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Jurisprudência


TRF5 9805028950

Ementa
TRIBUTÁRIO. RESTITUIÇÃO. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO SOBRE COMBUSTÍVEIS. DECRETO-LEI 2.288/86. PRESCRIÇÃO. JUROS COMPENSATÓRIOS. NÃO INCIDÊNCIA. - A 1ª Seção do STJ, na apreciação do ERESP 435.835/SC, Rel. p/ o acórdão Min. José Delgado, julgado em 24.03.2004, revendo a orientação até então dominante, firmou entendimento no sentido de que o prazo prescricional para o ajuizamento de ação de repetição de indébito, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, é de cinco anos, tendo como marco inicial a data da homologação do lançamento, que, sendo tácita, ocorre no prazo de cinco anos do fato gerador. Considerou-se ser irrelevante, para efeito da contagem do prazo prescricional, a causa do recolhimento indevido (v.g., pagamento a maior ou declaração de inconstitucionalidade do tributo pelo Supremo), eliminando-se a anterior distinção entre repetição de tributos cuja cobrança foi declarada inconstitucional em controle concentrado e em controle difuso, com ou sem edição de resolução pelo Senado Federal, mediante a adoção da regra geral dos "cinco mais cinco" para a totalidade dos casos. - A regra acima se aplica tanto aos casos em que o empréstimo compulsório incide sobre aquisição de veículos, tributo esse declarado inconstitucional, pela via difusa, no RE nº 121.336 (publicado em 26/06/1992), cuja suspensão fora determinada pela Resolução nº 50/95 (publicada em 10/10/1995); tanto ao empréstimo compulsório sobre consumo de combustível, que não foi alcançado pela referida resolução senatorial e que ainda permanece sem termo inicial para contagem de prazo decadencial/prescricional. - O direito à repetição do indébito alberga os dez anos anteriores ao ajuizamento da ação, de modo que as prescrições da primeira e última parcelas ocorreram, respectivamente, em 27/07/96 até 05/10/1998, ou seja, dez anos após a entrada em vigor do Decreto-lei 2.288/86 e da Constituição de 1988, respectivamente. - Tomando por base o cômputo prescricional utilizado para os tributos sujeitos a lançamento por homologação e verificando ter sido a ação ajuizada em 25/07/1996, tem-se que o direito de receber os valores pagos a título de empréstimo compulsório sobre consumo de combustíveis não se encontra atingido pela prescrição decenal. - Descabida a inclusão de juros compensatórios, uma vez que já é pacífico o entendimento deste Sodalício no sentido da não incidência destes na restituição ou compensação de crédito tributário. - Prejudicial afastada. - Remessa obrigatória parcialmente provida. (PROCESSO: 9805028950, REO130400/PB, DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO (CONVOCADO), Primeira Turma, JULGAMENTO: 09/03/2006, PUBLICAÇÃO: DJ 07/04/2006 - Página 1175)

Data do Julgamento : 09/03/2006
Classe/Assunto : Remessa Ex Offício - REO130400/PB
Órgão Julgador : Primeira Turma
Relator(a) : Desembargador Federal Cesar Carvalho (Convocado)
Comarca : Tribunal Regional Federal - 5ª Região
Código do documento : 111766
PublicaÇÕes : Diário da Justiça (DJ) - 07/04/2006 - Página 1175
DecisÃo : UNÂNIME
Veja tambÉm : ERESP 435835/SC (STJ)RE 121336 (STF)AGA 533938/RJ (STJ)RESP 397893/RJ (STJ)AMS 77985/RN (TRF5)
ReferÊncias legislativas : LEG-FED DEL-2288 ANO-1986 LEG-FED RSF-50 ANO-1995 CTN-66 Codigo Tributario Nacional LEG-FED LEI-5172 ANO-1966 ART-165 INC-1 ART-168 INC-1 ART-150 PAR-4 ART-167 ART-161 LEG-FED LCP-118 ANO-2005 LEG-FED LEI-8383 ANO-1991 LEG-FED LEI-9250 ANO-1995 ART-39 PAR-4 CPC-73 Código de Processo Civil LEG-FED LEI-5869 ANO-1973 ART-16 ART-17 INC-4 INC-8 ART-557 PAR-2 LEG-FED LEI-9668 ANO-1998 LEG-FED LEI-9756 ANO-1998 LEG-FED LEI-8177 ANO-1991 LEG-FED LEI-8212 ANO-1991 ART-89 PAR-3
Votantes : Desembargador Federal José Maria Lucena Desembargador Federal Francisco Wildo
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