PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME AMBIENTAL. RIO INTERESTADUAL. DANO LOCAL,
REGIONAL OU NACIONAL. COMPETÊNCIA.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça institui uma distinção
para a determinação da competência da jurisdição em crimes ambientais em
rios interestaduais. Tratando-se de dano meramente local, será competente
a Justiça do Estado, enquanto que, se o dano for de maior extensão,
isto é, de âmbito regional ou nacional, será competente a Justiça
Federal (STJ, AGRCC n. 145847, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 28.09.16; CC
n. 146373, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 11.05.16 e CC n. 145420,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 10.08.16).
2. Anulada a sentença, por incompetência da Justiça Federal para
o julgamento do delito descrito na denúncia, e determinada a remessa
dos autos a um dos Juízos criminais da Comarca de Presidente Epitácio
(SP). Prejudicada a apelação.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. CRIME AMBIENTAL. RIO INTERESTADUAL. DANO LOCAL,
REGIONAL OU NACIONAL. COMPETÊNCIA.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça institui uma distinção
para a determinação da competência da jurisdição em crimes ambientais em
rios interestaduais. Tratando-se de dano meramente local, será competente
a Justiça do Estado, enquanto que, se o dano for de maior extensão,
isto é, de âmbito regional ou nacional, será competente a Justiça
Federal (STJ, AGRCC n. 145847, Rel. Min. Nefi Cordeiro, j. 28.09.16; CC
n. 146373, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, j. 11.05.16 e CC...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 75499
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. TRÂNSITO EM JULGADO
PARA A ACUSAÇÃO. EXIGIBILIDADE. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO. NATUREZA
DO DELITO. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA PARA
CORRÉU. EXTINTA A PUNIBILIDADE. APELO PREJUDICADO. MATERIALIDADE, AUTORIA E
DOLO COMPROVADOS. DOSIMETRIA. PENA-BASE MANTIDA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. PENA
DE MULTA. PROPORCIONALIDADE. REDUÇÃO. APELO DA CORRÉ PROVIDO EM PARTE.
1. A prescrição extingue a pretensão punitiva representada pela
sanção penal cominada ao delito, razão por que o prazo respectivo é
definido em função da pena. Na prescrição retroativa, emprega-se o
mesmo raciocínio, observando-se contudo a pena efetivamente aplicada ao
acusado. Para viabilizar o cálculo do prazo prescricional, portanto, é
necessário apurar qual a pena, o que depende do trânsito em julgado para
a acusação, isto é, quando esta não puder mais agravar a pena. A partir
do momento em que a pena, em si mesma considerada, transita em julgado,
torna-se possível identificar o prazo prescricional e, conforme o caso,
declarar a extinção da punibilidade. É o que sucede, por exemplo, quando
a acusação não recorre da sentença condenatória para exasperar a pena,
de modo que ela não poderá ser agravada em outro grau de jurisdição. É
nesse sentido que se deve interpretar o § 1º do art. 110 do Código Penal:
"A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada". Assim, malgrado desprovido o recurso da acusação, não é
possível apurar o prazo prescricional se a acusação ainda puder postular
a majoração da pena em instância superior e, com isso, a alteração do
prazo prescricional (TRF da 3ª Região, 1ª Seção, EI n. 20016116.001133-9,
Rel. Juíza Fed. Conv. Silvia Rocha, j. 05.05.11; ACr n. 200161100086359,
Rel. Des. Fed. Henrique Herkenhoff, j. 27.05.08; EI n. 2000.61.06.010204-5,
Rel. Des. Fed. Ramza Tartuce, j. 01.09.11).
2. Ressalvado meu entendimento, o Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência
firme quanto à distinção da natureza do delito de estelionato
previdenciário conforme o papel desempenhado pelo agente. Portanto, cumpre
diferenciar as seguintes situações: se o agente é o próprio beneficiário,
o delito tem natureza permanente e o prazo prescricional se inicia com a
cessação do recebimento indevido; se o autor do crime pratica a fraude em
favor de outrem, o delito é instantâneo de efeitos permanentes, cujo termo
inicial do prazo prescricional é o recebimento da primeira prestação do
benefício indevido (STF, 1ª Turma, HC n. 102491, Rel.: Ministro Luiz Fux,
j. 10.05.11; 2ª Turma, ARE-AgR 663735, Rel.: Min. Ayres Britto, j. 07.02.12).
3. Comprovados a materialidade, a autoria e o dolo, a condenação deve ser
mantida.
4. Dado que tanto a pena privativa de liberdade quanto a pena de multa
sujeitam-se a critérios uniformes para a sua determinação, é adequada a
exasperação proporcional da sanção pecuniária (TRF da 3ª Região, EI
n. 0004791-83.2006.4.03.6110, Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 16.02.17;
TRF da 3ª Região, ACR n. 0002567-55.2013.4.03.6102, Des. Fed. Cecilia
Mello, j. 20.09.16; TRF da 3ª Região, ACR n. 0003484-24.2012.4.03.6130,
Rel. Des. Fed. Mauricio Kato, j. 11.04.16).
5. Extinta a punibilidade do corréu. Apelo prejudicado.
6. Apelo da corré provido em parte.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. TRÂNSITO EM JULGADO
PARA A ACUSAÇÃO. EXIGIBILIDADE. ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO. NATUREZA
DO DELITO. TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA PARA
CORRÉU. EXTINTA A PUNIBILIDADE. APELO PREJUDICADO. MATERIALIDADE, AUTORIA E
DOLO COMPROVADOS. DOSIMETRIA. PENA-BASE MANTIDA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. PENA
DE MULTA. PROPORCIONALIDADE. REDUÇÃO. APELO DA CORRÉ PROVIDO EM PARTE.
1. A prescrição extingue a pretensão punitiva representada pela
sanção penal cominada ao delito, razão por que o prazo respectivo é
definido em função da pena. Na prescrição...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76337
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. TRÂNSITO EM JULGADO PARA A
ACUSAÇÃO. EXIGIBILIDADE. NULIDADE. DEFESA DO ART. 514 DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL. OMISSÃO. PREJUÍZO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. PRETENSÃO
PREJUDICADA. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. AUTORIZAÇÃO
JUDICIAL. LEGALIDADE. PRORROGAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. INSERÇÃO
DE DADOS FALSOS. ART. 317, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. MATERIALIDADE E
AUTORIA. DOSIMETRIA. SÚMULA 44 DO STJ. REGIME PRISIONAL. SUBSTITUIÇÃO
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA.
1. A prescrição extingue a pretensão punitiva representada pela
sanção penal cominada ao delito, razão por que o prazo respectivo é
definido em função da pena. Na prescrição retroativa, emprega-se o
mesmo raciocínio, observando-se, contudo, a pena efetivamente aplicada ao
acusado. Para viabilizar o cálculo do prazo prescricional, portanto, é
necessário apurar qual a pena, o que depende do trânsito em julgado para
a acusação, isto é, quando esta não puder mais agravar a pena. A partir
do momento em que a pena, em si mesma considerada, transita em julgado,
torna-se possível identificar o prazo prescricional e, conforme o caso,
declarar a extinção da punibilidade. É o que sucede, por exemplo, quando
a acusação não recorre da sentença condenatória para exasperar a pena,
de modo que ela não poderá ser agravada em outro grau de jurisdição. É
nesse sentido que se deve interpretar o § 1º do art. 110 do Código Penal:
"A prescrição , depois da sentença condenatória com trânsito em julgado
para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena
aplicada". Assim, malgrado desprovido o recurso da acusação, não é
possível apurar o prazo prescricional se a acusação ainda puder postular
a majoração da pena em instância superior e, com isso, a alteração do
prazo prescricional (TRF da 3ª Região, 1ª Seção, EI n. 20016116.001133-9,
Rel. Juíza Fed. Conv. Silvia Rocha, j. 05.05.11; ACr n. 200161100086359,
Rel. Des. Fed. Henrique Herkenhoff, j. 27.05.08; EI n. 2000.61.06.010204-5,
Rel. Des. Fed. Ramza Tartuce, j. 01.09.11).
2. Embora o inquérito policial não supra a defesa prevista no art. 514
do Código de Processo Penal, a omissão desta somente enseja nulidade
se comprovado o efetivo prejuízo, consoante os precedentes do Supremo
Tribunal Federal. (STF, Ag. Reg. no RHC n. 121.094, Rel. Min. Roberto
Barroso, j. 19.08.14 e STF, RHC n. 120.569, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
j. 11.03.14). Para o Supremo Tribunal Federal, a prolação de sentença
condenatória prejudica a alegação de nulidade por inobservância do art. 514
do Código de Processo Penal (STF, RHC n. 12.7296, Rel. Min. Dias Toffoli,
j. 12.06.15 e STF, Ag. Reg. no RHC n. 121094, Rel. Min. Roberto Barroso,
j. 19.08.14).
3. Não há que se invalidar o resultado obtido em decorrência de
interceptações telefônicas que foram realizadas mediante autorização
judicial, nos termos da Lei nº 9.296/96. Precedentes do STJ.
4. A jurisprudência dos Tribunais Superiores é pacífica no sentido da
admissibilidade das sucessivas prorrogações da interceptação telefônica
para a apuração da prática delitiva conforme sua complexidade (STF HC
n. 83.515-RS, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 04.03.05, p. 11; RHC n. 85.575-SP,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 16.03.07; STJ, HC n. 29.174-RJ, Rel. Min. Jorge
Scartezzini, j. 01.06.04; RHC n. 13.274-RS, Rel. Min. Gilson Dipp,
j. 19.08.03). Portanto, a entendimento esposado pela 6ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça no HC n. 76.686-PR, Rel. Min. Nilson Naves, unânime,
j. 09.09.08, no sentido de conceder ordem de habeas corpus em contrariedade
àquele entendimento não se revela predominante.
5. Comprovadas a materialidade, a autoria delitiva e o dolo em relação
aos acusados José Luiz Ferraz e Palmira de Paula Roldam mediante as provas
documental e oral dos autos.
6. Admite-se a condenação de particular pelo delito do art. 317, caput,
do Código Penal, pois incide o art. 30 do Código Penal.
7. "É vedada a utilização de inquéritos e processos em curso para agravar
a pena-base" (STJ, Súmula n. 444).
8. Estabelecido regime inicial aberto, nos termos do art. 33, § 2º, c,
do Código Penal.
9. Substituídas as penas privativas de liberdade por restritivas de direitos.
10. Concedida assistência judiciária gratuita.
11. Recurso de apelação defensivos parcialmente providos.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. TRÂNSITO EM JULGADO PARA A
ACUSAÇÃO. EXIGIBILIDADE. NULIDADE. DEFESA DO ART. 514 DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL. OMISSÃO. PREJUÍZO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. SENTENÇA
CONDENATÓRIA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. PRETENSÃO
PREJUDICADA. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. AUTORIZAÇÃO
JUDICIAL. LEGALIDADE. PRORROGAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. INSERÇÃO
DE DADOS FALSOS. ART. 317, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. MATERIALIDADE E
AUTORIA. DOSIMETRIA. SÚMULA 44 DO STJ. REGIME PRISIONAL. SUBSTITUIÇÃO
DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA.
1....
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77019
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. ESTELIONATO
PREVIDENCIÁRIO. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVAÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA.
1. Não é crível e não encontra amparo nos autos a alegação do réu de
que sua senha de acesso ao sistema informatizado do INSS, de natureza pessoal
e intransferível, teria sido emprestada a outros servidores, tendo em vista
o elevado número de atendimentos na agência da Previdência Social. Ao
contrário do que aduz a defesa, nenhuma das testemunhas confirmou que as
senhas de acesso ao sistema informatizado eram compartilhadas.
2. Não há elementos que permitam infirmar as conclusões da auditoria
realizada pelo INSS, segundo a qual o réu atuou em todas as etapas de
concessão do benefício previdenciário fraudulento.
3. A produção de prova técnica (exame grafotécnico) é impertinente,
uma vez que não se atribui ao réu a falsificação de documentos ou
preenchimento de formulários, mas a obtenção de vantagem indevida mediante
meio fraudulento consiste na falsificação de informações lançadas no
sistema de contagem de tempo de serviço do Instituto Nacional do Seguro
Social.
4. Comprovadas materialidade e autoria do delito de estelionato previdenciário
(CP, art. 171, § 3º).
5. Revista a dosimetria da pena.
6. Apelação criminal do réu provida em parte.
Ementa
PENAL. ESTELIONATO
PREVIDENCIÁRIO. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVAÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA.
1. Não é crível e não encontra amparo nos autos a alegação do réu de
que sua senha de acesso ao sistema informatizado do INSS, de natureza pessoal
e intransferível, teria sido emprestada a outros servidores, tendo em vista
o elevado número de atendimentos na agência da Previdência Social. Ao
contrário do que aduz a defesa, nenhuma das testemunhas confirmou que as
senhas de acesso ao sistema informatizado eram compartilhadas.
2. Não há elementos que permitam infirmar as conclusões da auditoria
realizada...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76536
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PROCESSO PENAL. ESTELIONATO. USO DE DOCUMENTO
FALSO. MATERIALIDADE. AUTORIA. NÃO COMPROVADA.
1. Não obstante ter constado da ata de audiência trabalhista a declaração
do corréu no sentido de que teria pedido demissão e sido feito acordo com
a acusada para simular a dispensa sem justa causa, as provas dos autos não
permitem concluir que houve simulação quanto ao desligamento do empregado
os acusados tenham agido em conluio visando o saque dos valores depositados
na conta de FGTS ou das quantias de seguro-desemprego.
2. Verifica-se que a versão dos fatos apresentados pelo acusado foi a mesma em
sede policial e judicial, ambos asseveraram que o acordo entre eles se referia
ao pagamento da multa do FGTS e não à dispensa do empregado. Destaque-se as
declarações da testemunha Denilson Fonseca Fracari, contador da empresa,
que afirmou que o acusado João Batista Bertão Neto foi dispensado pela
empresa LM Informática, que demitiu todos os seus empregados e que foi
ele quem preenchera os formulários referentes à rescisão do contrato
de trabalho. Cumpre anotar que a empresa de fato encerrou as atividades,
tendo dispensado todos os seus empregados.
3. Os registros constantes da CTPS do acusado João Bastista indicam a
saída, ou seja, o encerramento do contrato de trabalho com a empresa José
Donizeti Lindolfo ME (LM Informática) em 22.01.11 e após sua contratação
pela empresa Soufer Industrial Ltda se deu em 25.04.11. Portanto, não há
registro de imediata contratação após seu desligamento do empreendimento
gerenciado pela acusada, de maneira que não resta demonstrado que o réu
teria pedido demissão em razão de já ter sido contratado para novo
emprego. O réu recebera apenas 2 (duas) parcelas de seguro-desemprego e
depois de conseguir novo contrato de trabalho não mais fez retiradas.
4. Consta dos autos a nota promissória assinada pela acusada Rosinha em
03.02.11, assim como os recibos de valores das parcelas pagas por ela,
também a confirmar o que foi declarado pelos acusados.
5. Apelação desprovida.
Ementa
PROCESSO PENAL. ESTELIONATO. USO DE DOCUMENTO
FALSO. MATERIALIDADE. AUTORIA. NÃO COMPROVADA.
1. Não obstante ter constado da ata de audiência trabalhista a declaração
do corréu no sentido de que teria pedido demissão e sido feito acordo com
a acusada para simular a dispensa sem justa causa, as provas dos autos não
permitem concluir que houve simulação quanto ao desligamento do empregado
os acusados tenham agido em conluio visando o saque dos valores depositados
na conta de FGTS ou das quantias de seguro-desemprego.
2. Verifica-se que a versão dos fatos apresentados pelo acusado foi a mesma em...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76092
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (CP, ART. 288). FURTO
QUALIFICADO (CP. ART. 155, § 4º, I, II E IV). RAZÕES
RECURSAIS. REAPRESENTAÇÃO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. AUTORIA E MATERIALIDADE
COMPROVADAS. PENA DE MULTA. PROPORCIONALIDADE.
1. Apresentadas as razões do recurso, não se admite complementá-las ou
reapresentá-las, por óbice do instituto da preclusão consumativa (STJ,
AGRESP n. 1.338.076, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 19.03.13;
TRF da 3ª Região, ACR n. 0008874-55.2009.4.03.6105, Rel. Des. Fed. Cotrim
Guimarães, j. 12.04.11). Nesses termos, Nesses termos, assiste razão
à Procuradoria Regional da República ao afirmar que, dada a preclusão
consumativa, não devem ser conhecidas as segunda razões de apelação,
apresentadas pelos réus após a constituição de novo procurador nos autos.
2. A materialidade delitiva está satisfatoriamente comprovada nos autos.
3. No que diz respeito à formação de quadrilha (CP, art. 288, em redação
anterior à dada pela Lei n. 12.850/13), a versão apresentada pelos réus
para afastar a participação de uma quarta pessoa não se sustenta. Não é
crível que os réus tenham comprado equipamento de pessoa cujo nome não
sabem e que, em meio à empreitada criminosa, tenham conhecido "Henrique",
feito amizade em um dia e o hospedado no hotel, embora fosse morador da
cidade. Esse entendimento é corroborado pelo depoimento em Juízo da
recepcionista do hotel e que os réus ficaram hospedados. Nos termos do
consignado pelo Juízo a quo, os depoimentos dos réus deixam claro que se
uniram, de forma habitual e estável, com a finalidade de praticar crimes.
4. A não identificação de um dos membros da associação criminosa
não impede a consumação do delito do art. 288 do Código Penal
(STJ, HC n. 200600115932, Rel. Min. Felix Fischer, j. 23.05.06 e EDHC
n. 201100888090, Rel. Min. Moura Ribeiro, j. 21.11.03; TRF da 1ª Região,
ACR n. 00008631620054014300, Rel. Juíza Fed. Conv. Rosimayre Gonçalves
de Carvalho , j. .26.05.09; TRF da 2ª Região, ACR n. 200250020008823,
Rel. Des. Fed. Maria Helena Cisne, j. 23.07.08).
5. Embora não tenha havido insurgência dos réus em relação à dosimetria
da pena, cumpre reduzir a pena de multa, ex officio, uma vez que tanto a
pena privativa de liberdade quanto a pena de multa sujeitam-se a critérios
uniformes para a sua determinação, é adequada a exasperação proporcional
da sanção pecuniária (TRF da 3ª Região, EI n. 0004791-83.2006.4.03.6110,
Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 16.02.17; TRF da 3ª Região, ACR
n. 0002567-55.2013.4.03.6102, Des. Fed. Cecilia Mello, j. 20.09.16; TRF da
3ª Região, ACR n. 0003484-24.2012.4.03.6130, Rel. Des. Fed. Mauricio Kato,
j. 11.04.16).
6. Apelação dos réus não provida e, de ofício, reduzida a pena de multa.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (CP, ART. 288). FURTO
QUALIFICADO (CP. ART. 155, § 4º, I, II E IV). RAZÕES
RECURSAIS. REAPRESENTAÇÃO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. AUTORIA E MATERIALIDADE
COMPROVADAS. PENA DE MULTA. PROPORCIONALIDADE.
1. Apresentadas as razões do recurso, não se admite complementá-las ou
reapresentá-las, por óbice do instituto da preclusão consumativa (STJ,
AGRESP n. 1.338.076, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, j. 19.03.13;
TRF da 3ª Região, ACR n. 0008874-55.2009.4.03.6105, Rel. Des. Fed. Cotrim
Guimarães, j. 12.04.11). Nesses termos, Nesses termos, assiste razão
à...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76489
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. CERCEAMENTO DE
DEFESA. OITIVA DE TESTEMUNHAS, ACAREAÇÃO E FATO NOVO. DESNECESSIDADE
DAS PROVAS. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DOSIMETRIA. PENA-BASE
EXASPERADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL (1/2) EM RAZÃO DA QUANTIDADE E NATUREZA
DA DROGA. APELAÇÃO DA ACUSAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
1. Não houve cerceamento de defesa. A oitiva dos controladores de acesso
na empresa Brado para comprovar que o réu se apresentou às 9h58min é
desnecessária, haja vista que a sentença considerou o horário afirmado
pelo réu (entre 11h30 e 11h45, fl. 376). Dessa forma, não há que se falar
em fato novo e necessidade de aditamento da denúncia e de acareação de
testemunhas, pois o horário de entrada na empresa Brado não foi relevante
para a condenação do réu.
2. Materialidade e autoria comprovadas.
3. As informações das testemunhas são corroboradas pelos dados registrados
no documento "Raw Data Report For MEDU9115404" (fls. 15/40 do apenso),
que monitorava a temperatura do contêiner. Consta que, no dia 27.03.17, o
sistema de resfriamento foi desligado às 13h e ligado às 16h. No entanto,
houve um aumento brusco de temperatura entre 13h (-15,11) e 14h (-3,30),
e uma diminuição de temperatura entre 14h (-3,30) e 15h (-9,07).
4. Isso não se verificou nos outros dias, quando a refrigeração do
contêiner foi desligada por longos períodos de tempo, a temperatura subia de
forma gradual e só voltava a diminuir após a ligação da refrigeração. A
queda brusca da temperatura e a diminuição da temperatura antes do
funcionamento do sistema são compatíveis com o fato imputado. A abertura
do contêiner e a rápida colocação das bolsas com a droga provocaram o
aumento da temperatura, e o fechamento restabeleceu condições para sua
diminuição, sendo incontestável que ocorreu no trecho em que o contêiner
estava sendo transportado pelo réu.
5. O recorrente não trouxe elementos que infirmam essas constatações. Alegou
que o transporte ocorreu dentro do período programado e que há necessidade de
um especialista de usinagem para colocação da droga. Essas alegações não
afastam a responsabilidade penal do réu, visto que a colocação da droga
não demandaria muito tempo, e a quantidade de droga e a sofisticação do
tráfico exigem a participação de várias pessoas, com divisões de tarefas
e especialidades diversas, desde o seu transporte até o seu destino. O fato
imputado ao réu limita-se ao transporte da droga apreendida.
6. A quantidade e a natureza dos entorpecentes apreendidos, 544,900 kg
(quinhentos e quarenta e quatro quilogramas e novecentos gramas) de cocaína,
autorizam a exasperação da pena-base acima do mínimo legal, motivo pelo
qual deve ser aumentada em 1/2 (metade) acima do mínimo, totalizando 7
(sete) anos e 6 (seis) meses de reclusão, e 750 dias-multa.
7. Apelação da defesa não provida e apelação da acusação parcialmente
provida.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS. CERCEAMENTO DE
DEFESA. OITIVA DE TESTEMUNHAS, ACAREAÇÃO E FATO NOVO. DESNECESSIDADE
DAS PROVAS. AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. DOSIMETRIA. PENA-BASE
EXASPERADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL (1/2) EM RAZÃO DA QUANTIDADE E NATUREZA
DA DROGA. APELAÇÃO DA ACUSAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
1. Não houve cerceamento de defesa. A oitiva dos controladores de acesso
na empresa Brado para comprovar que o réu se apresentou às 9h58min é
desnecessária, haja vista que a sentença considerou o horário afirmado
pelo réu (entre 11h30 e 11h45, fl. 376). Dessa for...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77015
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CP, ART. 334, §1º, "b",
REDAÇÃO ANTERIOR À LEI N. 13.008/14. c. c. ART, 3º DO DECRETO
LEI N. 399/68. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVADAS. CIRCUNSTÂNCIAS
JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. MODIFICAÇÃO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
COMUNITÁRIO. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. A materialidade e a autoria do delito estão comprovadas.
2. Na primeira fase, além da consequência do crime, a culpabilidade mostra-se
exacerbada, visto que o réu utilizou sua habilitação especial em beneficio
do contrabando de grande quantidade de cigarros. Mantenho a pena em 2 (dois)
anos e 6 (seis) meses de reclusão, em razão da quantidade de mercadoria
apreendida, 437.500 (quatrocentos e trinta e sete mil e quinhentos) maços de
cigarros de origem estrangeira, o que enseja maior reprovabilidade da conduta.
3. O Juízo a quo não fez referência ao réu cumprir a pena restritiva de
direito "somente" em ambulância ou transporte escolar. Destaco ainda que
cabe ao Juízo da Execução avaliar a forma como se dará o cumprimento da
pena restritiva de direito, de modo a não prejudicar a jornada normal de
trabalho (CP, art. 46, § 3º).
4. Apelação desprovida.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CP, ART. 334, §1º, "b",
REDAÇÃO ANTERIOR À LEI N. 13.008/14. c. c. ART, 3º DO DECRETO
LEI N. 399/68. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVADAS. CIRCUNSTÂNCIAS
JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. MODIFICAÇÃO DA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
COMUNITÁRIO. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. A materialidade e a autoria do delito estão comprovadas.
2. Na primeira fase, além da consequência do crime, a culpabilidade mostra-se
exacerbada, visto que o réu utilizou sua habilitação especial em beneficio
do contrabando de grande quantidade de cigarros. Mantenho a pena em 2 (dois)
anos e 6 (seis) meses de...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77057
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CIGARROS. RINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. AUTORIA COMPROVADA. APELAÇÕES
DESPROVIDAS.
1. Autoria e materialidade comprovadas.
2. Revejo meu entendimento para reconhecer a inaplicabilidade, em
regra, do princípio da insignificância ao delito de contrabando
envolvendo cigarros, consoante a jurisprudência desta Corte e dos
Tribunais Superiores (STF, HC n. 118359, Rel. Min. Cármen Lúcia,
2ª Turma, j. 05.11.13; HC n. 118858, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma,
j. 03.12.13; STJ, AgRg no REsp n. 1399327, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª
Turma, j. 27.03.14; AgRg no AREsp n. 471863, Rel. Min. Maria Thereza de
Assis Moura, 6ª Turma, j. 18.03.14; TRF da 3ª Região, 5ª Turma, RSE
n. 0002523-24.2013.4.03.6106, Rel. Des. Fed. Antonio Cedenho, j. 30.06.14;
5ª Turma, RSE n. 0002163-04.2013.4.03.6102, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes,
j. 30.06.14; 2ª Turma, ACR n. 0012022-40.2009.4.03.6181, Rel. Des. Fed. Nelton
dos Santos, j. 08.10.13).
3. Apelações desprovidas.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CIGARROS. RINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. AUTORIA COMPROVADA. APELAÇÕES
DESPROVIDAS.
1. Autoria e materialidade comprovadas.
2. Revejo meu entendimento para reconhecer a inaplicabilidade, em
regra, do princípio da insignificância ao delito de contrabando
envolvendo cigarros, consoante a jurisprudência desta Corte e dos
Tribunais Superiores (STF, HC n. 118359, Rel. Min. Cármen Lúcia,
2ª Turma, j. 05.11.13; HC n. 118858, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma,
j. 03.12.13; STJ, AgRg no REsp n. 1399327, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª
Turma, j. 27.03.14; AgRg no...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77346
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. DENÚNCIA. INÉPCIA. LISTIPENDÊNCIA. COISA
JULGADA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA. APELAÇÃO PROVIDA PARA
ABSOLVIÇÃO DO RÉU.
1. Para não ser considerada inepta, a denúncia deve descrever de forma clara
e suficiente a conduta delituosa, apontando as circunstâncias necessárias à
configuração do delito, a materialidade delitiva e os indícios de autoria,
viabilizando ao acusado o exercício da ampla defesa, propiciando-lhe o
conhecimento da acusação que sobre ele recai, bem como, qual a medida de
sua participação na prática criminosa, atendendo ao disposto no art. 41,
do Código de Processo Penal (STF, HC n. 90.479, Rel. Min. Cezar Peluso,
j. 07.08.07; STF, HC n. 89.433, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 26.09.06 e STJ,
5a Turma - HC n. 55.770, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 17.11.05).
2. A presente ação penal fora extinta sem resolução do mérito. Interposto
recurso em sentido estrito pelo Ministério Público Federal, foi provido
para determinar o regular prosseguimento do feito, afastando a alegação
de litispendência, restando definitivamente julgada a questão por meio de
decisão transitada em julgado.
3. Apesar de o réu ter sido condenado em casos análogos, nesta ação penal,
não se verifica prova segura da autoria a fundamentar a condenação.
4. Apelação provida para absolvição com fundamento no art. 386, VII,
do Código de Processo Penal.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. DENÚNCIA. INÉPCIA. LISTIPENDÊNCIA. COISA
JULGADA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS DA AUTORIA. APELAÇÃO PROVIDA PARA
ABSOLVIÇÃO DO RÉU.
1. Para não ser considerada inepta, a denúncia deve descrever de forma clara
e suficiente a conduta delituosa, apontando as circunstâncias necessárias à
configuração do delito, a materialidade delitiva e os indícios de autoria,
viabilizando ao acusado o exercício da ampla defesa, propiciando-lhe o
conhecimento da acusação que sobre ele recai, bem como, qual a medida de
sua participação na prática criminosa, atendendo ao disposto no art. 41,
do Có...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77452
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. DECLARAÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. SUSPENSÃO CONDICIONAL
DO PROCESSO. ART. 89, §5º, DA LEI N. 9.99/95. RECURSO DESPROVIDO.
1. A nulidade somente será declarada quando resultar em prejuízo para a
parte.
2. O cumprimento das condições estabelecidas para o período de prova
restou certificado nos autos.
3. As certidões criminais da ré, ainda que juntadas de modo tardio,
demonstram não ter sido instaurado qualquer outro feito criminal no curso
do período de prova, não se verificando fato que enseje a revogação do
benefício.
4. Em que pese a insurgência do Ministério Público Federal quanto
ao procedimento adotado pelo Juízo de 1º grau, não restou comprovado
prejuízo decorrente da declaração da extinção da punibilidade da ré,
a incidir o princípio pas de nullité sans grief, conforme disposição do
art. 563 do Código de Processo Penal.
5. Recurso desprovido.
Ementa
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PROCESSUAL PENAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE
PREJUÍZO. DECLARAÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. SUSPENSÃO CONDICIONAL
DO PROCESSO. ART. 89, §5º, DA LEI N. 9.99/95. RECURSO DESPROVIDO.
1. A nulidade somente será declarada quando resultar em prejuízo para a
parte.
2. O cumprimento das condições estabelecidas para o período de prova
restou certificado nos autos.
3. As certidões criminais da ré, ainda que juntadas de modo tardio,
demonstram não ter sido instaurado qualquer outro feito criminal no curso
do período de prova, não se verificando fato que enseje a revogação do
ben...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:RSE - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - 8686
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. ART. 168, § 1º, II, DO CÓDIGO
PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. MATERIALIDADE E AUTORIA
COMPROVADAS. DOLO. CONFIGURAÇÃO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. HC N. 126.292 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. PENAS RESTRITIVAS
DE DIREITO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ADMISSIBILIDADE. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. Provadas a materialidade e a autoria delitiva por meio de prova documental
e testemunhal.
2. O dolo exsurge das circunstâncias fáticas e das provas coligidas.
3. Em Sessão Plenária, o Supremo Tribunal Federal, em 17.02.16, firmou o
entendimento, segundo o qual "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional
da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal" (STF, HC n. 126.292, Rel. Min. Teori Zavascki,
j. 17.02.16). Em regime de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal
reafirmou o entendimento de que não compromete o princípio constitucional
da presunção de inocência (CR, art. 5º, LVII) a execução provisória de
acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que sujeito
a recurso especial ou extraordinário (STF, Repercussão geral em ARE
n. 964.246, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 10.11.16). A 5ª Turma do TRF da
3ª Região decidiu pela expedição de carta de sentença após esgotadas
as vias ordinárias (TRF da 3ª Região, ACr n. 2014.61.19.005575-3,
Rel. Des. Fed. Paulo Fontes, j. 06.02.17 e TRF da 3ª Região, ED em ACr
n. 2013.61.10.004043-0, Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 06.02.17).
4. O Supremo Tribunal Federal proclamou a legitimidade da execução
provisória da sentença penal condenatória (STF, Repercussão geral em
ARE n. 964.246, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 10.11.16). Cumpre, portanto,
dar eficácia a esse entendimento, que não faz distinção entre as penas
privativa de liberdade e restritivas de direito, conforme precedentes do
Superior Tribunal de Justiça (STJ, AgRg no AREsp n. 826955, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, j. 01.06.17; AgRg no HC n. 366460, Rel. Min. Antonio Saldanha
Palheiro, j. 20.04.17).
5. Apelação desprovida.
Ementa
PENAL. ART. 168, § 1º, II, DO CÓDIGO
PENAL. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. MATERIALIDADE E AUTORIA
COMPROVADAS. DOLO. CONFIGURAÇÃO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. HC N. 126.292 DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ESGOTAMENTO DAS VIAS ORDINÁRIAS. PENAS RESTRITIVAS
DE DIREITO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. ADMISSIBILIDADE. APELAÇÃO DESPROVIDA.
1. Provadas a materialidade e a autoria delitiva por meio de prova documental
e testemunhal.
2. O dolo exsurge das circunstâncias fáticas e das provas coligidas.
3. Em Sessão Plenária, o Supremo Tribunal Federal, em 17.02.16, firmou o
entendimento, segundo o qual "a execução provisória de a...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 77185
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CIGARROS. TELECOMUNICAÇÕES. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. RECEPTAÇÃO. NÃO APLICÁVEL. EMENDATIO
LIBELLI. ART. 70 DA LEI N. 4.117/62. CONFISSÃO RECONHECIDA DE
OFÍCIO. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
1) Autoria e materialidade comprovadas.
2) Incidência do art. 70 da Lei n. 4.117/62. Emendatio Libelli. Revejo meu
entendimento para acompanhar a jurisprudência dos Tribunais Superiores,
no sentido de que subsiste a vigência tanto do art. 70 da Lei n. 4.117/62
quanto do art. 183 da Lei n. 9.472/97. A tipificação dependerá, quanto
ao primeiro, da inexistência do caráter habitual da conduta, enquanto
a do segundo, inversamente, quando se caracteriza a habitualidade (STF,
HC n. 128.567, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 08.09.15; STF, HC n. 115.137,
Rel. Min. Luiz Fux, j. 17.12.13; STF, HC n. 93.870, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
j. 20.04.10; STJ, AgRg no Agravo em REsp n. 743.364, Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, j. 19.04.16).
3) Pelo que se infere dos precedentes do Superior Tribunal de Justiça,
a atenuante da confissão (CP, art. 65, III, d) incide sempre que
fundamentar a condenação do acusado, pouco relevando se extrajudicial
ou parcial, mitigando-se ademais a sua espontaneidade (STJ, HC n. 154544,
Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 23.03.10; HC n. 151745, Rel. Min. Felix
Fischer, j. 16.03.10; HC n. 126108, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
j. 30.06.10; HC n. 146825, Rel. Min. Jorge Mussi, j. 17.06.10; HC n. 154617,
Rel. Min. Laurita Vaz, j. 29.04.10; HC n. 164758, Rel. Min. Og Fernandes,
j. 19.08.10).
4) Em Sessão Plenária, o Supremo Tribunal Federal, em 17.02.16, firmou o
entendimento, segundo o qual "a execução provisória de acórdão penal
condenatório proferido em grau de apelação, ainda que sujeito a recurso
especial ou extraordinário, não compromete o princípio constitucional
da presunção de inocência afirmado pelo artigo 5º, inciso LVII da
Constituição Federal" (STF, HC n. 126.292, Rel. Min. Teori Zavascki,
j. 17.02.16).
5) Em regime de repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal reafirmou
o entendimento de que não compromete o princípio constitucional da
presunção de inocência (CR, art. 5º, LVII) a execução provisória
de acórdão penal condenatório proferido em grau recursal, ainda que
sujeito a recurso especial ou extraordinário (STF, Repercussão geral
em ARE n. 964.246, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 10.11.16). A 5ª Turma
do TRF da 3ª Região decidiu pela expedição de carta de sentença após
esgotadas as vias ordinárias (TRF da 3ª Região, ACr n. 2014.61.19.005575-3,
Rel. Des. Fed. Paulo Fontes, j. 06.02.17 e TRF da 3ª Região, ED em ACr
n. 2013.61.10.004043-0, Rel. Des. Fed. André Nekatschalow, j. 06.02.17).
6). A 5ª Turma do TRF da 3ª Região decidiu pela expedição de carta
de sentença após esgotadas as vias ordinárias (TRF da 3ª Região,
ACr n. 2014.61.19.005575-3, Rel. Des. Fed. Paulo Fontes, j. 06.02.17
e TRF da 3ª Região, ED em ACr n. 2013.61.10.004043-0, Rel. Des. Fed.
André Nekatschalow, j. 06.02.17).
7) Apelação parcialmente provida.
Ementa
PENAL. PROCESSO PENAL. CONTRABANDO. CIGARROS. TELECOMUNICAÇÕES. AUTORIA E
MATERIALIDADE COMPROVADAS. RECEPTAÇÃO. NÃO APLICÁVEL. EMENDATIO
LIBELLI. ART. 70 DA LEI N. 4.117/62. CONFISSÃO RECONHECIDA DE
OFÍCIO. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
1) Autoria e materialidade comprovadas.
2) Incidência do art. 70 da Lei n. 4.117/62. Emendatio Libelli. Revejo meu
entendimento para acompanhar a jurisprudência dos Tribunais Superiores,
no sentido de que subsiste a vigência tanto do art. 70 da Lei n. 4.117/62
quanto do art. 183 da Lei n. 9.472/97. A tipificação dependerá, quanto
ao primeiro, da inexistência...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76745
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. PRELIMINAR NÃO
APRECIADA. INDEFERIMENTO DE DILIGÊNCIAS. CPP, ART. 402. PODER DISCRICIONÁRIO
DO JUIZ. REABERTURA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. IMPOSSIBILIDADE.
1.Verificada a alegada omissão, passa a constar da decisão embargada a
fundamentação, quanto ao indeferimento de diligências. CPP, art. 402. Poder
discricionário do Juiz. Reabertura da instrução criminal. Impossibilidade
sem que haja, no entanto, alteração de seu dispositivo.
2. Consoante o disposto no art. 402 do Código de Processo Penal, a
exemplo da redação primitiva do art. 499 do mesmo diploma, as partes
poderão requerer as diligências cuja necessidade ou conveniência tenham
surgido das circunstâncias ou dos fatos apurados na instrução. O exame
das diligências requeridas nessa fase é ato que se inclui na esfera de
responsabilidade do Juiz, que poderá indeferi-las em decisão fundamentada,
quando as julgar protelatórias ou desnecessárias e sem pertinência com a
instrução do processo. A fase não comporta a produção ampla de provas,
nem há de servir para a reabertura ou renovação da instrução criminal,
sob risco de perpetuar-se o processo.
3. A defesa não logrou demonstrar prejuízo com a decisão (CPP, art. 563),
ainda porque poderia ter providenciado a juntada aos autos das cópias dos
documentos reputados relevantes e não o fez. Foi facultado ao réu trazer
aos autos documentos que entendesse relevantes.
4. Impende destacar que a defesa não interpôs qualquer recurso contra o
indeferimento na época própria (CPP, art. 571, II). A instrução processual
criminal transcorreu regularmente, observados os princípios constitucionais
do contraditório e da ampla defesa, tendo sido dada oportunidade a defesa
para trazer aos autos os elementos de prova que entendesse necessários,
razão pela qual se afasta as preliminares trazidas pela defesa.
5. Repise-se que a realização de perícia contábil é desnecessária
para demonstrar a materialidade delitiva, a qual se encontra suficientemente
demonstrada com o procedimento administrativo fiscal que culminou na lavratura
das NFLDs.
6. Embargos de declaração providos.
Ementa
PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. PRELIMINAR NÃO
APRECIADA. INDEFERIMENTO DE DILIGÊNCIAS. CPP, ART. 402. PODER DISCRICIONÁRIO
DO JUIZ. REABERTURA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. IMPOSSIBILIDADE.
1.Verificada a alegada omissão, passa a constar da decisão embargada a
fundamentação, quanto ao indeferimento de diligências. CPP, art. 402. Poder
discricionário do Juiz. Reabertura da instrução criminal. Impossibilidade
sem que haja, no entanto, alteração de seu dispositivo.
2. Consoante o disposto no art. 402 do Código de Processo Penal, a
exemplo da redação primitiva do art. 499 do mesmo diplo...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 74778
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PENAL. PROCESSUAL PENAL. MOEDA
FALSA. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVAÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA.
1. A jurisprudência considera válido o depoimento prestado por agente
policial que participou das investigações concernentes aos fatos narrados
pela denúncia, sobretudo se estiver em consonância com outros elementos
probatórios (STF, HC n. 74522, Rel. Min. Maurício Corrêa, unânime,
j. 19.11.96; TRF da 3ª Região, ACR n. 200161020072370, Rel. Des. Fed. Ramza
Tartuce, unânime, j. 19.06.06; TRF da 3ª Região, ACR n. 200061110030760,
Rel. Juiz Fed. Conv. Alessandro Diaferia, unânime, j. 16.09.05). Não há
prova nos autos de qualquer relação de animosidade entre os Policiais
Militares e o corréu. A circunstância de o auto de prisão em flagrante
não ter sido homologado pelo Juízo a quo dada a ausência de comunicação,
no prazo legal, à Defensoria Pública, embora tenha ensejado o relaxamento do
flagrante dos réus, não infirma a materialidade delitiva nem as declarações
dos Policiais Militares.
2. Materialidade e autoria delitiva comprovadas nos autos em relação a
todos os réus.
3. Dosimetria da pena mantida nos termos fixados na sentença
recorrida. Majorada a pena-base em relação ao corréu condenado em sede
de apelação, por ter maus antecedentes.
4. Apelação da defesa não provida. Apelação da acusação provida em
parte.
Ementa
PENAL. PROCESSUAL PENAL. MOEDA
FALSA. MATERIALIDADE. AUTORIA. COMPROVAÇÃO. DOSIMETRIA DA PENA.
1. A jurisprudência considera válido o depoimento prestado por agente
policial que participou das investigações concernentes aos fatos narrados
pela denúncia, sobretudo se estiver em consonância com outros elementos
probatórios (STF, HC n. 74522, Rel. Min. Maurício Corrêa, unânime,
j. 19.11.96; TRF da 3ª Região, ACR n. 200161020072370, Rel. Des. Fed. Ramza
Tartuce, unânime, j. 19.06.06; TRF da 3ª Região, ACR n. 200061110030760,
Rel. Juiz Fed. Conv. Alessandro Diaferia, unânime, j. 16.09.05). Não há
p...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 76789
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REDISCUSSÃO. INADMISSIBILIDADE.
OMISSÃO. PARCIAL. OCORRÊNCIA. IDENTIFICADORES DOS USUÁRIOS DE INTERNET
PROTOCOL - IPS. POSSIBILIDADE DE REQUISIÇÃO DIRETA PELA AUTORIDADE
POLICIAL. EMBARGOS PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Os embargos de declaração não são recurso predestinado à rediscussão
da causa. Servem para integrar o julgado, escoimando-o de vícios que
dificultam sua compreensão ou privam a parte de obter o provimento
jurisdicional em sua inteireza, em congruência ao que fora postulado na
pretensão inicial.
2. O fornecimento de dados cadastrais não está acobertado pela quebra
de sigilo e podem ser requisitados diretamente pela autoridade policial,
a qual deve coletar provas satisfatórias do cometimento da infração penal
(STF, HC n. 91867, Rel. Min. Gilmar Mendes, j. 24.04.12; STJ, MS n. 36.598,
Rel. Min. Jorge Mussi, j. 22.08.12; TRF da 4ª Região, AMS, n. 22811,
Rel. Des. Fed. Néfi Cordeiro, j. 07.06.05).
3. Embargos de declaração parcialmente providos.
Ementa
PROCESSO PENAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REDISCUSSÃO. INADMISSIBILIDADE.
OMISSÃO. PARCIAL. OCORRÊNCIA. IDENTIFICADORES DOS USUÁRIOS DE INTERNET
PROTOCOL - IPS. POSSIBILIDADE DE REQUISIÇÃO DIRETA PELA AUTORIDADE
POLICIAL. EMBARGOS PARCIALMENTE PROVIDOS.
1. Os embargos de declaração não são recurso predestinado à rediscussão
da causa. Servem para integrar o julgado, escoimando-o de vícios que
dificultam sua compreensão ou privam a parte de obter o provimento
jurisdicional em sua inteireza, em congruência ao que fora postulado na
pretensão inicial.
2. O fornecimento de dados cadastrais não está ac...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:Ap. - APELAÇÃO CRIMINAL - 74878
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
PROCESSO PENAL. PENAL. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO DE
MÉRITO. INADMISSIBILIDADE.
1. Os embargos de declaração não se prestam a rediscutir a matéria julgada,
para que desse modo se logre obter efeitos infringentes. Precedentes do STJ.
2. Consta do voto fundamentação acerca do recebimento da denúncia em
relação ao delito do art. 334, § 1º, III, do Código Penal, haja vista a
justa causa para a apuração dos seguintes fatos: Revejo meu entendimento
para acompanhar a jurisprudência predominante nos Tribunais Superiores e
nesta Corte no sentido de que a reiteração delitiva obsta a incidência do
princípio da insignificância ao delito de descaminho, independentemente
do valor do tributo não recolhido (STF: HC n. 118686, Rel. Min. Luiz Fux,
j. 19.11.13, HC n. 114675, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, j. 13.11.12, HC
n. 112597, Rel. Min. Carmem Lúcia, j. 18.09.12; STJ: AGARESP n. 329693,
Rel. Min. Laurita Vaz, j. 13.08.13, AGRESP n. 201200367950, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, j. 17.04.12; TRF 3ª Região, ACR n. 00114957320054036102,
Rel Des. Fed. José Lunardelli, j. 27.08.13).
(...) Em regra, admite-se a incidência do princípio da insignificância
quando o valor do débito tributário não exceder a R$ 20.000,00 (vinte
mil reais), nos termos do art. 20 da Lei n. 10.522/02, com as alterações
introduzidas pelas Portarias 75 e 130 do Ministério da Fazenda. Entretanto,
nas consultas ao Comprot - Comunicação e Protocolo do Ministério da Fazenda,
nas quais constam diversos registros de apreensões de mercadorias e autos
de infrações em nome dos recorridos, devendo ser afastado a aplicação
do princípio da insignificância.
3. Embargos declaratórios desprovidos.
Ementa
PROCESSO PENAL. PENAL. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. REDISCUSSÃO DE
MÉRITO. INADMISSIBILIDADE.
1. Os embargos de declaração não se prestam a rediscutir a matéria julgada,
para que desse modo se logre obter efeitos infringentes. Precedentes do STJ.
2. Consta do voto fundamentação acerca do recebimento da denúncia em
relação ao delito do art. 334, § 1º, III, do Código Penal, haja vista a
justa causa para a apuração dos seguintes fatos: Revejo meu entendimento
para acompanhar a jurisprudência predominante nos Tribunais Superiores e
nesta Corte no sentido de que a reiteração delit...
Data do Julgamento:04/02/2019
Data da Publicação:11/02/2019
Classe/Assunto:RSE - RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - 8639
Órgão Julgador:QUINTA TURMA
Relator(a):DESEMBARGADOR FEDERAL ANDRÉ NEKATSCHALOW
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO
CRIMNAL. OMISSÃO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. PRETENSÃO DE REVISÃO DO
JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. EMBARGOS
DESPROVIDOS.
1. Os embargantes apontam omissão no acórdão no tocante à dosimetria,
bem como à prova colacionada aos autos.
2. Ausência de omissão no acórdão.
3. Inexistência de nulidade absoluta no aresto. Não há impeditivo normativo
no sentido de que, nomeado o defensor dativo pelo Juízo "a quo", este não
possa permanecer na defesa do réu em segundo grau de jurisdição.
4. O compulsar dos autos demonstra que o defensor dativo do acusado, desde sua
nomeação pelo Juízo "a quo", cumpriu, à saciedade, seu dever, promovendo
a defesa do acusado, apresentando as razões recursais e acompanhando os
demais atos processuais, tendo sido intimado da inclusão do processo em
pauta de julgamento.
5. A nomeação do advogado dativo não ensejou qualquer prejuízo efetivo
ao denunciado, aplicando-se, portanto, o disposto no artigo 563 do Código
de Processo Penal: "nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não
resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa".
6. Os embargantes deixam clara a intenção de alterar o julgado, o que não
se coaduna com os objetivos traçados pelos artigos 619 e 620 do Código de
Processo Penal, uma vez que não há qualquer obscuridade ou omissão.
7. Embargos de declaração desprovidos.
Ementa
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APELAÇÃO
CRIMNAL. OMISSÃO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. PRETENSÃO DE REVISÃO DO
JULGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. EMBARGOS
DESPROVIDOS.
1. Os embargantes apontam omissão no acórdão no tocante à dosimetria,
bem como à prova colacionada aos autos.
2. Ausência de omissão no acórdão.
3. Inexistência de nulidade absoluta no aresto. Não há impeditivo normativo
no sentido de que, nomeado o defensor dativo pelo Juízo "a quo", este não
possa permanecer na defesa do réu em segundo grau de jurisdição.
4. O compulsar dos autos demonstra que o defensor dativo do...
APELAÇÃO CRIMINAL. ARTIGO 289, § 1º, DO CÓDIGO PENAL. MOEDA
FALSA. MATERIALIDADE COMPROVADA. AUTORIA DEMONSTRADA. DOSIMETRIA DA
PENA. REDUÇÃO DA PENA-BASE. PENA DE MULTA DESPROPORCIONAL. REDUÇÃO DA
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. PAGAMENTO DE CUSTAS
PROCESSUAIS. RECURSO DA DEFESA PARCIALMENTE PROVIDO.
1.Vencido no tocante à desclassificação da conduta para o delito de
estelionato ante a ausência de potencialidade lesiva das cédulas apreendidas,
tem-se comprovada a materialidade delitiva pelos laudos periciais.
2. A despeito de não terem sido alvo da insurgência defensiva, a autoria
restou comprovada em decorrência do réu ter sido flagrado guardando as
notas falsas dentro de suas vestes, além disso a grande quantidade de
cédulas falsas apreendidas e o fato de apresentarem a mesma numeração
das notas verdadeiras encontradas com ele indicam o seu dolo.
3. Dosimetria da pena. Considero exasperada a pena-base tal como fixada na
sentença, de forma que, levando em conta a quantidade de cédulas falsas
apreendidas, melhor se amolda ao caso dos autos a pena na primeira fase do
critério trifásico em 03 (três) anos, 06 (seis) meses de reclusão.
4. Com redimensionamento da pena privativa de liberdade, fica estabelecida
a pena de multa do acusado em 11 (onze) dias-multa.
5. No que tange ao valor da prestação pecuniária, importante mencionar
que a prestação deve ser suficiente para a prevenção e reprovação do
crime praticado, atentando-se ainda, para a extensão dos danos decorrentes
do ilícito e para a situação econômica do condenado. No caso, o valor da
prestação pecuniária mostra-se excessivo. Assim, reduzo-o para 05 (cinco)
salários mínimos, já que suficiente à prevenção e à reprovação do
crime praticado e equivalente a situação econômica do réu.
6. Conforme determinam os § 2º e § 3º do art. 98 do novo Código de
Processo Civil, a concessão da gratuidade não afasta a responsabilidade
do beneficiário pelas custas processuais, ficando, todavia, seu pagamento
sobrestado, enquanto perdurar seu estado de pobreza, pelo prazo de 05
(cinco) anos, quando então a obrigação será extinta. Acresça-se, por
oportuno, que o exame acerca da miserabilidade deverá ser realizado na
fase de execução da sentença, mais adequada para aferir a real situação
financeira do condenado.
7. Apelação a que se dá parcial provimento.
Ementa
APELAÇÃO CRIMINAL. ARTIGO 289, § 1º, DO CÓDIGO PENAL. MOEDA
FALSA. MATERIALIDADE COMPROVADA. AUTORIA DEMONSTRADA. DOSIMETRIA DA
PENA. REDUÇÃO DA PENA-BASE. PENA DE MULTA DESPROPORCIONAL. REDUÇÃO DA
PENA RESTRITIVA DE DIREITOS DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. PAGAMENTO DE CUSTAS
PROCESSUAIS. RECURSO DA DEFESA PARCIALMENTE PROVIDO.
1.Vencido no tocante à desclassificação da conduta para o delito de
estelionato ante a ausência de potencialidade lesiva das cédulas apreendidas,
tem-se comprovada a materialidade delitiva pelos laudos periciais.
2. A despeito de não terem sido alvo da insurgência defensiva,...
PENAL E PROCESSUAL PENAL. ART. 157, §2º, II DO CP. EMPRESA BRASILEIRA
DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE DO RECONHECIMENTO
FOTOGRÁFICO. MATERIALIDADE E AUTORIA. DEMONSTRAÇÃO. IDONEIDADE DA PALAVRA
DA VÍTIMA. DOSIMETRIA. PENA-BASE NO MINIMO LEGAL. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE
DO ART. 65, I DO CP. AFASTADA A CAUSA DE AUMENTO REFERENTE A TRANSPORTE DE
VALORES E RESTRIÇÃO DA VÍTIMA. RECURSO DA DEFESA PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Não há nulidade no reconhecimento do réu, visto que o art. 226 do
CPP possui caráter recomendatório e não obrigatório. Assim, a sua
inobservância não enseja a nulidade do ato. Se tal prova é suficiente
para comprovar a autoria refere-se ao mérito e com ele deve ser analisada.
2. A materialidade e a autoria delitivas restaram demonstradas pelo conjunto
probatório coligido ao feito, em especial pela prova testemunhal colhida.
3. O acervo probatório demonstrando a subtração dos bens que estavam aos
cuidados do funcionário dos Correios, mediante grave ameaça é robusto,
conforme se extrai das oitivas em juízo e dos documentos acostados.
4. O réu foi reconhecido, indene de dúvidas, pelas vítimas da infração. A
palavra da vítima possui maior relevância em crimes patrimoniais, como o
roubo, praticados, em regra, na clandestinidade, sem a presença de outras
testemunhas.
4. Dosimetria. Pena-base no mínimo legal. Circunstâncias do art. 59 do CP
não excedem o previsto no tipo penal.
5. Não há agravantes. Reconhecida a atenuante da menoridade (art. 65, I,
CP), pois o réu era menor de 21 anos à época dos fatos. Incidência da
Sumula 231 do STJ.
6. Não há causas de diminuição.
7. Inaplicabilidade da causa de aumento do inciso III do §2º do art. 157 do
CP, referente à vítima estar em serviço de transporte de valores. Exige-se
que o agente efetivamente saiba que a vítima transporte valores. E, ademais,
a função precípua dos Correios não é a de transportá-los.
8. Não se aplica a causa de aumento de pena do inciso V do § 2º do art. 157
do Código Penal quando o agente, sem empregar meios mais efetivos voltados
à constrição da liberdade da vítima, como amarrá-la ou prendê-la em
cômodo ou compartimento de imóvel, apenas impõe sua permanência no local
do crime por tempo juridicamente irrelevante, indispensável à execução
do delito de roubo.
9. Pena de multa proporcional à pena privativa de liberdade. Mantido o
valor do dia-multa em 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à
época dos fatos.
10. Fixado regime semiaberto para início de cumprimento da pena, nos termos
do art. 33, §2º, b, do Código Penal.
11. A substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas
de direitos não é cabível no caso concreto, eis que praticado sob grave
ameaça à pessoa, nos termos do artigo 44, inciso I, do Código Penal.
12. Deferido o benefício da gratuidade de justiça. A concessão não
afasta a responsabilidade do beneficiário pelas custas processuais, ficando,
todavia, seu pagamento sobrestado, enquanto perdurar seu estado de pobreza,
pelo prazo de 05 (cinco) anos, quando então a obrigação será extinta.
13. Recurso parcialmente provido.
Ementa
PENAL E PROCESSUAL PENAL. ART. 157, §2º, II DO CP. EMPRESA BRASILEIRA
DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE DO RECONHECIMENTO
FOTOGRÁFICO. MATERIALIDADE E AUTORIA. DEMONSTRAÇÃO. IDONEIDADE DA PALAVRA
DA VÍTIMA. DOSIMETRIA. PENA-BASE NO MINIMO LEGAL. INCIDÊNCIA DA ATENUANTE
DO ART. 65, I DO CP. AFASTADA A CAUSA DE AUMENTO REFERENTE A TRANSPORTE DE
VALORES E RESTRIÇÃO DA VÍTIMA. RECURSO DA DEFESA PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Não há nulidade no reconhecimento do réu, visto que o art. 226 do
CPP possui caráter recomendatório e não obrigatório. Assim, a sua
inobservância não enseja a nulid...