compreendem: a) o cumprimento do período de carência, quando exigida, prevista no art. 25 da Lei n° 8.213/91; b) a qualidade de segurado, nos termos do art. 15 da Lei de Benefícios e c) incapacidade definitiva para o exercício da atividade laborativa. O auxílio doença difere apenas no que tange à incapacidade, a qual deve ser temporária. II- A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez ou auxílio doença, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão (art. 42, §2º e art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91). III- In casu, encontram-se acostadas aos autos as cópias da CTPS (fls. 21/22), e do extrato de consulta realizada no CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais (fls. 23), com registros de atividades no meio rural como trabalhadora rural nos períodos de 30/11/77 a 22/8/80 e 16/6/83 a 8/11/83, bem como a inscrição como contribuinte facultativo, efetuando recolhimentos de contribuições no período de 1º/6/12 a 30/6/13. A presente ação foi ajuizada em 30/5/14. IV- A incapacidade ficou demonstrada pela perícia médica realizada em 25/8/15, conforme parecer técnico elaborado pelo Perito (fls. 87/91). Afirmou o esculápio encarregado do exame, que a autora de 52 anos é portadora de Esquizofrenia Paranóide (CID10 F 20.0), confirmando diagnóstico constante do atestado de médica assistente apresentado. Conforme o histórico, a periciada refere que "aos 20 anos começou a apresentar distúrbios comportamentais, falava coisas sem nexo, achava que as pessoas queriam prejudicá-la, saía de casa sem rumo, não aceitava limites, dizia ouvir vozes ameaçadoras. Procurou tratamentos (com) psiquiatras especializados e foi necessário internação em hospital psiquiátrico. Desde então realiza tratamento psiquiátrico especializado." (fls. 87/88). Relatou que não trabalha há vários anos, mas que já havia exercido labor no corte de cana. Concluiu pela incapacidade total e definitiva, inclusive para os atos da vida civil. Remanesce a capacidade para os atos da vida diária (fls. 89). V- Impende salientar que, em nenhum momento, foi solicitada pela parte autora a realização de audiência de instrução para a produção de prova testemunhal, a fim de comprovar o exercício de atividade rural posterior a 8/11/83. Voltou a contribuir à Previdência Social após 29 (vinte e nove) anos, em junho/12. Dessa forma, forçoso concluir que a incapacidade remonta à época em que a demandante não mais detinha qualidade de segurada - por se tratar de data posterior à perda da condição de segurada e anterior à nova filiação da parte autora na Previdência Social -, impedindo, portanto, a concessão do benefício de aposentadoria por invalidez ou auxílio doença, nos termos do disposto nos arts. 42, § 2º e 59, parágrafo único, da Lei de Benefícios. VI- Apelação da parte autora improvida.
Decisão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação da parte autora, nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.

Data do Julgamento : 18/03/2019
Data da Publicação : 01/04/2019
Classe/Assunto : Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2163531
Órgão Julgador : OITAVA TURMA
Relator(a) : DESEMBARGADOR FEDERAL NEWTON DE LUCCA
Comarca : TRIBUNAL - TERCEIRA REGIÃO
Tipo : Acórdão
Indexação : VIDE EMENTA.
Fonte da publicação : e-DJF3 Judicial 1 DATA:01/04/2019 ..FONTE_REPUBLICACAO:
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