TJPA 0028118-96.2000.8.14.0301
PROCESSO Nº 00281189620008140301 ÓRGÃO JULGADOR: 5ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA COMARCA: BELÉM/PA APELANTE: ESTADO DO PARÁ ADVOGADO: MARCIA NAZARÉ RIBEIRO DOS SANTOS HANNA - PROC. ESTADO APELADO: FEIRA DA MADEIRA LTDA APELADO: DORALICE OLIVEIRA FONSECA APELADO: JOÃO DA CUNHA MACIEL RELATOR: JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL (fls.30/43) interposta contra sentença (fls.26/29) prolatada pelo Juízo de Direito da 6ª Vara da Fazenda da Capital, nos autos da AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL, Proc. 0028118-96.2000.814.0301, movida pelo ESTADO DO PARÁ contra FEIRA DA MADEIRA LTDA, que julgou extinta o executivo fiscal, com fulcro no art. 269, IV, do Código de Processo Civil, ¿tendo ocorrido prescrição pelo decurso do prazo do art. 174 do CTN¿. O Estado do Pará interpôs APELAÇÃO alegando a citação valida do executado, e, por via de consequência, a não ocorrência da prescrição originária do crédito tributário. Requereu, ao final, a anulação da sentença para afastar a aplicação da prescrição, e o prosseguimento ao executivo fiscal. Coube-me o feito em distribuição(fl. 49) É o breve relatório. DECIDO. Inicialmente, ressalto que o caso em apreço atrai a aplicação do art. 557 do CPC, que assim dispõe: ¿Art. 557 - O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior.¿ No caso dos presentes autos, a Execução Fiscal proposta pelo ESTADO DO PARÁ contra FEIRA DA MADEIRA LTDA tem por objeto o recebimento dos valores devidos correspondentes à: DIEF - ICMS nº 15.094.572-8, inscrita na dívida ativa em 28/01/1997 (fl. 04). A ação foi proposta em 17/02/1998 e o despacho que ordenou a citação foi prolatado na data de 13/04/1998 (fl. 05). Foi expedido o mandado de citação (fl. 06), o executado foi citado por edital em 16/07/2001 (fl.17). Em 26/04/2006, o representante judicial da Fazenda Pública, atravessou petição (fl.20) requerendo a suspensão da execução, nos termos do artigo 40 da Lei nº 6.830/80, para fins de atualização do crédito e localização de bens suscetíveis de penhora. A sentença (fls. 26/29) foi prolatada em 21/06/2013, extinguindo a execução na forma do artigo 174, do CTN e artigo 269, IV, do CPC. O Autor interpôs o recurso de apelação em 16/07/2013 (fls. 30/43). Inicialmente, observo que em 30/06/2014 o representante judicial da Fazenda Pública, atravessou petição (fl. 47) requerendo a extinção do feito, sem ônus para as partes, pelo crédito tributário ter sido alcançado pelos benefícios da remissão, pelo Decreto Estadual nº 1.661/2009. Assim, nos termos do art. 794, III, do CPC, extingue-se o processo de execução se o credor renunciar o crédito. Dessa forma, é imperioso reconhecer o fato superveniente informado pelo Autor, restando prejudicada a pretensão recursal, em razão da perda do interesse de agir superveniente do autor em manifestação expressa nos autos (fl. 47), posto que para a admissibilidade do recurso devem estar presentes os requisitos intrínsecos, como o cabimento, a legitimidade, o interesse e a inexistência do fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer. No mesmo sentido, diz a jurisprudência: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 659.947 - RJ (2015/0024513-2) RELATOR: MINISTRO OG FERNANDES AGRAVANTE : ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROCURADOR : RICARDO RAGE FERRO E OUTRO (S) AGRAVADO : AUTO POSTO DO TRABALHO LTDA ADVOGADOS : PAULA MONTILLA TAVARES DE ALMEIDA E OUTRO (S) KARINE FARIA PAGLIUSO SACEANU DECISÃO Vistos, etc. Trata-se de agravo interposto contra decisão que negou seguimento a recurso especial, fundamentado na alínea a do permissivo constitucional em oposição a acórdão assim ementado: Agravo Interno. Apelação cível. Embargos à execução fiscal. ICMS. Descumprimento de obrigação acessória. Remissão do crédito tributário pela Lei n. 6.357/12, editada após a prolação da sentença. Certidão de dívida ativa cancelada. Extinção do crédito tributário. Descabida a condenação das partes ao pagamento de honorários advocatícios. Precedente do STJ. Perda superveniente do objeto dos embargos à execução. Extinção, com fundamento no art. 267, VI do CPC. Precedentes deste Tribunal de Justiça e do STJ. Recursos prejudicados. Desprovimento do recurso. O agravante alega violação do art. 20, §§ 3º e 4º, do Código de Processo Civil. Decido. A análise da tese recursal, acerca da distribuição da verba honorária, demanda o exame da legislação local. Dessume-se a presença do óbice descrito na Súmula 280/STF. Ademais, após a edição da Emenda Constitucional n. 45/04, a competência para o julgamento de causas nas quais lei local é contestada em face de lei federal foi transferida para o Supremo Tribunal Federal, consoante a dicção do art. 102, III, d, da Carta Magna. No ponto: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. REVISÃO DE CRITÉRIO DE TARIFAÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA. APONTADA IRREGULARIDADE DO DECRETO ESTADUAL 41.446/96. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO LOCAL EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 280/STF. COMPETÊNCIA DEFERIDA AO STF: CF, ART. 103, III, D. RECURSO ESPECIAL NÃO-CONHECIDO. 1. Trata-se de recurso especial (fls. 597/620) interposto pela CRIESP - Central de Radioiminuensaio de São Paulo S/C, com fulcro no art. 105, III, a, b e c, do permissivo constitucional, contra acórdão que, em síntese reconheceu legal o critério de tarifação de consumo de água instituído pelo Decreto Estadual 41.446/96. 2. O inconformismo se deve ao fato de que o sistema de cálculo e de preço aplicado aos prédios comerciais, caso da recorrente, resulta em valores superiores aos decorrentes do consumo doméstico. Assim, o principal argumento de direito empregado é no sentido da inconstitucionalidade da referida legislação do Estado de São Paulo, que teria também infringido texto de lei federal, quais sejam, o Decreto Federal 82.587/78 e a Lei 6.52878. 3. Todavia, o apelo não merece acolhida, uma vez que o acórdão recorrido, ao decidir o litígio, apoiou-se integralmente no exame da norma local. 4. Impede o exame do direito postulado, mutatis mutandi, o óbice da Súmula 280/STF: Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário. 5. De outro ângulo, é também manifesta a incompetência desta Corte para o feito, em face do estabelecido no art. 102, III, d, da Constituição Federal: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III. julgar mediante recurso extraordinário...quando a decisão recorrida:[...] d. julgar válida lei local contestada em face de lei federal. 6. Recurso especial não-conhecido. (REsp 968.480/SP, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 30/6/2008) Ante o exposto, com fulcro no art. 544, § 4º, inc. II, alínea a, do CPC, conheço do agravo em recurso especial para negar-lhe provimento. Publique-se. Intimem-se. Brasília, 26 de fevereiro de 2015. Ministro Og Fernandes Relator (STJ - AREsp: 659947 RJ 2015/0024513-2, Relator: Ministro OG FERNANDES, Data de Publicação: DJ 12/03/2015) Assim, cabível a aplicação do art. 557, caput, do CPC, na medida em que o recurso afeiçoa-se manifestamente inadmissível, motivo pelo qual pode o relator não conhecê-lo. ANTE O EXPOSTO, NÃO CONHEÇO O PRESENTE RECURSO, por estar manifestamente prejudicado pela perda superveniente do interesse recursal, a teor do disposto nos art. 557, caput, do CPC, nos termos da fundamentação ao norte, que passa a integrar este dispositivo como se nele estivesse integralmente transcrita. Publique-se, registre-se e intime-se. Transitada em julgado, certifique-se e devolva-se ao Juiz a quo com as cautelas legais. Belém, 28 de abril de 2015. JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR RELATOR - JUIZ CONVOCADO
(2015.01420524-38, Não Informado, Rel. JOSE ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR - JUIZ CONVOCADO - JUIZ CONVOCADO, Órgão Julgador 5ª CAMARA CIVEL ISOLADA, Julgado em 2015-04-30, Publicado em 2015-04-30)
Ementa
PROCESSO Nº 00281189620008140301 ÓRGÃO JULGADOR: 5ª CÂMARA CÍVEL ISOLADA COMARCA: BELÉM/PA APELANTE: ESTADO DO PARÁ ADVOGADO: MARCIA NAZARÉ RIBEIRO DOS SANTOS HANNA - PROC. ESTADO APELADO: FEIRA DA MADEIRA LTDA APELADO: DORALICE OLIVEIRA FONSECA APELADO: JOÃO DA CUNHA MACIEL RELATOR: JOSÉ ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR. DECISÃO MONOCRÁTICA Trata-se de APELAÇÃO CÍVEL (fls.30/43) interposta contra sentença (fls.26/29) prolatada pelo Juízo de Direito da 6ª Vara da Fazenda da Capital, nos autos da AÇÃO DE EXECU...
Data do Julgamento
:
30/04/2015
Data da Publicação
:
30/04/2015
Órgão Julgador
:
5ª CAMARA CIVEL ISOLADA
Relator(a)
:
JOSE ROBERTO PINHEIRO MAIA BEZERRA JUNIOR - JUIZ CONVOCADO - JUIZ CONVOCADO
Mostrar discussão